Ato SNPC nº 3 de 27/02/2012
Norma Federal - Publicado no DO em 06 mar 2012
Divulga, para fins de proteção de cultivares de TANGERINA (Citrus L.), os novos descritores mínimos que especifica.
Em cumprimento ao disposto no § 2º, do art. 4º, da Lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997 , e no inciso III, do art. 3º, do Decreto nº 2.366, de 5 de novembro de 1997 , e o que consta do Processo nº 21806.000037/2006-36, o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares divulga, para fins de proteção de cultivares de TANGERINA (Citrus L.), os novos descritores mínimos definidos na forma do Anexo I.
Fica revogado o Ato nº 1, de 14.02.2006, publicado em 15.02.2006, exceto para ensaios já iniciados até a data de publicação deste Ato, aos quais é facultado o uso do presente documento. O formulário estará disponível aos interessados pela internet no endereço http://www.agricultura.gov.br/vegetal/registros-autorizacoes/protecaocultivares/formularios-protecao-cultivares> frutíferas.
DANIELA DE MORAES AVIANI
Coordenadora
ANEXO IINSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE TANGERINA (Citrus L.)
I - OBJETIVO
Estas instruções visam estabelecer diretrizes para as avaliações de distingüibilidade, homogeneidade e estabilidade (DHE), a fim de uniformizar o procedimento técnico de comprovação de que a cultivar apresentada é distinta de outra(s) cujos descritores sejam conhecidos, é homogênea quanto às suas características dentro de uma mesma geração e é estável quanto à repetição das mesmas características ao longo de gerações sucessivas. Aplicam-se às cultivares do Grupo
I - Tangerinas do gênero Citrus L. e todos os seus.
II - AMOSTRA VIVA
1. Para atender ao disposto no art. 22 e seu parágrafo único da Lei 9.456 de 25 de abril de 1997 , o requerente do pedido de proteção obrigar-se-á a disponibilizar ao SNPC, no mínimo 3 árvores, propagadas vegetativamente, informando o porta-enxerto utilizado.
Caso seja utilizado outro método de propagação, este deverá ser especificado.
2. As plantas devem ser mantidas vigorosas em boas condições sanitárias, e não afetadas por doenças ou pragas significativas.
3. A amostra deverá ser disponibilizada ao SNPC após a obtenção do Certificado de Proteção. Entretanto, sempre que durante a análise do pedido for necessária a apresentação da amostra para confirmação de informações, o solicitante deverá disponibilizá-la.
III - EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE - DHE
1. As plantas não poderão ter sofrido nenhum tipo de tratamento que possa influenciar na manifestação de características da cultivar que sejam relevantes para o exame de DHE, a menos que autorizado ou recomendado pelo SNPC. Em caso de tratamento já realizado, o mesmo deve ser informado com detalhes ao SNPC.
2. Os ensaios deverão ser realizados por, no mínimo dois períodos de frutificação satisfatórios, em ciclos independentes de cultivo.
Caso a Distingüibilidade e a Homogeneidade não possam ser comprovadas neste período, os testes deverão ser estendidos por mais um período.
3. Os ensaios deverão ser conduzidos em um único local.
Caso neste local não seja possível a visualização de todas as características da cultivar, a mesma poderá ser avaliada em um local adicional.
4. Os ensaios de campo deverão ser conduzidos em condições que assegurem o desenvolvimento normal das plantas.
5. O tamanho das parcelas deverá possibilitar que plantas, ou suas partes, possam ser removidas para avaliações sem que isso prejudique as observações que venham a ser feitas até o final do ciclo de crescimento. Para cada avaliação deverão ser amostradas no mínimo
5 plantas. Podem ser usadas parcelas separadas para avaliações desde que estejam em condições ambientais similares.
6. As avaliações deverão ser realizadas em plantas de mesma idade, no mínimo 3 anos depois do plantio. A idade das plantas observadas deverá ser informada.
7. Deverá ser informado qual a espécie de porta-enxerto utilizada, quando for o caso.
8. Poderão ser estabelecidos testes adicionais para propósitos especiais.
9. Para a avaliação de Homogeneidade devem ser levadas em consideração todas as plantas do ensaio. Deve-se aplicar a população padrão de 1% e a probabilidade de aceitação de, pelo menos, 95%.
No caso de um teste com 5 plantas, não serão permitidas plantas atípicas.
IV - CARACTERÍSTICAS AGRUPADORAS
1. Para a escolha das cultivares similares a serem plantadas no ensaio de DHE, deve-se utilizar as características agrupadoras.
2. Características agrupadoras são aquelas nas quais os níveis de expressão observados, mesmo quando obtidos em diferentes locais, podem ser usados para a organização do ensaio de DHE, individualmente ou em conjunto com outras características, de forma que cultivares similares sejam plantadas agrupadas.
3. As seguintes características são consideradas úteis como características agrupadoras:
a) Fruto: comprimento (característica 20)
b) Fruto: diâmetro (característica 21)
c) Fruto: presença de pescoço (característica 26)
d) Fruto: coloração predominante da superfície (característica 39)
e) Época de maturação para o consumo (característica 76)
f) Partenocarpia (característica 77)
g) Auto-incompatibilidade (característica 78)
V - INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA TABELA DE DESCRITORES
1. Ver formulário na internet
2. Para solicitação de proteção de cultivar, o interessado deverá apresentar, além deste, os demais formulários disponibilizados pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares.
3. Todas as páginas deverão ser rubricadas pelo Representante Legal e pelo Responsável Técnico.
VI - LEGENDAS
(+): Ver item VIII, "OBSERVAÇÕES E FIGURAS" - Explicações sobre características individuais.
QL: Característica qualitativa
QN: Característica quantitativa
PQ: Característica pseudo-qualitativa
(a)-(f): Ver explanações da Tabela de Características, item VIII.
VII - TABELA DE DESCRITORES DE TANGERINA (Citrus L.)
Nome proposto para a cultivar:
Espécie ou variedade botânica:
Subgrupo:
Característica | Identificação característica | Código descr. |
1. Ploidia QL | diplóide triplóide tetraplóide | 2 3 4 |
2. Árvore: hábito de crescimento PQ (+) | ereto aberto pendente | 1 2 3 |
3. Árvore: densidade de espinhos QN | ausentes esparsa media densa | 1 2 3 4 |
4. Árvore: comprimento dos espinhos QN | curto médio longo | 3 5 7 |
5. Limbo foliar: comprimento (folíolo apical em caso de folha composta) QN (a) | curto médio longo | 3 5 7 |
6. Limbo foliar: largura QN (a) (+) | estreita média larga | 3 5 7 |
7. Limbo foliar: relação comprimento/largura QN (a) | pequena média grande | 3 5 7 |
8. Limbo foliar: formato em seção transversal QN (a) | reto ou ligeiramente côncavo intermediário fortemente côncavo | 1 2 3 |
9. Limbo foliar: incisões da margem PQ (a) (+) | ausente crenada dentada | 1 2 3 |
10. Limbo foliar: forma do ápice PQ (a) (+) | acuminada aguda obtusa arredondada | 1 2 3 4 |
11. Pecíolo: comprimento QN (a) | curto médio longo | 3 5 7 |
12. Pecíolo: presença de asas QL (a) | ausente presente | 1 2 |
13. Flor: comprimento da pétala QN (b) | curto médio longo | 3 5 7 |
14. Flor: largura da pétala QN (b) | estreita média larga | 3 5 7 |
15. Flor: relação comprimento/largura da pétala QN (b) | pequena média grande | 3 5 7 |
16. Flor: comprimento dos estames QN (b) | curto médio longo | 3 5 7 |
17. Antera: coloração PQ (b) | branca amarelo-clara amarelo-média | 1 2 3 |
18. Antera: viabilidade do pólen QN (b) | ausente ou muito baixa media alta | 1 2 3 |
19. Estilete: comprimento QN (b) | curto médio longo | 3 5 7 |
20. Fruto: comprimento QN (c) | curto médio longo | 3 5 7 |
21. Fruto: diâmetro QN (c) | pequeno médio grande | 3 5 7 |
22. Fruto: relação comprimento/diâmetro QN (c) | pequena média grande | 3 5 7 |
23. Fruto: posição da parte mais larga QN (c) | até o extremo peduncular no meio até o extremo estilar | 1 2 3 |
24. Fruto: forma em seção transversal PQ (c) (+) | circular ligeiramente angular crenada (festonada) | 1 2 3 |
25. Fruto: forma geral da região peduncular (excluídos pescoço, colar e depressão do extremo peduncular) PQ (c) (+) | plana ligeiramente arredondada fortemente arredondada afilada | 1 2 3 4 |
26. Fruto: presença de pescoço QL (c) (+) | ausente presente | 1 2 |
27. Somente variedades com frutos sem pescoço: fruto: presença de depressão no extremo peduncular QL (c) (+) | ausente presente | 1 2 |
28. Fruto: número de caneluras radiais na região peduncular QN (c) | ausente ou baixo médio alto | 1 2 3 |
29. Fruto: presença de colar QL (c) (+) | ausente presente | 1 2 |
30. Fruto: forma geral da região estilar (excluídos mamilo, abaulado do umbigo e depressão) QN (c) (+) | plana ligeiramente arredondada fortemente arredondada | 1 2 3 |
31. Fruto: presença da depressão na região estilar QL (c) (+) | ausente presente | 1 2 |
32. Fruto: presença de auréola QL (c) | ausente incompleta completa | 1 2 3 |
33. Fruto: tipo de auréola QL (c) (+) | lisa acanalada crestada | 1 2 3 |
34. Fruto: diâmetro da auréola QN (c) | pequeno médio grande | 3 5 7 |
35. Fruto: diâmetro da cicatriz estilar QN (c) | pequeno médio grande | 3 5 7 |
36. Fruto: persistência do estilete PQ (c) | nenhuma parcial total | 1 2 3 |
37. Fruto: presença de abertura no umbigo PQ (c) | ausente ocasionalmente presente sempre presente | 1 2 3 |
38. Fruto: presença de sulcos radiais na zona estilar QL (c) | ausente presente | 1 2 |
39. Fruto: coloração (s) predominante (s) da superfície PQ (d) | verde verde-amarelada amarelo-clara amarelo-média laranja-amarelada laranja-média laranja-escura vermelha-alaranjada vermelha | 1 2 3 4 5 6 7 8 9 |
40. Fruto: brilho da superfície QN (d) | ausente ou muito fraco fraco médio forte muito forte | 1 3 5 7 9 |
41. Fruto: rugosidade da superfície QN (d) | lisa média rugosa | 3 5 7 |
42. Fruto: tamanho das glândulas oleosas da superfície PQ (d) | todas mais ou menos do mesmo tamanho grandes intercaladas por pequenas | 1 2 |
43. Fruto: presença de picado e granulado nas glândulas oleosas da superfície PQ (d) | picado e granulado ausente picado ausente, granulado presente picado presente, granulado ausente picado e granulado presente | 1 2 3 4 |
44. Fruto: espessura da casca QN (d) | fina média grossa | 3 5 7 |
45. Fruto: aderência da casca à polpa QN (d) | fraca média forte | 3 5 7 |
46. Fruto: vigor da casca QN (d) | fraco médio forte | 3 5 7 |
47. Fruto: oleosidade na casca QN (d) | seca media oleosa | 3 5 7 |
48. Fruto: coloração do albedo PQ (c) | esverdeada branca amarelo-clara alaranjado-clara rosa avermelhada | 1 2 3 4 5 6 |
49. Fruto: densidade do albedo QN (c) | esparsa média densa | 3 5 7 |
50. Fruto: quantidade de albedo que adere à polpa (excluídos os filamentos) QN (c) | ausente ou muito pequena pequena média grande muito grande | 1 3 5 7 9 |
51. Fruto: presença de filamentos de albedo QL (c) | ausente presente | 1 2 |
52. Fruto: quantidade de filamentos de albedo QN (c) | pequena média grande | 3 5 7 |
53. Fruto: coloração principal da polpa PQ (e) | esbranquiçada verde-clara amarelo-clara amarelo-média laranja-clara laranja-média laranja-escura vermelha púrpura | 1 2 3 4 5 6 7 8 9 |
54. Fruto: preenchimento do núcleo (columela) QN (e) | ausente ou muito esparso esparso médio denso muito denso | 1 3 5 7 9 |
55. Fruto: diâmetro do núcleo (columela) QN (e) | pequeno médio grande | 3 5 7 |
56. Fruto: presença de gomos rudimentares QN (e) | ausente ou fraca intermediária forte | 1 2 3 |
57. Fruto: número de gomos bem desenvolvidos QN (e) | baixo médio alto | 3 5 7 |
58. Fruto: aderência entre os gomos adjacentes QN (e) | fraca média forte | 3 5 7 |
59. Fruto: firmeza das paredes dos gomos QN (e) | fraca média forte | 3 5 7 |
60. Fruto: comprimento das vesículas de suco QN (e) | curto médio longo | 3 5 7 |
61. Fruto: espessura das vesículas de suco QN (e) | fina média grossa | 3 5 7 |
62. Fruto: presença de umbigo (visto internamente) PQ (c) | ausente ou muito rara ocasionalmente presente sempre presente | 1 2 3 |
63. Fruto: suculência QN (c) | baixa média alta | 3 5 7 |
64. Fruto: quantidade de sólidos solúveis no suco QN (c) | baixa média alta | 3 5 7 |
65. Fruto: acidez do suco QN (c) | baixa média alta | 3 5 7 |
66.Fruto: resistência de fibra QN (c) | fraca média forte | 3 5 7 |
67. Fruto: número de sementes (autopolinização manual controlada) QN (+) (f) | ausente ou muito baixo baixo médio | 1 3 5 |
alto muito alto | 7 9 | |
68. Fruto: número de sementes (polinização cruzada manual controlada) QN (+) (f) | ausente ou muito baixo baixo médio alto muito alto | 1 3 5 7 9 |
69. Semente: poliembrionia QL (f) | ausente presente | 1 2 |
70. Semente: comprimento QN (f) | curto médio longo | 3 5 7 |
71. Semente: largura QN (f) | estreita média larga | 3 5 7 |
72. Semente: superfície QL (f) | lisa rugosa | 1 2 |
73. Semente: coloração externa PQ (f) | esverdeada esbranquiçada amarelada rosada amarronzada | 1 2 3 4 5 |
74. Semente: coloração do revestimento interno da semente PQ (f) | branca amarelo-clara marrom-clara marrom-média marrom-escura vermelha púrpura | 1 2 3 4 5 6 7 |
75. Somente variedades com sementes: poliembrionia presente: semente: coloração dos cotilédones PQ (f) | branca creme verde-clara verde-escura | 1 2 3 4 |
76. Época de maturação dos frutos para consumo QN (c) | precoce médio tardio | 3 5 7 |
77. Fruto: partenocarpia QL | ausente presente | 1 2 |
78. Auto-incompatibilidade QL (+) | ausente presente | 1 2 |
VIII - OBSERVAÇÕES E FIGURAS
1. Ver formulário na internet.