O COORDENADOR-GERAL DE ZONEAMENTO AGROPECUÁRIO, no uso de sua competência e das atribuições estabelecidas pela Portaria nº 440, de 24 de outubro de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 25 de outubro de 2005, e observado, no que couber, o contido na Instrução Normativa nº 2, de 22 de dezembro de 2000, da Secretaria da Comissão Especial de Recursos, publicada no Diário Oficial da União de 29 de outubro de 2000, resolve:

Art. 1º Aprovar o Zoneamento Agrícola para a cultura de milho 2ª safra, para o Estado de São Paulo, ano safra 2005/2006, conforme anexo.

Art. 2º Esta Portaria tem vigência específica para o ano safra definido no art. 1º e entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO JOSÉ MITIDIERI

1. NOTA TÉCNICA

Estimativas indicam que a safra brasileira do milho 2ª safra em 2005 deverá ser de 7,6 milhões de toneladas, cuja colheita se completa em agosto. O Estado de São Paulo é o quarto produtor brasileiro, onde a cultura do milho safrinha é altamente concentrada em virtude do sistema de produção, em sucessão à cultura da soja.

O planejamento do milho safrinha deve começar com o da cultura de verão, visando liberação da área utilizada o mais breve possível. Quanto mais tarde for semeada, menor será o seu potencial de produção e maiores os riscos de perdas por seca ou geadas.

Com relação à precipitação pluvial no período compreendido entre os meses de abril a setembro, normalmente é baixa, não sendo suficiente para atender satisfatoriamente a demanda hídrica da cultura do milho. Períodos com déficit hídrico superiores a sete dias, por ocasião do florescimento, podem causar redução de até 50% na produção da cultura do milho.

Para os estudos que resultaram no zoneamento agrícola de risco climático, utilizou-se como base de dados diários de precipitação pluvial as informações obtidas de varias estações pluviométricas, com cerca de 30 anos cada, distribuídas em todo o Estado de São Paulo e circunvizinhas, através dos quais elaborou-se os balanços hídricos seqüenciais, por períodos de dez dias, para a determinação dos parâmetros climáticos utilizados no mapeamento das áreas favoráveis ao cultivo do milho safrinha. Sabendo-se que o ciclo da cultura está intimamente relacionado à temperatura do ar, para as semeaduras tardias do milho safrinha, principalmente nas regiões Sul do Estado e Vale do Paranapanema, foram consideradas não só as condições térmicas para o desenvolvimento da cultura, mas também as probabilidades de ocorrências de eventos extremos tais como geadas e secas.

O método utilizado na determinação das datas de semeadura favoráveis foi baseado na análise do consumo de água pela cultura, com ênfase aos períodos críticos de desenvolvimento (florescimento e enchimento de grãos) e as probabilidades de ocorrências de temperaturas baixas nesses estádios fenológicos. As simulações das épocas de semeadura foram feitas a cada dez dias, a partir de 1º de janeiro até o final do mês de março, verificando-se que as melhores épocas de semeadura são as compreendidas entre o início de janeiro até o dia 10 de março. Do balanço hídrico, a variável mais importante na definição dos riscos climáticos é o Índice de Satisfação das Necessidades de Água (ISNA), definido pela relação entre a evapotranspiração real (ETR) e a evapotranspiração máxima da cultura (ETM), como indicadores do atendimento hídrico pela cultura. Tomaram-se valores médios anuais do ISNA, para o período entre os estádios fenológicos do florescimento e produção, efetuando-se uma análise frequencial desse ISNA para 80% de ocorrência. O valor do ISNA determinado para a cultura do milho safrinha foi de 0,50, sendo considerado regiões favoráveis ao seu cultivo aquelas com valores iguais ou superiores a esse índice. A duração dos ciclos para cada época de semeadura simulada foi calculada através do método de Graus-dia utilizando-se como temperatura-base 100C. A análise dos dados permitiu identificar que as datas de plantio com menor risco climático para cultura do milho 2ª safra (safrinha) no Estado de São Paulo foram idênticas para as cultivares de ciclos precoce, semiprecoce, médio e tardio.

2. TIPOS DE SOLO APTOS AO CULTIVO

O zoneamento de risco climático para o Estado de São Paulo contempla como aptos à semeadura de milho os solos Tipos 2 e 3, especificados na Instrução Normativa nº 10, de 14 de junho de 2005, publicada no DOU de 16 de junho de 2005, Seção I, página 12, alterada para Instrução Normativa nº 12, através de retificação publicada no DOU de 17 de junho de 2005, Seção I, página 6, que apresentam as seguintes características: Tipo 2: solos com teor de argila entre 15 e 35% e menos de 70% areia, com profundidade igual ou superior a 50 cm; Tipo 3: a) solos com teor de argila maior que 35%, com profundidade igual ou superior a 50 cm; e b) solos com menos de 35% de argila e menos de 15% de areia (textura siltosa), com profundidade igual ou superior a 50 cm.

NOTA: áreas/solos não indicados para o plantio: áreas: de preservação obrigatória, de acordo com a Lei nº 4.771 do Código Florestal; solos que apresentem teor de argila inferior a 10% nos primeiros 50 cm de solo; solos que apresentem profundidade inferior a 50 cm; solos que se encontram em áreas com declividade superior a 45%; e solos muito pedregosos, isto é, solos nos quais calhaus e matacões (diâmetro superior a 2 mm) ocupam mais de 15% da massa e/ou da superfície do terreno.

3. TABELA DE PERÍODOS DE PLANTIO

4. CULTIVARES INDICADAS PELOS OBTENTORES/MANTENEDORES

Ciclo Superprecoce: AGROMEN: AGN30A03, AGN30A06, AGN34A12, AGN20A11, AGN20A14, AGN3150, AGN3100 e AGN3050; AGROESTE: AS 1548; BIOMATRIX: BM 2202 e BM 1115; CATI: Al Manduri e Al Bianco; COODETEC: CD 304; DELTA: DG 213; DOW AGROSCIENCES: DOW 2A120, DOW 2B150, DOW 2A120CL e DOW 2B150CL; EMBRAPA: BRS 2223; FT SEMÍLIA: FTH 950; MHATRIZ: ZNT 1530; MONSANTO: DKB 950, DKB 330, AG 9010, AG 6040, DKB 909 e AG 7000; SANTA HELENA: SHS 4050, SHS 5050 e SHS5070; SEMEALI: XB 9003 e XB 8010; SYNGENTA: SPEED. Ciclo Precoce: AGROESTE: AS 1533, AS 3430, AS 523, AS 32, AS 3466 TOP, AS 1570 e AS 1575; AGROMEN: AGN 30A09 e AGN20A20; BIOMATRIX: BRS 3003 e BRS 2110; COODETEC: JS 10, CD 3121, OC 705, CD 305, CD 306 e CD 308; DELTA: DG501 e DG 601; DOW AGROSCIENCES: DOW CO-32, DOW 9560, DOW 657, DOW 766, DOW SWB551, DOW 8460, DOW 8480, DOW 2C577, DOW 2C599, DOW 2C520, DOW 2B625, DOW 2B169, DOW 2B710 e DOW 2C605; EMBRAPA: BRS 1030, BRS 2020, BRS 1001, BRS 1010, BRS 3003, BR 3123, BRS 3150, BRS 3151, BR 201, BR 205, BR 206, BRS 2110; FT SEMÍLIA: FTH 510; GENEZE: GNZ 2004 e GNZ 2005; IAC: IAC 8323 (Região Sul); MHATRIZ: GNZ 2728, ZNT 2030, ZNT 3310 e ZNT 2353; MONSANTO: AG 6020, AG 122, AG 2020, AG 405, AG 5011, AG 303. DKB 566, DKB 455, DKB 747, AG 8060, AG 5020, AG 2040, DKB 466, AG 9090, C701, C435, BC 8905 e BC 9110; NIDERA: A 015, A 1844, A 2288, A 3663, A 4450, A 4454, A 4545 e BX 975; PIONEER: 30P70, 3041, 30F33, 30F44, 30F45, 30F87 e 30S40; SANTA HELENA: SHS 4040, SHS 4060, SHS 4080, SHS 5060, SHS 5080, SHS 7070 e SHS 3031; SEMEALI: XB 7253, XB 7110, XB 7116, XB 7012 e XB 7011; SYNGENTA: Somma, Maximus, Tork, Fort, Master, Exceler, Tractor, Valent, Garra, Pointer, Attack, Savana 133, Savana 185, Balu 184, Balu 178, Balu 551, Balu 761, SG 6418, Polato 2602 e Farroupilha 25. Ciclo Semiprecoce: AGROESTE: AS 1567; EMBRAPA: BRS 3060; MONSANTO: DKB 350 e DKB 979; SANTA HELENA: SHS 4070; PIONEER: 3027, 30F80, 30K75, 30F98, 30F88 e 3021. Ciclo Médio: NIDERA: A 010 e A 2555; MONSANTO: DKB 390 e DKB 393. PIONEER: 30F90. Ciclo Tardio: MONSANTO: AG 1051, AG 4051 e DKB 990; SEMEALI: XB 8028 e XB 4013.

5. RELAÇÃO DE MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO E PERÍODOS INDICADOS PARA SEMEADURA

A relação de municípios do Estado de São Paulo aptos para a semeadura, suprimidos todos os outros, onde a cultura não é recomendada, foi calcada em dados disponíveis por ocasião da sua elaboração. Se algum município mudou de nome ou foi criado um novo, em razão de emancipação de um daqueles da listagem abaixo, todas as recomendações são idênticas às do município de origem até que nova relação o inclua formalmente.

A época de semeadura indicada para cada município, não será prorrogada ou antecipada. No caso de ocorrer algum evento atípico que impeça a semeadura nas épocas indicadas, recomenda-se aos produtores não efetivarem a implantação da lavoura nesta safra.

Nota: Informações complementares sobre as características agronômicas, região de adaptação, reação a fatores adversos das cultivares de milho 2ª safra estão especificadas, especificadas e disponibilizadas na Coordenação-Geral de Zoneamento Agropecuário, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 6º andar, sala 646, CEP 70.043-900 - Brasília/DF e no site www.agricultura.gov.br.