Decreto nº 10083 DE 17/01/2022
Norma Estadual - Paraná - Publicado no DOE em 17 jan 2022
Regulamenta o procedimento de Acordo Direto de Precatórios relativo à Sétima Rodada de Conciliação de Precatórios, observando o disposto na Lei nº 17.082, de 9 de fevereiro de 2012.
(Revogado pelo Decreto Nº 10744 DE 07/04/2022):
O Governador do Estado do Paraná, no uso de suas atribuições que lhe confere o inciso V do artigo 87 da Constituição Estadual e
Considerando o disposto na Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012, bem como o contido no protocola sob nº 17.909.486-0,
Decreta:
Seção I - Disposições Gerais
Art. 1º Nos termos do disposto na Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012, observado o disposto no artigo 102, § 1º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição Federal , com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 99 , de 14 de dezembro de 2017, e no artigo 76 da Resolução nº 303, de 18 de dezembro de 2019, do Conselho Nacional de Justiça, fica instituído o regime especial de pagamento de créditos de precatórios requisitórios do Estado do Paraná, de suas Autarquias e Fundações, mediante acordo direto relativo à Sétima Rodada de Conciliação de Precatórios.
§ 1º Atendendo o contido no § 2º do artigo 2º da Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012, considera-se como ato convocatório desta Sétima Rodada de Conciliação de Precatórios o disposto neste Decreto.
§ 2º Ao procedimento da Sétima Rodada de Conciliação de Precatórios estatuído por este Decreto aplicam-se as normas gerais sobre acordo direto com precatórios contidas na Seção I da Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012.
§ 3º A presente rodada de conciliação tem por objeto, sendo deferido o pedido de acordo direto, o pagamento, total ou parcial, do crédito de precatório indicado no pedido inicial, pertencente ao credor originário ou ao cessionário, com a utilização dos recursos depositados em conta especial administrada no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Seção II - Da 7ª Câmara de Conciliação de Precatórios - 7ª CCP
Art. 2º Fica instituída a 7ª Câmara de Conciliação de Precatórios, adiante, neste Decreto e em outros atos oficiosos dessa rodada, identificada pela sigla "7ª CCP", a qual terá por atribuição a deliberação e aprovação do parecer conclusivo acerca dos pedidos a ela dirigidos, nos termos do que for disciplinado neste Decreto, observando-se o disposto no artigo 2º da Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012.
§ 1º Compete privativamente ao Procurador-Geral do Estado a decisão pelo deferimento ou pelo indeferimento do pedido de acordo direto e, consequentemente, sendo deferido, de firmar o respectivo Termo de Acordo Direto que da conciliação resultar, nos termos do art. 5º, caput, III, da Lei Complementar Estadual nº 26, de 30 de dezembro de 1985, com redação dada pela Lei Complementar Estadual nº 40, de 8 de dezembro de 1987.
§ 2º Todos os Procuradores do Estado ficam investidos na atribuição de analisar os pedidos de acordo direto fundados neste Decreto, incluindo a de elaborar pareceres conclusivos, cabendo ao Procurador-Geral do Estado a respectiva designação para este fim.
§ 3º A 7ª CCP funcionará no âmbito da Procuradoria-Geral do Estado, em sua sede na Capital do Estado, observado o disposto no artigo 2º da Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012.
Seção III - Os Credores e os Créditos Aptos à Sétima Rodada de Conciliação de Precatórios
Art. 3º Serão admitidos à conciliação disciplinada neste Decreto os créditos de precatórios comuns e alimentares, desde que regularmente inscritos para pagamento, independentemente do ano orçamentário de inscrição, em que seja devedor o Estado do Paraná, suas Autarquias e Fundações.
§ 1º Serão admissíveis os créditos de precatórios que constem na relação do Sistema de Gestão de Precatórios do Departamento de Gestão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná como débitos pendentes de pagamentos pelo Estado do Paraná, observada a ordem de preferência dos credores quando do efetivo pagamento, nos termos da exigência contida no artigo 102, § 1º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e consoante regras dispostas no presente Decreto.
§ 2º Na rodada de conciliação disciplinada neste Decreto o requerente poderá indicar créditos que tenham origem em, no máximo, de até 5 (cinco) precatórios distintos, independentemente do número de créditos deles decorrentes.
§ 3º Não há limitação do número de créditos de um mesmo precatório, inclusive nas hipóteses de multiplicidade de credores ou de fracionamentos autorizados por lei.
Art. 4º Para a conciliação de créditos de precatórios de que trata este Decreto poderão aderir ao regime os credores originários e os cessionários de precatórios não pagos e requisitados à entidade devedora.
Parágrafo único. Para os fins específicos desse regime especial de pagamento por acordo direto relativo à Sétima Rodada de Conciliação de Precatórios, considera-se:
I - Credor originário a pessoa física ou jurídica em nome de quem foi expedido o precatório quando da sua regular inscrição, devendo constar no rol de credores devidamente cadastrados no Sistema de Gestão de Precatórios do Departamento de Gestão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná até a data da publicação deste Decreto; e,
II - Cessionário a pessoa física ou jurídica que adquiriu o valor total ou parcial de crédito de precatório expedido em nome do credor originário em uma cessão primária, ou ainda, que tenha adquirido de outro cessionário anterior na cadeia dominial das cessões de crédito, desde que, em qualquer das cessões, tenha efetivado a comunicação dessa cessão nos autos de origem do precatório e que conste no rol de credores cessionários devidamente habilitados e cadastrados no Sistema de Gestão de Precatórios do Departamento de Gestão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná até a data da publicação deste Decreto.
Art. 5º Os créditos pertencentes originalmente aos litisconsortes e substituídos processuais poderão ser objeto da conciliação ora disciplinada, sendo considerados créditos individuais e autônomos para os fins deste Decreto, independentemente do crédito pertencer a credor originário ou a cessionário adquirente.
Art. 6º Os créditos de precatórios relativos aos honorários advocatícios sucumbenciais e contratuais pertencentes ao advogado são considerados autônomos exclusivamente para os fins deste Decreto e independem de anuência do detentor do crédito principal no precatório para que possam ser objeto da conciliação requerida por credor originário ou por cessionário.
§ 1º Relativamente aos honorários advocatícios, consideram-se:
I - Sucumbenciais os que foram arbitrados pelo juízo em favor do patrono da parte credora litigante com o ente público, nos termos da legislação processual aplicável.
II - Contratuais os que foram fixados em cláusula contratual, cujo respectivo instrumento de pactuação da prestação de serviços advocatícios tenha sido acostado aos autos judiciais de origem do precatório, assim como na autuação do precatório junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, além de ser juntado no respectivo pedido de acordo direto perante a 7ª CCP.
§ 2º Na cessão de crédito efetivada pelo advogado relativamente aos honorários advocatícios contratuais, o crédito cedido estará apto à conciliação ainda que a cessão tenha ocorrido sem a anuência expressa do autor ou autores na ação, desde que não haja questionamento acerca da titularidade do crédito, tampouco sobre o valor percentual pactuado objeto da reserva e destaque do valor bruto do crédito do autor ou autores, observado o disposto no inciso II do § 1º deste artigo.
§ 3º Pertencendo os honorários advocatícios a sociedade de advogados, deverá ser acostado ao pedido documento para comprovação dessa titularidade e da respectiva representação legal da sociedade, inclusive na hipótese de cessão de crédito.
Art. 7º Na hipótese de crédito de precatório em que tenha ocorrido o falecimento do credor originário, a regularidade do crédito dependerá da conclusão do rito da sucessão em que o crédito tenha sido arrolado como bem ou direito a ser partilhado entre os sucessores.
§ 1º Os sucessores do de cujus e o cônjuge supérstite poderão requerer o acordo direto relativamente aos respectivos quinhões, desde que o crédito de precatório tenha sido objeto de partilha em inventário ou arrolamento, judicial ou extrajudicial, devidamente homologada perante o Juízo competente.
§ 2º Para comprovar a partilha do crédito em favor do sucessor do credor originário, o requerente deve juntar ao pedido de acordo direto o respectivo formal de partilha, para ser aferida a legitimidade do sucessor quanto à titularidade do crédito, além da comprovação do pagamento do respectivo Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD incidente em face da transmissão na sucessão.
Art. 8º O cessionário pode requerer a conciliação ora disciplinada, relativamente ao crédito adquirido de credor originário, expresso em valor percentual, desde que tenha promovido a comunicação da respectiva cessão de crédito nos autos da ação no Juízo ou no Tribunal de origem do precatório, como também no protocolo de controle do Precatório perante o Departamento de Gestão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e perante a Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná.
§ 1º Sendo a cessão de crédito parcial, a conciliação ficará restrita à parte adquirida do crédito indicado pelo requerente.
§ 2º A cadeia dominial de sucessão do crédito deverá ser comprovada, de maneira individualizada, desde o credor originário até o último cedente e respectivos cessionários, por meio de apresentação de todos os instrumentos jurídicos relativos às cessões de créditos nos autos judiciais que originaram a requisição e nos autos de precatório requisitório.
§ 3º Na hipótese de existir outra cessão primária efetivada pelo credor originário relativamente ao mesmo crédito total, em cadeia dominial paralela ao crédito indicado no pedido de acordo direto, deverá o requerente anexar os respectivos instrumentos públicos de cessão de crédito em que conste o valor percentual da cessão parcial e demais documentos que comprovem a ausência de excesso nas cessões.
§ 4º Sendo crédito de cessão parcial na cadeia dominial a partir de uma cessão secundária em diante, devem ser acostados os respectivos instrumentos de cessão exigidos na forma do disposto no § 3º deste artigo.
§ 5º Para estabelecimento da cadeia dominial de sucessão do crédito, os instrumentos públicos de cessão devem ser apresentados nos autos judiciais que originaram a requisição de pagamento e nos autos de precatório requisitório, levando-se em conta para estabelecimento da preferência entre cessionários credores, sucessivamente, a data de celebração da cessão e a data da comunicação ao juízo de origem do precatório.
§ 6º Tratando-se de cessão de crédito formalizada por instrumento privado, deverá ser comprovado o respectivo registro no Cartório competente, observando-se, no que couber, a legislação civil que rege o instituto da cessão de crédito.
§ 7º Na hipótese da aquisição do crédito de precatório pelo cessionário ter sido declarada no instrumento público ou privado de cessão como sendo em pagamento parcelado ou sob condição, deverá o requerente apresentar prova de quitação no negócio jurídico celebrado entre cedentes e cessionários, em todas as cessões da mesma cadeia dominial, na forma como prevê o § 4º deste artigo.
§ 8º Aos sucessores do cessionário aplica-se o disposto neste artigo, bem como as regras previstas no artigo 7º deste Decreto.
Art. 9º Na hipótese da cessão de crédito ter sido celebrada por sucessor ou sucessores causa mortis do credor originário, observar-se-á o seguinte:
I - Com a finalidade de ser aferida a titularidade do crédito de precatório, o requerente deve comprovar, por meio de apresentação de formal de partilha, judicial ou extrajudicial devidamente homologada, que o crédito foi cedido pelo legítimo detentor, e que foi efetivado o pagamento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD incidente em face da transmissão na sucessão;
II - Cedido o crédito de precatório antes da efetivação da partilha, deverá ficar demonstrado que todos os sucessores, se mais de um houver, celebraram o negócio jurídico, ou que aquele que o celebrou é o único sucessor, e que foi pago o respectivo Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD incidente em face da transmissão na sucessão.
Seção IV - Liquidez, Certeza e Exigibilidade dos Créditos Aptos à Conciliação
Art. 10. A conciliação tem por objeto a totalidade de cada crédito de precatório individualmente indicado no pedido de acordo direto, ressalvada a hipótese de renúncia de parte desse mesmo crédito, sendo vedada a indicação à conciliação de montante menor de que detém o credor originário ou o cessionário.
§ 1º Sendo indicados no pedido inicial de acordo direto dois ou mais créditos de um mesmo precatório, cada um deles será considerado um crédito individual para os fins deste Decreto, observada a hipótese do fracionamento disciplinado neste Decreto.
§ 2º Os valores dos créditos individuais decorrentes dos fracionamentos autorizados neste Decreto podem ser inferiores ao limite fixado para obrigações de pequeno valor, desde que o crédito global ultrapasse esse limite, e devem ter seus montantes individualizados, não podendo o crédito decorrente de cessão parcial de crédito ou partilha estar traduzido em valor nominal, ou apenas neste, mas sim em valor percentual, na forma disciplinada neste Decreto.
§ 3º Salvo se houver disposição expressa nos autos de origem ou no protocolo do precatório, as custas processuais e os honorários advocatícios sucumbenciais não integram a base de cálculo do crédito pertencente ao credor originário autor na ação ou em nome de quem foi expedido o precatório.
Art. 11. O crédito decorrente de cessão parcial deve estar traduzido em valor percentual relativamente ao crédito total pertencente ao credor originário cedente na cessão primária, declarando-se expressamente no instrumento jurídico o montante objeto de cessão.
§ 1º Havendo multiplicidade de credores originários e sendo delimitável o percentual do crédito individual de cada um deles, o valor percentual não poderá ser em relação ao crédito total do precatório, devendo ser declarado o valor percentual sempre em relação ao credor originário cedente.
§ 2º Tratando-se de crédito de precatório pertencente ao litisconsorte, ao substituído processual ou ao advogado, o crédito individualizado deve estar discriminado no precatório ou em desmembramento feito pelo Contador do juízo.
§ 3º O instrumento jurídico da cessão do crédito, público ou privado, que declarar apenas um valor nominal como objeto da cessão deve ser retificado, para que se faça constar o valor percentual efetivo da cessão de crédito, a teor do que dispõe o caput deste artigo.
§ 4º Se no instrumento jurídico de cessão do crédito, público ou privado, constar o valor percentual e também o valor nominal, levar-se-á em conta apenas o primeiro, salvo se do instrumento jurídico de cessão decorrer que deva prevalecer o segundo, caso em que se aplica o disposto no § 3º deste artigo.
§ 5º O valor percentual do crédito de precatório tem como base de cálculo o valor total bruto do crédito pertencente ao credor originário cedente, devendo ser retificado o instrumento jurídico da cessão de crédito se eleger outro critério na aferição do valor total, incluídos nessa base de cálculo eventuais honorários advocatícios contratuais e excluídos os honorários advocatícios sucumbenciais, os honorários periciais e as custas processuais, quando forem devidos no mesmo precatório.
§ 6º Para efeitos do disposto nos §§ 3º e 4º deste artigo, a retificação não poderá significar o incremento do valor do crédito efetivamente cedido.
§ 7º A Procuradoria-Geral do Estado, quando a hipótese comportar, poderá afirmar o valor percentual do crédito em relação ao credor originário cedente, extraindo do instrumento jurídico da cessão de crédito os elementos para essa definição.
Art. 12. Ficará dispensada a retificação da Escritura Pública de cessão quando a cessão for de crédito relativo à integralidade da parcela de precatório sujeito ao regime dos artigos 33 e 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal , respectivamente nos regimes de oitavos e de décimos, ou um valor percentual sobre essas parcelas, salvo se da Escritura Pública constar apenas o valor nominal da cessão.
Parágrafo único. A Escritura Pública de cessão de crédito decorrente de precatórios do regime de oitavos ou décimos poderá declarar apenas o valor nominal se, expressamente, esse valor corresponder ao valor total de uma ou mais dessas parcelas na integralidade.
Art. 13. Tratando-se de crédito de precatório decorrente de sucessivos negócios jurídicos na cadeia dominial que acarretaram cessões parciais ou totais, todas as Escrituras Públicas, desde a primeira cessão efetivada pelo credor originário, devem declarar expressamente o valor percentual do crédito objeto de cada cessão para que seja aferida a regularidade do crédito oferecido à conciliação, observado o disposto no artigo 8º deste Decreto.
Art. 14. Não pode ser objeto de conciliação:
I - O crédito decorrente de precatório com suspensão de sua exigibilidade por decisão judicial exarada nos autos judiciais de origem ou no âmbito do protocolo de controle no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná;
II - O crédito decorrente de precatório sobre cuja titularidade não haja certeza, inclusive no que se refere ao montante reservado a título de honorários advocatícios contratuais, observado o disposto no artigo 6º deste Decreto;
III - O crédito de precatório que não ostente plena liquidez, seja com relação ao próprio crédito, seja em relação ao valor total do respectivo precatório;
IV - O crédito de precatório em que já foi expedida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná a ordem de pagamento do valor total ou parcial do crédito, mediante a remessa ao Juízo de origem do respectivo valor do precatório, por faltar-lhe o atributo da exigibilidade;
V - O crédito de precatório em que já tenha ocorrido compensação parcial em regimes especiais de quitação de débito tributário com crédito de precatório anteriormente regulamentados pelo Estado do Paraná;
VI - Quando pertencente ao cessionário, o crédito de precatório em que o credor originário já foi beneficiado com o pagamento parcial na condição de credor superpreferencial;
VII - O crédito de precatório sobre o qual incida constrição judicial, inclusive a deferida em favor do Estado do Paraná em cobrança judicial da dívida ativa tributária;
VIII - O crédito de precatório pertencente a credor originário ou a cessionário que esteja em débito com a Fazenda Pública do Estado do Paraná, exceto se o total da dívida tributária estiver em regime de parcelamento tributário sob a gestão da Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná, devidamente regular e sem pendência de pagamento de qualquer parcela;
IX - O crédito de precatório em que haja a pendência de recurso judicial ou qualquer outra medida judicial em que sejam discutidos os atributos da certeza, da liquidez e da exigibilidade, observado o disposto no § 1º do artigo 102 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição Federal , com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 99 , de 14 de dezembro de 2017; e,
X - O crédito de precatório em que tenha qualquer outro vício material ou formal, sanável ou não, não discriminado expressamente neste Decreto, que atente contra os atributos da certeza, da liquidez e da exigibilidade do crédito ou do próprio precatório, devidamente relatado no parecer conclusivo.
§ 1º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, a ausência de exigibilidade ficará também caracterizada se estiver pendente o julgamento ou o trânsito em julgado de ação rescisória, de querela nullitatis ou de ação anulatória que tenham por objeto o cancelamento do precatório.
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, a titularidade do crédito 10 será aferida no caso de cessão de crédito efetivada pelo credor originário ou cessionário em duplicidade ou que tenha coincidência de objeto do montante cedido, ainda que seja parcial a cessão do crédito.
§ 3º Em face do disposto no § 2º deste artigo, o excesso de cessão ficará caracterizado independentemente da data da celebração do negócio jurídico, da data da comunicação da cessão, ou outro critério de definição da ordem cronológica na cessão do crédito indicado no pedido inicial de acordo direto.
§ 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, caracteriza-se a titularidade controvertida quando sobre o crédito pende discussão sobre o quinhão hereditário na partilha do crédito, ou ainda, se o advogado patrono na causa e os autores discutem a quem pertence o crédito de precatório, originário ou complementar, em razão de contrato de honorários advocatícios segundo o qual todos os acessórios pertenceriam ao patrono.
§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a ausência de liquidez ficará caracterizada se houver controvérsia sobre o valor do crédito, independentemente de decisão determinando suspensão, ou ainda, que esteja pendente qualquer medida judicial que tenha por objeto o recálculo, mesmo sem trânsito em julgado.
§ 6º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, observa-se o atributo da liquidez se foi reconhecido um valor incontroverso do valor total do precatório por decisão do Poder Judiciário, com trânsito em julgado.
§ 7º Na hipótese do inciso IV do caput deste artigo, se no trâmite e no curso da análise do pedido de acordo direto for determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná a reserva de numerário para pagamento do precatório, o crédito não poderá ser objeto da conciliação regulamentada neste Decreto.
§ 8º Considerando a vedação contida no inciso VI do caput deste artigo, sendo requerente o próprio credor originário já beneficiado com o pagamento como crédito superpreferencial, deverá estar apontado no Sistema de Gestão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná o valor percentual correspondente ao saldo do crédito de precatório, relativamente ao valor total 11 atualizado à época do respectivo pagamento parcial, observando-se o disposto no artigo 9º da Resolução nº 303, de 18 de dezembro de 2019, do Conselho Nacional de Justiça - CNJ.
§ 9º Não sendo observada a exigência contida no § 8º deste artigo, o parecer conclusivo opinará pelo indeferimento do pedido de acordo direto.
Art. 15. As situações discriminadas no artigo 14 deste Decreto podem ser caracterizadas enquanto estiver pendente de análise o pedido de acordo direto perante a 7ª CCP, hipótese em que o respectivo parecer conclusivo opinará pelo indeferimento do pedido.
Art. 16. Se houver pedido administrativo de compensação pendente ou pedido judicial de compensação sem trânsito em julgado, o crédito objeto desses pedidos somente pode ser objeto de conciliação se o interessado desistir expressamente do pedido de compensação em tela, anexando cópias autênticas dos respectivos protocolos ao pedido de acordo direto perante a 7ª CCP.
§ 1º Na hipótese de pedido administrativo de compensação ainda pendente de decisão, deverá comprovar, quando apresentar o pedido de acordo direto sob o regime deste Decreto, que formulou pedido expresso de desistência.
§ 2º Pendente medida judicial sobre eventual direito à compensação, em qualquer grau de jurisdição, deverá formular pedido de desistência e de renúncia à pretensão, nos termos do artigo 487, inciso III, alínea "c", da Lei Federal nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil , mediante petição nos autos judiciais.
§ 3º Não sendo acostados os documentos exigidos neste artigo, o crédito não poderá ser conciliado, hipótese em que o parecer conclusivo opinará pelo indeferimento do pedido de acordo direto.
Seção V - O Valor Líquido do Crédito Apto à Conciliação
Art. 17. Atendendo o disposto no § 1º do artigo 102 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição Federal , com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 99 , de 14 de dezembro de 2017, assim como nos artigos 34, § 2º, inciso II, alínea "c" e 76, inciso III, ambos da Resolução nº 303, de 18 de dezembro de 2019, do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, sobre o valor total atualizado do crédito de precatório indicado no pedido inicial de acordo direto serão aplicados os seguintes valores percentuais a título de deságio:
I - De 30% (trinta por cento) sobre o crédito de precatório pertencente ao credor originário requerente perante a 7ª CCP, cujo montante do deságio incidirá sobre o valor total devidamente atualizado até o mês em que ocorrer o pagamento no acordo direto celebrado; ou,
II - De 40% (quarenta por cento) sobre o crédito de precatório pertencente ao cessionário requerente perante a 7ª CCP, cujo montante do deságio incidirá sobre o valor total devidamente atualizado até o mês em que ocorrer o pagamento no acordo direto celebrado.
Art. 18. Após a dedução do deságio previsto no artigo 17 deste Decreto, o valor do crédito de precatório objeto da conciliação é o seu valor líquido, assim entendido o valor do crédito apurado após a dedução das retenções legais, quando incidentes, a título de Imposto sobre a Renda e de Contribuição Previdenciária devida ao regime previdenciário oficial do Estado do Paraná.
§ 1º Para os fins específicos da conciliação de que trata este Decreto, compete à assessoria técnica da Procuradoria-Geral do Estado a apuração dos valores dos créditos de precatórios, inclusive das eventuais retenções legais incidentes, cujos critérios de aferição do montante serão os mesmos adotados e reconhecidos pelo Poder Judiciário, observada a legislação aplicável à espécie.
§ 2º As guias de recolhimento do imposto sobre a renda incidente sobre o crédito de precatório, quando devido, serão emitidas pela Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná, enquanto que a guia de recolhimento relativa à contribuição previdenciária incidente sobre o crédito de precatório, quando devida, será emitida pelo setor competente da PARANAPREVIDÊNCIA.
§ 3º Compete à assessoria técnica da Procuradoria-Geral do Estado a elaboração dos cálculos dos valores a serem declarados no acordo direto e ficará responsável pelo recebimento e gestão das guias mencionadas nos parágrafos anteriores, devendo anexá-las ao protocolo administrativo do pedido quando da juntada dos cálculos anexos ao termo de acordo direto e subsequente remessa ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para a respectiva homologação do acordo celebrado.
§ 4º Os valores das retenções legais previstas no caput deste artigo, após a respectiva homologação do acordo direto celebrado, serão pagos no Departamento Econômico e Financeiro do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, mediante a utilização dos recursos financeiros depositados em conta especial para pagamento do acordo direto, cujas guias de recolhimentos serão anexadas ao protocolo administrativo da 7ª CCP, conforme dispõe o § 3º do artigo 1º deste Decreto.
§ 5º O crédito de precatório cujo pedido de acordo direto foi indeferido nesta rodada de conciliação manter-se-á na ordem cronológica de pagamento do precatório.
Seção VI - Pressupostos para o Pedido de Acordo Direto perante a 7ª CCP
Art. 19. A adesão à conciliação de que trata este Decreto fica condicionada à formalização de pedido formal de acordo direto dirigido à 7ª CCP, atendendo as exigências e condições estabelecidas neste Decreto.
Art. 20. O pedido de acordo direto de que trata este Decreto, relativamente a origem do crédito de precatório, importa em renúncia a qualquer defesa, recurso administrativo ou ação judicial, bem como desistência dos já interpostos, com renúncia ao direito que se funda a ação, nos termos do disposto no artigo 487, inciso III, alínea "c", da Lei Federal nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.
Art. 21. A formalização do pedido de acordo direto com precatórios de que trata este Decreto não significará renúncia à posição na ordem de preferência no pagamento do respectivo crédito, observando-se, quanto à ordem de preferência e à ordem cronológica de pagamento, o disposto no artigo 102, § 1º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição Federal , com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 99 , de 14 de dezembro de 2017, bem como a disciplina contida no Título II, Capítulo I, da Resolução nº 303, de 18 de dezembro de 2019, do Conselho Nacional de Justiça e, por fim, o regramento disposto no artigo 23 do Decreto Judiciário nº 520, de 6 de novembro de 2020, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Seção VII - O Requerimento e os Documentos para Instruir o Pedido de Acordo Direto
Art. 22. Aquele que detiver crédito de precatório que se enquadre nos pressupostos estabelecidos neste Decreto e que pretende firmar o respectivo acordo direto, apresentará o requerimento de conciliação dirigido à presidência da 7ª Câmara de Conciliação de Precatórios - 7ª CCP, por escrito, o qual deverá estar acompanhado dos documentos exigidos neste Decreto, conforme modelos propostos no Anexo 1, se o requerente for pessoa jurídica, e no Anexo 2, se o requerente for pessoa física, ambos deste Decreto.
§ 1º O prazo para a formalização do pedido de acordo direto regulado por este Decreto tem como termo inicial o dia 1º de julho de 2022 e como termo final o dia 30 de setembro de 2022, no limite de horário até as 18 horas.
§ 2º No prazo previsto no § 1º deste artigo, o requerente deverá apresentar o seu pedido por escrito e anexando todos os documentos exigidos neste Decreto, mediante acesso ao endereço eletrônico www.pge.pr.gov.br, no ícone do "protocolo digital", observado o disposto no caput deste artigo.
§ 3º Para cada crédito de precatório, deverá o credor requerente formular pedido individualizado e apartado, acostando em cada requerimento todos os documentos exigidos neste Decreto, ainda que sejam os mesmos exigidos em outro requerimento formalizado, observado o disposto nos §§ 2º e 3º do artigo 3º deste Decreto.
Art. 23. Com exceção do credor previsto no artigo 6º deste Decreto e daquele que litiga em causa própria, nos termos do artigo 103 , parágrafo único, da Lei nº 13.105 , de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil , todas as pessoas habilitadas à conciliação, segundo a disciplina deste Decreto, devem se fazer representar, no pedido de acordo direto, por advogado.
Parágrafo único. O advogado deverá estar munido de procuração, com reconhecimento de firma do outorgante, que contenha, além dos poderes intrínsecos à cláusula ad judicia, os poderes específicos para transigir e dar quitação ao crédito de precatório, e que mencione os autos judiciais do Juízo de origem e o respectivo precatório de onde decorre o crédito objeto da conciliação, considerando o disposto no § 3º do artigo 1º deste Decreto.
Art. 24. O requerimento expresso de acordo direto dirigido à 7ª CCP deve conter:
I - A qualificação completa do requerente, indicando o CNPJ se for pessoa jurídica, ou o CPF e o número de identidade civil se for pessoa física, além do endereço postal completo, o endereço eletrônico e os números de telefones para contato;
II - A qualificação completa do representante legal, sendo pessoa jurídica a requerente, indicando o número de identidade civil, o CPF, além do endereço postal completo, o endereço eletrônico e os números de telefones para contato;
III - A qualificação completa do administrador judicial, sendo Massa Falida a requerente, indicando o número de identidade civil, o CPF, além do endereço postal completo, o endereço eletrônico e os números de telefones para contato;
IV - A qualificação completa do advogado, indicando o número de inscrição na OAB e respectiva seccional, o número de identidade civil, o CPF, além do endereço postal completo, o endereço eletrônico e os números de telefones para contato;
V - A indicação do crédito do precatório, contendo na descrição:
a) o número do protocolo do precatório junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, formado por até seis dígitos numéricos, seguindo-se uma barra e os quatro dígitos relativos ao ano de inscrição;
b) o número dos Autos judiciais de origem, numeração antiga ou numeração atual do CNJ, a Vara e a respectiva Comarca ou, se for o caso, o Tribunal de origem;
c) a identificação do nome completo do credor originário do crédito indicado à conciliação; e,
d) o valor percentual do crédito de precatório indicado à conciliação em relação ao valor total pertencente ao credor originário, inclusive na hipótese de cessão total ou parcial, observando-se a limitação contida nos § 2º do artigo 3º e nos dispositivos da Seção IV, todos deste Decreto.
Parágrafo único. Ocorrendo alteração nos endereços postais e eletrônicos, bem como nos números de telefones fixos e celulares do requerente e do advogado subscritor do pedido, a 7ª CCP deve ser comunicada imediatamente dessas alterações, sob pena de indeferimento do pedido na hipótese de não localização ou de impossibilidade de contato em face de alteração desses dados não comunicada.
Art. 25. O pedido de acordo direto deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - Cópia autêntica da versão original e, sendo o caso, da última alteração registrada na Junta Comercial do Paraná do Contrato Social, Estatuto ou certidão de empresário individual se o requerente for sociedade mercantil, firma individual ou EIRELI, evidenciando quem é o representante legal e detentor de poderes para outorga do instrumento de mandato em favor do advogado;
II - Cópia do documento oficial de identificação do requerente ou, se for o caso, do representante legal da empresa;
III - Cópia do documento oficial de identificação do administrador judicial, na hipótese do requerente que está sob o regime de recuperação ou de falência;
IV - Cópia da Carteira de Advogado subscritor do requerimento;
V - Procuração outorgando poderes especiais em favor do advogado, observado o disposto no parágrafo único do artigo 24 deste Decreto;
VI - Cópia do contrato constitutivo de sociedade de advogados, no qual esteja especificado quem é o representante legal da sociedade, bem como cópia autenticada do documento oficial de identidade do representante legal da sociedade de advogados, na hipótese de ser a pessoa jurídica detentora dos poderes outorgados na procuração, ou ainda, se for ela a própria requerente, observado o disposto no § 3º do artigo 6º deste Decreto;
VII - Cópia do formal de partilha, judicial ou extrajudicial, além da respectiva decisão homologatória, na hipótese dos artigos 7º e 9º deste Decreto, bem como do comprovante do recolhimento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD, se for devido em face da partilha na sucessão;
VIII - Original ou cópia autenticada de cada uma das certidões das Escrituras Públicas de Cessão exigidas neste Decreto, ou do instrumento privado devidamente registrado, desde o credor original até o último cessionário, demonstrando toda a cadeia dominial sucessória, além das cadeias dominiais paralelas quando efetivadas cessões parciais do mesmo crédito, observando-se, quanto aos credores e quanto aos pressupostos relativos à certeza, à liquidez e à exigibilidade do crédito, o disposto nas Seções IV e V deste Decreto;
IX - Na hipótese de sucessão empresarial, cópia dos atos comprobatórios dessa sucessão;
X - Na hipótese de sucessão empresarial regida pelas normas de direito tributário, cópias dos documentos comprobatórios da sucessão e respectivas decisões que reconheceram a sucessão tributária;
XI - Cópia do formal de partilha e da respectiva sentença homologatória, ou da Escritura Pública de inventário e da partilha, na hipótese de falecimento do credor originário ou do cessionário, bem como do comprovante do recolhimento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD devido em face da sucessão;
XII - Cópias dos requerimentos de desistência do pedido administrativo e judicial de compensação, na forma como está disciplinado no artigo 16 deste Decreto;
XIII - Na hipótese do requerente em regime de recuperação judicial ou extrajudicial, os documentos que comprovem essa condição, especialmente o plano de recuperação devidamente homologado pelo Juízo de Direito competente;
XIV - Na hipótese do requerente em regime de falência, os documentos que comprovem essa condição, especialmente a decisão judicial que decretou o regime falimentar e identificação do administrador judicial designado;
XV - Certidão expedida pela Vara do Juízo ou Tribunal de origem do precatório atestando a certeza, a liquidez, a exigibilidade e a titularidade do crédito indicado no pedido de acordo direto, além de evidenciar o valor percentual do crédito em relação ao montante cabível ao credor originário;
XVI - Certidão expedida pela Vara do Juízo ou Tribunal de origem do precatório atestando a certeza, a liquidez, a exigibilidade e a titularidade dos créditos decorrentes de cessões parciais nas cadeias dominiais paralelas em relação ao crédito de precatório indicado no pedido de acordo direto, além de evidenciar o valor percentual de cada uma dessas cessões parciais paralelas em relação ao montante cabível ao credor originário, sem prejuízo do disposto no artigo 8º deste Decreto;
XVII - Certidão expedida pelo Cartório Distribuidor, da Vara do Juízo ou do Tribunal de origem do precatório, atestando inexistência de ações ajuizadas contra o credor originário ou cessionário cujo objeto seja a impugnação do crédito quanto aos atributos da liquidez, certeza e exigibilidade, via ação ordinária, ação rescisória ou decorrente de querela nullitatis, sem prejuízo no disposto no § 1º do artigo 14 deste Decreto; e,
XVIII - Certidão expedida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná atestando a certeza, a liquidez, a exigibilidade e a titularidade do crédito de precatório indicado à conciliação.
§ 1º Visando a observância dos pressupostos da conciliação ou da regularidade do crédito, a 7ª CCP poderá exigir que o requerente apresente outros documentos, preste esclarecimentos ou informações que possam atestar a certeza, a liquidez, a exigibilidade e a titularidade do crédito de precatório indicado no pedido inicial de acordo direito.
§ 2º A apresentação dos documentos não dispensa a análise pela 7ª CCP dos autos judiciais e do precatório requisitório para verificação do preenchimento das condições legais e regulamentares para a conciliação regulamentada neste Decreto, em especial, a certeza, a liquidez e a titularidade do crédito de precatório indicado pelo requerente.
§ 3º Considerando que todo o rito se dará no âmbito do protocolo digital, com o escopo de aferição da autenticidade dos documentos acostados eletronicamente pelo interessado, original ou cópia autenticada, se o Procurador do Estado relator do pedido entender necessário, poderá solicitar ao interessado que apresente o documento físico, mediante comparecimento à sede da PGE em Curitiba, local de funcionamento da 7ª CCP, oportunidade em que será devidamente intimado para a prática desse ato, observado o mesmo prazo definido no § 2º do artigo 40 deste Decreto.
Art. 26. Sendo o advogado o próprio requerente interessado, além das exigências específicas ao caso, observar-se o seguinte:
I - Deverá comprovar, mediante certidão do Cartório, que o requerente litiga em causa própria, ou que seu crédito é de honorários advocatícios sucumbenciais e a ele pertence;
II - Deverá comprovar, mediante certidão do Cartório e juntada de cópia autenticada de peças processuais, que o crédito do requerente decorre de honorários advocatícios contratuais e a ele pertence, e que houve juntada do contrato antes da expedição do precatório, na hipótese do artigo 6º deste Decreto, caso em que se dispensa a apresentação do documento previsto no inciso V do artigo 25 deste Decreto.
Art. 27. Encerrado o prazo estabelecido no § 1º do artigo 22 deste Decreto para a formalização, via protocolo digital, do pedido de acordo direto, caberá à 7ª CCP organizar os protocolos, promovendo o controle da ordem de apreciação dos pedidos, observando-se o disposto no artigo 21 deste Decreto, relativamente à ordem cronológica de inscrição do precatório em que tem origem o crédito objeto da conciliação requerida, do ano orçamentário mais antigo para o mais recente.
§ 1º A 7ª CCP deverá concluir a lista com a ordem de apreciação dos pedidos de acordo direto, segundo o critério definido no caput deste artigo, no prazo máximo de 60 (sessenta dias), contados a partir do primeiro dia útil seguinte ao término do prazo fixado no § 1º do artigo 22 deste Decreto.
§ 2º Antes da análise do pedidos, com o escopo de ser observada a ordem de preferência, nos termos do artigo 21 deste Decreto, a presidência da 7ª CCP encaminhará, mediante ofício, a lista prevista no § 1º deste artigo ao Departamento de Gestão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para ciência e eventuais anotações para correção quanto à ordem de preferência, as quais serão comunicadas à 7ª CCP para finalização da lista e demais providências que se fizerem necessárias.
Seção VIII - O Procedimento na Análise do Pedido de Acordo Direto
Art. 28. O procedimento de análise nos pedidos de acordo direto relativos à Sétima Rodada de Conciliação de Precatórios rege-se pelas regras desta Seção.
Art. 29. De todo ato a ser praticado pelo requerente, será ele regularmente intimado pela 7ª CCP e pela Procuradoria-Geral do Estado, cujos prazos de comunicação de atos e de intimação serão contados:
I - Da data da assinatura da intimação pessoal, quando ocorrer o comparecimento do requerente ou de seu advogado na sede da PGE em Curitiba;
II - Da data da ciência do recebimento do Aviso de recebimento, quando a intimação for via postal;
III - Da data da confirmação da leitura do conteúdo da mensagem por meio eletrônico, se a intimação for eletrônica; caso não ocorra a leitura ou não seja possível aferir a leitura pelo interessado destinatário da mensagem, o prazo terá como termo inicial o terceiro dia útil seguinte ao do envio da mensagem eletrônica referente à intimação.
§ 1º Todos os atos do requerente, após a sua regular intimação, deverão ser praticados no prazo improrrogável de 10 (dez) dias corridos, contados segundo os critérios definidos nos incisos I, II e III do caput deste artigo.
§ 2º O termo inicial do prazo indicado no § 1º deste artigo é o primeiro dia útil seguinte à data da intimação, sendo que o termo final recairá sempre em dia útil ou de regular expediente na administração pública estadual, observado o disposto no inciso III do caput deste artigo quando a intimação for por mensagem eletrônica.
§ 3º Para atender o disposto no inciso III do caput deste artigo, a mensagem eletrônica enviada pela 7ª CCP será pelo endereço eletrônico 7ccp@pge.pr.gov.br, o qual será exclusivo para as intimações reguladas neste Decreto.
Art. 30. Todos os atos oficiosos que signifiquem a representação da 7ª CCP, bem como os atos impulsionadores do procedimento de análise dos pedidos, inclusive as intimações do requerente para a ciência de decisões exaradas no trâmite, será de responsabilidade do Procurador designado para o exercício da presidência da câmara, observado o contido no § 1º do artigo 2º da Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012.
Art. 31. Definida a ordem de apreciação segundo o critério estabelecido no artigo 27 deste Decreto, os requerimentos passarão por uma análise prévia, para aferição da presença de pressupostos mínimos e de sua tempestividade.
Art. 32. O procedimento será encaminhado à presidência da 7ª CCP, ou para o Procurador do Estado designado, para formulação imediata de parecer conclusivo opinando pelo indeferimento liminar do pedido por ato decisório privativo do Procurador-Geral do Estado, conforme determina o § 1º do artigo 2º deste Decreto, nas seguintes hipóteses:
I - Quando constatada a ausência de pressuposto mínimo para a conciliação requerida;
II - Quando o requerimento for formulado de forma intempestiva;
III - Quando o crédito de precatório indicado no pedido de acordo direto decorre de precatório sujeito a quaisquer das restrições e vedações contidas no artigo 14 deste Decreto, verificadas e descritas no âmbito dos autos judiciais no Juízo ou no Tribunal de origem ou na autuação do protocolo do precatório junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná na data da formalização do pedido perante a 7ª CCP; e,
IV - Na hipótese do requerente deixar de acostar ao pedido inicial os documentos obrigatórios exigidos neste Decreto, ou, se for o caso, na hipótese de ter sido intimado pela 7ª CCP para essa finalidade.
Art. 33. Após a análise preliminar definida no artigo 31 deste Decreto, os protocolos administrativos dos pedidos de acordo direto serão formalmente distribuídos aos Procuradores do Estado designados para o desempenho dessa atribuição funcional, nos termos da norma contida no § 2º do artigo 2º deste Decreto.
§ 1º A distribuição para a análise do pedido, por ato da presidência da câmara, será feita a partir da observância do critério estabelecido para a ordem de apreciação dos pedidos no âmbito da 7ª CCP, nos termos do que está disciplinado no artigo 27 deste Decreto.
§ 2º Estando pendente providência a cargo do requerente, durante o trâmite do pedido, a 7ª CCP poderá promover a análise dos pedidos subsequentes e, sendo o caso, finalizar e formatar o Termo de Acordo Direto de pedido posicionado adiante.
Art. 34. Respeitando-se a proteção ao sigilo de dados e ao sigilo fiscal, o acesso a quaisquer elementos, informações ou ao que está documentado no protocolo do pedido de acordo direto somente será concedido ao requerente pessoa física, ao representante legal se o requerente for pessoa jurídica ou ao advogado que acostou procuração na forma como exige este Decreto, mediante requerimento por escrito dirigido à presidência da 7ª CCP.
Parágrafo único. No momento em que for disponibilizado o acesso de que trata o caput deste artigo, as pessoas acima nominadas serão devidamente identificadas mediante apresentação de identidade civil ou profissional apresentada a qualquer servidor público lotado na 7ª CCP ou ao Procurador do Estado designado para a análise do pedido de acordo direto.
Art. 35. Da análise do pedido pelo Procurador do Estado designado para a relatoria do pedido, resultará a emissão de um parecer conclusivo em que opinará pelo deferimento ou pelo indeferimento do pedido de acordo direto, observado o disposto no artigo 33 deste Decreto.
§ 1º O parecer conclusivo, devidamente fundamentado, tem caráter opinativo e será subscrito pelo Procurador do Estado designado para a relatoria do protocolo, cabendo à 7ª CCP deliberar pela sua aprovação ou rejeição, mediante registro em ata subscrita pelos seus membros.
§ 2º Sendo aprovado pela 7ª CCP, da decisão será deduzido um termo de aprovação assinado pela presidência da câmara e que poderá ser acostado ao protocolo, o qual será encaminhado ao Procurador-Geral do Estado, a quem compete deferir ou indeferir o pedido, observado o disposto no § 1º do artigo 10-A da Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012.
§ 3º A 7ª CCP adotará medidas para controle e numeração de todos os atos relevantes no trâmite dos protocolos, especialmente quanto aos pareceres conclusivos, às informações prestados oficiosamente por Procurador do Estado no âmbito do protocolo, aos Termos de Acordo Direto celebrados, além dos ofícios e memorandos expedidos a outros setores internos da Procuradoria-Geral do Estado ou endereçados a outros órgãos públicos e destinatários privados.
Art. 36. Ressalvada a disciplina específica do artigo 32 deste Decreto, acarretará o indeferimento do pedido de acordo direto quando:
I - No mérito, se o crédito de precatório indicado pelo requerente não atender as exigências contidas neste Decreto;
II - O requerente formalizar pedido expresso de desistência da conciliação regulamentada neste Decreto, mediante requerimento dirigido à 7ª CCP com este propósito;
III - O requerente ou o seu advogado deixar de atender à exigência contida em intimação expedida pela 7ª CCP; e,
IV - O requerente ou o seu advogado deixar de atender à intimação para a assinatura do Termo de Acordo Direto, mesmo tendo sido deferida a conciliação requerida no pedido inicial.
Art. 37. Na hipótese de indeferimento, liminar ou não, do pedido de acordo direto regulamentado neste Decreto, a 7ª CCP adotará medidas para que sejam efetivadas as comunicações necessárias para amplo conhecimento dessa decisão, mediante expedição de ofícios ou memorandos para a Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná, ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, além dos setores especializados da Procuradoria-Geral do Estado para que adotem as medidas administrativas e judiciais aplicáveis à espécie.
Parágrafo único. Do indeferimento do pedido de acordo direto, por qualquer fundamento, o requerente será formalmente intimado, fornecendo-lhe cópia do ato decisório do Procurador-Geral do Estado e, caso solicite, cópia integral do protocolo relativo ao seu pedido.
Art. 38. Na hipótese de indeferimento liminar do pedido com fundamento no artigo 32 deste Decreto, ou na hipótese de indeferimento por rejeição no mérito do crédito de precatório por deliberação da 7ª CCP quando da análise regular do pedido, nos termos do que dispõe o artigo 36 deste Decreto, é vedada, em qualquer circunstância, a substituição do crédito reconhecido como inapto à conciliação por outro crédito de precatório pertencente ao mesmo requerente, no mesmo procedimento ou em protocolo aberto para esse fim.
Art. 39. Na hipótese de deferimento, total ou parcial, do pedido, caberá a assessoria técnica da 7ª CCP a elaboração do cálculo do crédito de precatório e a respectiva memória descritiva do valor líquido do crédito e a apuração dos valores relativos às retenções legais, os quais serão quitados no acordo direto firmado.
Art. 40. Deferido o pedido de acordo direto, o requerente interessado e o respectivo representante legal investido nessa condição, além do seu advogado regularmente constituído na forma do artigo 23 deste Decreto, serão intimados pela 7ª CCP para comparecer à sede da Procuradoria-Geral do Estado, na Capital do Estado, para firmar presencialmente o respectivo Termo de Acordo Direto.
§ 1º O termo de acordo poderá ser subscrito pelo próprio requerente, mediante representante legalmente investido, ou, se assim optar, poderá ser representado por seu advogado constituído na forma do artigo 23 deste Decreto.
§ 2º O prazo para o comparecimento perante a 7ª CCP para a prática do ato descrito no caput deste artigo é de 10 (dez) dias corridos, contados segundo as regras do artigo 29 e observado o disposto no inciso IV do artigo 36, ambos deste Decreto.
§ 3º A intimação para a assinatura do Termo de Acordo Direto será instruída com cópia do parecer conclusivo, com cópia do ato decisório do Procurador-Geral do Estado pelo deferimento do pedido, do próprio teor da intimação e uma minuta do termo de acordo direto.
Art. 41. O Termo de Acordo Direto conterá:
I - A identificação do requerente acordante, além da menção ao Procurador-Geral como parte celebrante no acordo;
II - A individualização do precatório que deu origem ao crédito conciliado;
III - O valor percentual do crédito de precatório indicado no pedido original e o valor percentual efetivamente a ser quitado, sempre em relação ao credor originário, caso o crédito conciliado seja uma parte da totalidade do crédito desse credor;
IV - O valor nominal do crédito de precatório apurado pela assessoria técnica da câmara, atualizado para o mês em que for celebrado o acordo a ser homologado;
V - O valor percentual do crédito efetivamente aproveitado na conciliação, correspondente ao montante a ser quitado no acordo;
VI - Cláusula expressa de autorização para que a Procuradoria-Geral do Estado ou o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná levantem o valor líquido do crédito de precatório, apurado segundo as regras deste Decreto, mediante a utilização dos recursos depositados em conta especialmente para este fim e efetive o pagamento do valor nominal correspondente em favor do requerente;
VII - Cláusula específica discriminando os valores das retenções legais devidas a título de Imposto sobre a Renda e de Contribuição Previdenciária oficial, quando forem incidentes sobre o valor do crédito de precatório conciliado; e,
VIII - As assinaturas do Procurador-Geral do Estado e do requerente ou de seu advogado regularmente constituído na forma do artigo 23 deste Decreto, como partes acordantes na conciliação firmada.
Art. 42. A Procuradoria-Geral do Estado e a 7ª CCP promoverão a readequação, de forma definitiva, do valor nominal do crédito de precatório, segundo os critérios aplicáveis à espécie, calculando o percentual do crédito efetivamente quitado no acordo.
Art. 43. A celebração do acordo implicará renúncia a qualquer discussão acerca dos critérios de cálculo do valor percentual do crédito de precatório, apurado segundo os critérios estabelecidos neste Decreto, sendo que o pagamento, quando efetivado, após a homologação do acordo firmado, significará a quitação integral do montante do crédito conciliado, cujo valor será lançado em cláusula específica no Termo de Acordo Direto.
Art. 44. Sempre que possível, o acordo direto deve ser firmado e encaminhado o respectivo protocolo administrativo para a homologação pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná no mesmo mês da elaboração dos respectivos cálculos.
Art. 45. Devidamente instruído, após a assinatura dos acordantes, será extraída cópia integral do protocolo eletrônico e enviada uma via impressa, mediante expediente formal da 7ª CCP, ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para a homologação exigida no artigo 11 da Lei nº 17.082 , de 9 de fevereiro de 2012.
Parágrafo único. No mesmo encaminhamento previsto no caput deste artigo, quando forem devidas, serão anexadas as guias para a quitação dos tributos devidos em face das retenções legais, conforme disciplina contida no artigo 18 deste Decreto.
Art. 46. Na hipótese de não homologação do acordo pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná no mesmo mês de remessa do protocolo para esse fim, deverá o valor do crédito de precatório ser atualizado e lançado no novo Termo de Acordo Direto, cabendo à 7ª CCP adotar medidas administrativas para o regular trâmite nesse procedimento.
Parágrafo único. Não homologado no mesmo mês de encaminhamento para esse fim, não havendo irregularidade insanável e sendo passível de homologação subsequente, após a ciência, a 7ª CCP encaminhará ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná a planilha atualizada dos respectivos cálculos e de novas guias de recolhimento das retenções legais, quando devidas, além da atualização do respectivo Termo de Acordo Direto, se necessário.
Art. 47. O pagamento será feito com os recursos financeiros destinados especificamente à modalidade de acordo direto com precatórios, oriundos do repasse constitucional previsto no § 1º do artigo 102 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição Federal , com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 99 , de 14 de dezembro de 2017.
Art. 48. Após a homologação e confirmação do pagamento dos valores discriminados nos artigos anteriores, a 7ª CCP promoverá a intimação do requerente para que tome ciência do encerramento do procedimento e receba cópia em mídia eletrônica da integralidade do protocolo.
Seção IX - Disposições Finais e Transitórias
Art. 49. A 7ª CCP adotará medidas administrativas internas para que todos os setores e órgãos estatais, entidades e Juízos sejam comunicados das extinções decorrentes do acordo direto firmado e dos valores nominais dos créditos de precatórios e das retenções legais efetivados quitados.
Art. 50. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Curitiba, em 17 de janeiro de 2022, 201º da Independência e 134º da República.
CARLOS MASSA RATINHO JUNIOR
Governador do Estado
JOÃO CARLOS ORTEGA
Chefe da Casa Civil
LETICIA FERREIRA DA SILVA
Procuradora-Geral do Estado
RENÊ DE OLIVEIRA GARCIA JUNIOR
Secretario de Estado da Fazenda
MARCEL HENRIQUE MICHELETTO
Secretário de Estado da Administração e da Previdência
ANEXO I
ANEXO II