Portaria SEAPPA nº 76 DE 22/04/2013

Norma Estadual - Rio Grande do Sul - Publicado no DOE em 30 abr 2013

O Secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, no uso de suas atribuições, com base na Lei Estadual nº 11.099, de 22 de janeiro de 1998, no Decreto Estadual nº 38.930/1998, de 30 de setembro de 1998, na Lei Estadual nº 13.467, de 15 de junho de 2010, no Decreto Estadual nº 50.072, de 18 de fevereiro de 2013 e no Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), conforme o disposto na Instrução Normativa nº 44, de 02 de outubro de 2007, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

 

Resolve:

 

Art. 1º. A campanha de vacinação do rebanho bovídeo contra a febre aftosa, no Estado do Rio Grande do Sul, ocorrerá em duas etapas:

 

I - Na primeira etapa, compreendida de 1º a 31 de maio de 2013, todos os bovídeos deverão ser vacinados;

 

II - Na segunda etapa, que ocorrerá entre os dias 1º e 30 de novembro de 2013, a vacinação abrangerá os bovídeos com até 24 meses de idade.

 

Art. 2º. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA) fará a doação de até oito milhões de doses da vacina contra a febre aftosa nas etapas de imunização de 2013, adquiridas através do processo nº 10107-1500/12-4, sendo cinco milhões e quinhentas mil doses na primeira etapa e dois milhões e quinhentas mil doses na segunda etapa.

 

Parágrafo único. em caso de demanda superior ao estabelecido nessa Portaria os produtores não contemplados deverão adquirir o produto nos estabelecimentos credenciados à comercialização da vacina, dentro do prazo da etapa.

 

Art. 3º. Sobre a doação de vacinas contra a febre aftosa, realizada pela SEAPA, durante as etapas de vacinação:

 

I - Terão direito ao recebimento gratuito das doses:

 

a) Proprietários que possuam até 100 (cem) cabeças no total de bovídeos por núcleo familiar, enquadrados nos critérios do Programa Nacional de apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ou no artigo 3º do Decreto Estadual nº 48.316, de 31.08.2011 (Programa Estadual de Desenvolvimento da Pecuária de Corte Familiar - PECFAM),

 

b) Proprietários de bovinos e/ou bubalinos estabelecidos em áreas urbanas ou consideradas de risco, a juízo da unidade local da SEAPA, conforme diretrizes do PNEFA;

 

c) Instituições públicas de ensino ou extensão e da Brigada Militar;

 

d) Propriedades fornecedoras de terneiros sensíveis para testes oficiais de vacinas, de acordo com listagens fornecidas pelo LANAGRO/RS.

 

II - A listagem dos produtores que se enquadram no PRONAF/PECFAM será emitida pelos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Sindicatos Rurais Patronais e Escritórios Locais da EMATER/RS, ou por Comissões específicas dos Conselhos Municipais Agropecuários ou equivalentes. Na falta da listagem citada acima, poderá ser consultada a publicação disponível na internet, na página do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) (http://smap14.mda.gov.br/ExtratoDap/PesquisaMunicipio.aspx);

 

Art. 4º. Como critérios de distribuição de vacinas doadas pelo Estado, ficam estabelecidos:

 

§ 1º Os aspectos operacionais de distribuição deverão ser acordados entre os Sindicatos ou Conselhos Municipais Agropecuários, e a Inspetoria Veterinária ou com a Supervisão Regional do Departamento de Defesa Agropecuária - DDA

 

§ 2º A retirada das vacinas no balcão da IVZ por parte dos produtores deverá ser realizada nas seguintes datas:

 

a) Na primeira etapa, de 29 de abril a 24 de maio de 2013.

 

b) Na segunda etapa, de 29 de outubro a 22 de novembro de 2013;

 

§ 3º Não terão direito ao benefício de que trata este artigo aqueles produtores rurais que:

 

a) Nas etapas de vacinação, não comprovarem estar em dia com a vacinação contra a febre aftosa em seus animais nas etapas anteriores;

 

b) Não comprovarem o recolhimento de multas recebidas, previstas na Lei Estadual nº 11.099/1998;

 

c) Por qualquer motivo vacinarem seus animais fora da etapa da etapa de vacinação prevista nesta portaria, exceto antecipações de etapa estabelecidas pelo Serviço Veterinário, baseadas em risco ou outras justificativas técnicas.

 

Art. 5º. A unidade local da SEAPA deverá manter registros dos produtores rurais que receberem as vacinas contra a febre aftosa doadas pelo Estado, bem como daqueles que comprarem.

 

Neste documento, deverá constar o nome do produtor, o número de doses adquiridas, a data da doação/compra, a data da vacinação e assinatura do produtor.

 

Art. 6º. A responsabilidade pela vacinação dos bovinos e bubalinos contra a febre aftosa é do proprietário dos animais, o qual deverá realizar a imunização dos animais durante as etapas da vacinação, de acordo com o preconizado na legislação vigente.

 

§ 1º A vacinação referida compreende a aquisição de doses suficientes, aplicação nos bovídeos e declaração dos animais vacinados, por categoria.

 

§ 2º Após a aquisição - por doação ou compra - da vacina, o produtor terá o prazo de 05 (cinco) dias para aplicar a vacina no rebanho.

 

§ 3º Durante as etapas de vacinação de 2013, o produtor não precisará de autorização de compra de vacina para adquirir o produto junto às casas agropecuárias credenciadas;

 

§ 4º Fora dos períodos das etapas indicados neste regulamento, a aquisição de vacinas somente poderá ser feita com autorização da Inspetoria Veterinária e Zootécnica (IVZ) em que o produtor estiver cadastrado.

 

§ 5º A comprovação da vacinação se dará mediante a declaração da população de bovinos e/ou bubalinos vacinados, por categoria, e apresentação de documento comprobatório de aquisição de vacina na unidade local da SEAPA do município onde a propriedade está localizada durante a etapa de vacinação correspondente, ou em até 05 (cinco) dias úteis após o seu término, desde que a imunização dos animais tenha sido executada dentro do período estipulado nesta Portaria.

 

§ 6º O não atendimento das obrigações previstas neste artigo implicará em sanções estabelecidas na Lei Estadual nº 11.099/1998 ou Lei Estadual 13.467/2010, e seus regulamentos.

 

Art. 7º. A emissão de GTA para movimentação de bovídeos deverá respeitar o cumprimento dos devidos prazos, contados a partir da última vacinação contra a febre aftosa:

 

a) 15 (quinze) dias para animais com uma vacinação;

 

b) 07 (sete) dias para animais com duas vacinações;

 

c) a qualquer momento após a terceira vacinação.

 

§ 1º Durante as etapas de vacinação contra a febre aftosa, os animais, independente da faixa etária, somente poderão ser movimentados após a propriedade ter comprovado e declarado o quantitativo de animais vacinados por categoria na referida etapa, obedecidos os prazos de carência previstos neste artigo, exceto para abate imediato.

 

§ 2º Os animais destinados ao abate imediato durante as etapas ficam dispensados da obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa.

 

§ 3º Durante as etapas de vacinação, não é necessária a comprovação da vacinação da propriedade para emissão de GTA para abate imediato.

 

§ 4º Produtores inadimplentes ficam proibidos de movimentar seus bovídeos para qualquer destino ou finalidade, com exceção de abate sanitário, previsto em legislação.

 

Art. 8º. Propriedades participantes de concentrações de animais com encerramento previsto nos períodos descritos das campanhas devem vacinar todo o rebanho previamente - antes do evento - respeitando os prazos de carência para movimentação.

 

§ 1º Propriedades que terão de vacinar seus animais descritos nesse artigo antecipadamente, para cumprimento dos prazos de carência, devem solicitar autorização de compra de vacinas nas respectivas IVZ;

 

§ 2º Produtores que fazem jus a vacina doada, mas que necessitem antecipar a vacinação de seus animais por motivo de transito devem adquirir a vacina nos estabelecimentos credenciados.

 

Art. 9º. Na etapa de vacinação de bovídeos até 24 meses, que ocorrerá conforme o estipulado no art. 1ª, inciso II desta Portaria, a vacinação deverá ser executada como pré-requisito à movimentação de animais de qualquer faixa etária, exceto quando destinados a abate imediato.

 

Art. 10º. Compete privativamente ao Serviço de Doenças Vesiculares - SDV, da Divisão de Defesa Sanitária Animal - DFDSA, do DDA, a observância e execução dos aspectos operacionais das etapas de vacinação, inclusive em relação a situações não previstas nesta Portaria.

 

Art. 11º. O proprietário deverá apresentar, por escrito, a declaração anual de todos os animais de criação ou doméstico que estejam em seu poder ou guarda, na unidade local da SEAPA do município onde a propriedade está localizada, com prazo final de 05 dias úteis após o término da primeira etapa de vacinação.

 

Parágrafo único. Compete privativamente ao Serviço de Epidemiologia e Estatística (SEE) da Divisão de Fiscalização e Defesa Sanitária Animal do DDA, os aspectos operacionais em relação à declaração de rebanhos, inclusive aqueles não previstos em regulamento.

 

Art. 12º. A não observância das regras e prazos estipulados nesta Portaria ensejará a aplicação de sanções previstas na legislação vigente.

 

Art. 13º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

 

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.

 

LUIZ FERNANDO MAINARDI,

Secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio.