Resolução CEFET/PI nº 3 de 05/12/2002

Norma Federal - Publicado no DO em 27 dez 2002

Substitui a Resolução nº 2, de 17 de abril de 2002, e estabelece novo Regulamento de Avaliação Docente para fins de concessão da Gratificação de Incentivo à Docência - GID, regulamentada pelo Decreto nº 4.432, de 18 de outubro de 2002.

O Comitê de Avaliação Docente - CAD, designado pela Resolução nº 06, de 12.12.2002, do Conselho Diretor do Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o constante na Lei nº 10.187, de 12 de fevereiro de 2001, bem como as alterações introduzidas pela Lei nº 10.405, de 9 de janeiro de 2002, e no Decreto nº 4.432, de 18 de outubro de 2002, resolve:

I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O presente regulamento fixa as normas e critérios para avaliação de desempenho docente para fins de concessão de Gratificação de Incentivo à Docência - GID, instituída pela Lei nº 10.187, de 12 de fevereiro de 2001, com alterações introduzidas pela Lei nº 10.405, de 09 de janeiro de 2002.

Art. 2º Além dos servidores inativos e beneficiários de pensões amparados pelo art. 5º da Lei nº 10.187, de 2001, alterado pela Lei nº 10.405, de 2002, fazem jus à Gratificação de Incentivo à Docência os servidores ocupantes de cargo efetivo de Professor de 1º e 2º Graus, enquadrados em uma das seguintes situações:

I - Servidor ativo, em exercício no Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí - CEFET - PI, com carga horária mínima de 08 horas/aula semanais;

II - Servidor ativo, em exercício em outra Instituição Federal de Ensino, com carga horária mínima de 08 (oito) horas-aula semanais;

III - Servidor ativo, no exercício de Cargo de Direção - CD ou Função Gratificada - FG no CEFET-PI; cedidos para o exercício de cargos em comissão de Natureza Especial ou do grupo Direção e Assessoramento Superiores, níveis DAS-6, DAS-5 ou DAS-4, ou equivalentes, na Administração Pública Federal; ou participantes de programas de doutorado, mestrado ou especialização autorizados pela instituição, sendo a este contingente dispensada a exigência da carga horária mínima estabelecida nos incisos anteriores;

Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso II, o servidor será avaliado pela Instituição Federal de Ensino em que se encontre em exercício, e sua pontuação resultará da aplicação dos critérios estabelecidos no Regulamento de Avaliação Docente daquela autarquia.

Art. 3º A pontuação resultante da avaliação a que se refere este Regulamento será considerada exclusivamente para efeito de concessão da GID, sendo vedada a sua utilização para quaisquer outras finalidades.

II - DO COMITÊ DE AVALIAÇÃO DOCENTE - CAD

Art. 4º O Comitê da Avaliação Docente - CAD - terá a seguinte composição:

I - um representante da Diretoria de Ensino;

II - um representante dos cursos de nível técnico;

III - um representante do ensino médio;

IV - um representante dos cursos de nível tecnológico;

V - um representante dos cursos de formação de professores;

VI - um representante da área de Processamento de Dados;

VII - um representante da Unidade de Ensino Descentralizado de Floriano-PI. (Redação dada ao artigo pela Resolução CEFET nº 4, de 24.02.2003, DOU 12.03.2003)

Nota:Redação Anterior:
"Art. 4º O Comitê de Avaliação Docente - CAD terá a seguinte composição:
I - Francisca da Rocha Barros Batista - Presidente
II - Adriana Nadja Lélis Coutinho
III - Ezequias Matos Esteves
IV - Francisco Eudes do Amaral
V - Osires Pires Coelho Filho
VI - Paulo Borges da Cunha
VII - Raimundo Rodrigues de Sousa
Parágrafo único. As normas de funcionamento de Comitê de Avaliação Docente, bem como as demais questões que lhe forem pertinentes serão estabelecidas em regulamento próprio."

Art. 5º São competências do Comitê de Avaliação Docente, sem prejuízo de outras que vierem a ser estabelecidas em regulamento próprio:

I - Elaborar os instrumentos de avaliação docente;

II - Divulgar o calendário de avaliação, bem como os prazos para interposição de recursos;

III - Processar as avaliações realizadas e divulgar os resultados preliminares;

IV - Julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra os resultados da avaliação;

V - Identificar eventuais distorções decorrentes do processo de avaliação docente, apresentando as sugestões de aprimoramento da prática avaliativa empregada;

VI - Manter estreito relacionamento com a Gerência de Recursos Humanos a fim de obter informações atualizadas sobre a situação funcional dos servidores do CEFET-PI.

III - DA AVALIAÇÃO DOCENTE

Art. 6º As atividades de ensino, de que trata o § 3º do art. 1º, da Lei nº 10.187, de 2001, compreendem, nos termos do Decreto nº 4.432, de 18 de outubro de 2002:

I - as docentes, stricto sensu, incluídas nos planos de integração curricular dos cursos, nos níveis e nas modalidades de educação básica, profissional, especial e superior, reconhecidas pelos órgãos colegiados correspondentes ou pela Diretoria de Ensino na instituição onde não houver órgão colegiado; (Expressão "stricto sensu" corrigida pela Resolução CEFET nº 4, de 24.02.2003, DOU 12.03.2003)

II - as didáticas e de orientação em cursos de extensão reconhecidos e aprovados pela Comissão de Extensão ou órgão equivalente; e

III - as didáticas de assessoramento a alunos, estando aí compreendidas as de orientação de trabalhos curriculares, de trabalhos de final de curso e de estágios curriculares.

Art. 7º A avaliação das atividades de ensino a que se refere o artigo anterior será realizada segundo critérios quantitativos, mediante o cálculo do número de horas semanais destinado à consecução de cada atividade, conforme pontuação a seguir estabelecida.

I - quatro pontos por hora semanal, para os professores em regime de trabalho de quarenta horas ou dedicação exclusiva com, no mínimo, oito horas semanais de aulas;

II - oito pontos por hora semanal, para os professores em regime de trabalho de vinte horas com, no mínimo, oito horas semanais de aulas; e

III - oito pontos por hora semanal, para os professores investidos em cargo de direção ou função gratificada na própria instituição e professores participantes de programas de doutorado, mestrado ou especialização, autorizados pela instituição, com, no mínimo, quatro horas semanais de aulas.

§ 1º A pontuação a ser atribuída ao docente será baseada na carga horária semanal média, entendida como o quociente entre o número total de aulas ministradas ao longo do período em que se realiza a avaliação e o número de semanas de que se compõe tal período avaliativo.

§ 2º Para o cálculo da pontuação relativa às atividades de ensino, proceder-se-á à multiplicação da carga horária semanal média definida no parágrafo anterior pelo número de pontos correspondentes à situação funcional do servidor avaliado, conforme estabelecido pelos incisos I a III deste artigo.

Art. 8º Na hipótese de avaliação de servidor que tenha, ao longo do período avaliativo, alterado seu Regime de Trabalho, a pontuação final do quesito de que trata o artigo anterior será obtida pela média aritmética ponderada dos meses em que o servidor permanecer em cada regime, aplicando-se, a cada situação, a correspondente pontuação por hora semanal.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao servidor que, no decorrer do período avaliativo, tenha sido afastado para programa de qualificação em nível de doutorado, mestrado ou especialização, autorizado pela instituição, e que venha a possuir a carga horária mínima prevista no inciso III do artigo anterior.

Art. 9º Os programas e projetos de interesse da Instituição de Ensino, de que trata o § 3º do art. 1º da Lei nº 10.187, de 2001, compreendem, nos termos do art. 3º do Decreto nº 4.432, de 18 de outubro de 2002:

I - os de desenvolvimento técnico e tecnológico, bem como os de extensão, aprovados pela instância competente de cada Instituição Federal de Ensino, no período de avaliação considerado;

II - os artísticos, culturais, desportivos e assistenciais, assim como de disseminação e transferência de conhecimento científico, técnico, tecnológico e cultural, devidamente reconhecidos pelo órgão colegiado competente;

III - os voltados à produção intelectual, compreendendo a produção científica, artística, técnica, tecnológica e cultural, representadas por meio de publicações ou por outras formas de expressão usuais, pertinentes aos ambientes específicos de cada Instituição;

IV - os de qualificação desenvolvidos pelo docente, na condição de aluno de cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, ou como participante de estágio de pós-doutoramento, necessariamente condicionados à aprovação dos respectivos relatórios, segundo os procedimentos fixados pelas instâncias competentes de cada Instituição; (Expressão "lato sensu" corrigida pela Resolução CEFET nº 4, de 24.02.2003, DOU 12.03.2003)

V - as atividades administrativas relativas ao desempenho das funções de coordenação, chefia ou direção das atividades de ensino;

VI - as atividades de representação docente em órgãos colegiados, conselhos, câmaras ou comissões da própria instituição, de órgãos governamentais e de entidades educacionais, científicas e culturais; e

VII - as atividades relativas à participação do docente em bancas examinadoras e eventos acadêmico-científicos.

Art. 10. A avaliação da participação do docente em programas e projetos de interesse da instituição será realizada obedecendo a critérios qualitativos, conforme pontuação estabelecida no Anexo I a este Regulamento.

Parágrafo único. Na composição da pontuação final de cada docente, os pontos atribuídos em função de sua participação nos programas e projetos de interesse da instituição corresponderão a, no máximo, quarenta por cento do limite individual definido no § 1º do art. 1º da Lei nº 10.187, de 2001.

Art. 11. A pontuação final do docente resultará da soma das pontuações alcançadas no desempenho das atividades de ensino, programas e projetos de que tratam os arts. 6º e 9º deste Regulamento.

IV - DO PERÍODO AVALIATIVO

Art. 12. O período destinado à avaliação dos servidores que fazem jus à Gratificação de Incentivo à Docência - GID será, sempre que possível, coincidente com o período em que se desenvolver o semestre letivo, devendo constar do calendário de avaliações a ser divulgado pelo CAD as datas de início e término de cada período avaliativo.

Art. 13. Ao tomar ciência de sua avaliação, o servidor deverá manifestar sua concordância ou discordância em relação aos resultados obtidos.

§ 1º Após a divulgação, pelo CAD, dos resultados do período avaliativo, o servidor que discordar de sua avaliação deverá formular recurso específico, no prazo de dois dias úteis, contados da data de divulgação dos resultados preliminares.

§ 2º O recurso deverá ser feito através de requerimento ao CAD, devidamente protocolado e acompanhado de documentos que fundamentem o pedido de revisão de avaliação.

§ 3º O Comitê de Avaliação Docente terá o prazo de cinco dias úteis para julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra os resultados preliminares do período avaliativo, procedendo, em seguida, à publicação do resultado dos referidos julgamentos.

§ 4º Em caso de indeferimento pelo CAD, caberá recurso à Diretoria Geral, no prazo de dois dias úteis com posterior homologação pelo dirigente máximo.

§ 5º Encerrada a fase de interposição e julgamento de recursos, o relatório contendo a pontuação final alcançada por cada servidor será remetido à Gerência de Desenvolvimento de Recursos Humanos para processamento dos efeitos financeiros.

Art. 14. Os efeitos financeiros da avaliação realizada em um dado período avaliativo vigorarão sempre no período avaliativo subseqüente, a fim de evitar futuros acertos retroativos, sejam a maior ou a menor.

V - DAS HIPÓTESES DE AFASTAMENTO DO SERVIDOR

Art. 15. Em caso de afastamento, considerado como de efetivo exercício, sem prejuízo da remuneração e com direito à percepção da GID, por prazo inferior ou igual ao período de avaliação, o servidor terá como base de cálculo para pagamento da gratificação a pontuação obtida no período anterior.

§ 1º No caso de não ter havido aferição no período anterior ou se o afastamento a que se refere o caput for por prazo superior ao do período de avaliação, a GID será calculada com base no limite de sessenta por cento do máximo de pontos possíveis por servidor, considerados a titulação e o regime de trabalho do servidor.

§ 2º Para fins de cálculo da Gratificação nos meses de férias do servidor ou dos alunos, será considerada a pontuação média alcançada na avaliação do ano civil imediatamente anterior.

Art. 16. Os professores cedidos para o exercício de cargos em comissão de Natureza Especial ou Grupo Direção e Assessoramento Superiores níveis DAS-6, DAS-5 ou DAS-4, ou equivalentes, na Administração Pública Federal, e os professores participantes de programas de doutorado, mestrado ou especialização autorizados pela instituição, que não atendam à condição de carga horária semanal mínima de aulas, estabelecida pelo § 4º do art. 1º da Lei nº 10.187, de 2001, alterada pela Lei nº 10.405, de 2002, perceberão a GID com base em quarenta e oito pontos mensais.

VI - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 17. Os casos omissos serão resolvidos pelo Comitê de Avaliação Docente.

Art. 18. Este Regulamento entra em vigor trinta dias após a sua publicação no Diário Oficial da União.

FRANCISCA DA ROCHA BARROS BATISTA

Presidente do Comitê

ANEXO

Programas, projetos e atividades de interesse da Instituição  Pontos  Pontuação Máxima 
1. Pesquisa e extensão:  
1.1 Coordenação de projetos de pesquisa, ensino e extensão, vinculados ao projeto pedagógico da IFE ..................................... 10 10 
1.2 Participação em projetos de pesquisa, ensino e extensão, vinculada ao projeto pedagógico da IFE ....................................... 07 07 
1.3 Participação em atividades de extensão, reconhecidas pela Instituição, sob a forma de prestação de serviço, assessoria ou consultoria técnico-científica, artístico-cultural ou desportiva, vinculadas ao projeto pedagógico da IFE ................................ 05 05 
1.4 Participação na organização da semana de cursos, seminários, congressos e eventos congêneres ............................... 05 10 
1.5 Outras Atividades afins ........................................................... 03 06 
2. Qualificação:  
2.1 Participação em curso de curta duração, estágio profissional, congresso, simpósio, seminários ou congêneres............................ 04 08 
2.2 Participação autorizada em programa de aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado ou estágio de pós-doutorado, com afastamento parcial ............ 06 06 
2.3 Participação autorizada em programa de aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado ou estágio sem afastamento  10 10 
2.4 Outras atividades afins ............................................................ 03 03 
3. Produção Intelectual:  
3.1 Autoria ou organização (individual ou coletiva) de obra técnico-científica, artístico-cultural ou desportiva (livro publicado por editora, filme, disco, CD-ROM, software, composição musical, exposição individual, recital individual, criação de identidade visual, direção ou produção de espetáculo, etc.)............................... 15 15 
3.2 Artigo técnico-científico ou artístico-cultural, publicado em periódico nacional ou internacional, indexado com corpo editorial ............................................................ 10 10 
3.3 Artigo técnico-científico ou artístico-cultural, publicado em periódico, não indexado com corpo editorial.................................  05 10 
3.4 Trabalho completo publicado em anais de congresso ou similar .......................... 05 05 
3.5 Resumo publicado em anais de congresso ou similar ............. 03 03 
3.6 Trabalho apresentado oralmente em seminário, congresso ou similar ................. 03 03 
3.7 Palestrante, painelista ou debatedor em seminário, congresso ou similar............. 03 03 
3.8 Trabalho apresentado como pôster em seminário, congresso ou similar............... 03 03 
3.9 Publicação técnico-científica ou artístico-cultural relacionada à área de atuação do docente, em veículo de circulação local, nacional ou internacional......................... 03 09 
3.10 Elaboração de material didático (manual, apostila, audiovisual, CD-ROM, etc.), desde que aprovado pela coordenação à qual o professor está vinculado. ................. 05 10 
3.11 Invento ou protótipo desenvolvido ou registrado .................  05 10 
3.12 Membro permanente de comitê editorial, técnico-científico ou artístico-cultural ... 03 03 
3.13 Outras atividades afins .......................................................... 05 05 
4. Atividade Administrativa e de Representação:  
4.1 Atividades de representação em conselhos ou órgãos colegiados, previstos em estatutos, regimentos ou regulamentos internos ...................................................... 03 03 
4.2 Exercício de Cargos de Direção, Funções Gratificadas, Coordenação de Departamento, Curso ou Área, Coordenação de Unidades Educativas de Produção .. 18 18 
4.3 Participação em conselho profissional, em fórum permanente e em outras atividades afins, desde que reconhecida e autorizada pela Instituição ....................... 03 03 
5. Outras atividades docentes:  
5.1 Participação em comissões permanentes ................................ 12 12 
5.2 Participação em comissão especial instituída por portaria ou ordem de serviço .. 03 06 
5.3 Participação em bancas de tese, dissertação, monografia, trabalhos de conclusão de curso ou estágio profissional .............. 03 06 
5.4 Participação em banca instituída por Portaria (progressão funcional, seleção de professor substituto, concurso público para professor efetivo, etc.)............................ 03 03 
5.5 Participação em banca de exame de Qualificação para mestrado ou doutorado .. 02 04