Ato SNPC nº 15 de 16/12/2008

Norma Federal - Publicado no DO em 18 dez 2008

Divulga os descritores para fins de abertura de pedidos de proteção de cultivares ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos de maracujá das espécies que especifica.

Em cumprimento ao disposto no § 2º, do art. 4º, da Lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997, e no inciso III, do art. 3º, do Decreto nº 2.366, de 5 de nove|mbro de 1997, e o que consta do Processo nº 21000.011100/2008-05, o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares divulga os descritores definidos na forma do Anexo I, para fins de abertura de pedidos de proteção de cultivares ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos de MARACUJÁ das seguintes espécies: Passiflora alata Curtis; Passiflora amethysina J.C.Mikan; Passiflora caerulea L.; Passiflora cincinnata Mast.; Passiflora coccinea Aubl.; Passiflora foetida L.; Passiflora gardneri Mast.; Passiflora ligularis Juss.; Passiflora mucronata Lam.; Passiflora nitida Bonpl. ex Kunth; Passiflora quadrangularis L.; Passiflora setacea DC.; Passiflora tenuifila Killip e Passiflora tripartita (Juss.) Poir.. O formulário estará disponível aos interessados pela internet no endereço http://www.agricultura.gov.br - Serviços> Proteção de Cultivares> Formulários para Proteção de Cultivares.

DANIELA DE MORAES AVIANI

Coordenadora

ANEXO I

INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE MARACUJÁ DAS ESPÉCIES Passiflora alata Curtis; Passiflora amethysina J.C.Mikan; Passiflora caerulea L.; Passiflora cincinnata Mast.; Passiflora coccinea Aubl.; Passiflora foetida L.; Passiflora gardneri Mast.; Passiflora ligularis Juss.; Passiflora mucronata Lam.; Passiflora nitida Bonpl. ex Kunth; Passiflora quadrangularis L.; Passiflora setacea DC.; Passiflora tenuifila Killip e Passiflora tripartita (Juss.) Poir., (abrangindo cultivares ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos).

I - OBJETIVO

Estas instruções visam estabelecer diretrizes para as avaliações de distingüibilidade, homogeneidade e estabilidade (DHE) uniformizando o procedimento técnico de comprovação de que a cultivar apresentada é distinta de outra(s) cujos descritores sejam conhecidos, que seja homogênea quanto às suas características em cada ciclo reprodutivo e estável quanto à repetição das mesmas características ao longo de gerações sucessivas. Aplicam-se às cultivares de Passiflora, das espécies Passiflora alata Curtis; Passiflora amethysina J.C.Mikan; Passiflora caerulea L.; Passiflora cincinnata Mast.; Passiflora coccinea Aubl.; Passiflora foetida L.; Passiflora gardneri Mast.; Passiflora ligularis Juss.; Passiflora mucronata Lam.; Passiflora nitida Bonpl. ex Kunth; Passiflora quadrangularis L.; Passiflora setacea DC.; Passiflora tenuifila Killip e Passiflora tripartita (Juss.) Poir., incluindo espécies ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos.

II - AMOSTRA VIVA

1. Para atender ao disposto no art. 22 e seu parágrafo único da Lei nº 9.456 de 25 de abril de 1997, o requerente do pedido de proteção obrigar-se-á a disponibilizar ao SNPC, no mínimo 5 plantas, propagadas vegetativamente, ou 800 sementes novas viáveis, por ocasião do pedido de proteção.

2. As plantas devem estar vigorosas e em boas condições sanitárias.

3. As plantas não deverão ter sido submetidas a nenhum tipo de tratamento que possa influenciar na manifestação de características da cultivar que sejam relevantes para o exame de DHE, a menos que autorizado ou recomendado pelo SNPC. Em caso de tratamento já realizado, o mesmo deve ser informado com detalhes e justificativas ao SNPC.

4. As plantas devem ser obtidas, preferencialmente, de estacas. Caso seja utilizado outro método de propagação, este deverá ser especificado.

5. A amostra deverá ser disponibilizada ao SNPC após a obtenção do Certificado de Proteção. Entretanto, sempre que durante a análise do pedido for necessária a apresentação da amostra para confirmação de informações, o solicitante deverá disponibilizá-la.

III - EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE - DHE

1. Os testes deverão ser conduzidos por no mínimo dois ciclos de produção significativos independentes. No Brasil, os ensaios deverão ser iniciados com o plantio no período de setembro a novembro e as plantas acompanhadas até pelo menos o seu primeiro pico de safra.

2. Os ensaios deverão ser conduzidos em um único local. Caso neste local não seja possível a visualização de todas as características da cultivar, a mesma poderá ser avaliada em um local adicional.

3. Os ensaios de campo deverão ser conduzidos em condições que assegurem o desenvolvimento normal das plantas.

4. Cada teste deve incluir no mínimo 12 plantas úteis. Podem ser usadas parcelas separadas para avaliações, desde que estejam em condições ambientais similares.

5. A menos que seja indicado outro modo, as observações devem ser feitas em 12 plantas ou partes tiradas de cada uma das 12 plantas.

6. Testes adicionais para a avaliação de características relevantes poderão ser estabelecidos.

IV - LEGENDA DA TABELA DE DESCRITORES

1. As características contendo a classificação (a), (b), (c), (d), (#) ou (+) na primeira coluna da Tabela de Características, deverão ser examinadas como indicado no item VI (Observações e Figuras).

2. Considerar para as características contendo a classificação QL, QN ou PQ na primeira coluna da Tabela de Características:

QL: característica qualitativa

QN: característica quantitativa

PQ: característica pseudo-qualitativa

V - TABELA DE CARACTERISTICAS DE MARACUJÁ

Espécie: ______

Nome proposto para a cultivar: ______

Híbrido interespecífico: ______

Informar altitude e latitude do local dos testes de DHE:______

Característica Identificação da característica Código de cada descrição 
1. Ramo: coloração PQ(a)verde-clara verde-escuraverde-arroxeadaroxa1 234
2. Limbo foliar: forma PQ(b) (+)lanceolada ovadacordataoblongaelípticafendidapartidaseccionada1 2345678
3. Limbo foliar: divisão QL(b)simples bilobadatrilobadapentalobadaheptalobada1 2345
4. Limbo foliar: comprimento QN (b) (+)curto médiolongo3 57
5. Limbo foliar: largura máxima QN (b) (+)estreita médialarga3 57
6. Limbo foliar: sinus QL(b)ausente presente1 2
7. Limbo foliar: profundidade do sinus QN(b) (+)rasa médiaprofunda3 57
8. Limbo foliar: bulado QL(b)ausente presente1 2
9. Limbo foliar: pilosidade QL(b)ausente presente1 2
10. Pecíolo: comprimento QN(b)curto médiolongo3 57
11. Pecíolo: posição das glândulas (nectários) QL(b)adjacente ao limbo foliar próximo ao meio do pecíolo adjacente à inserção da folha no ramo distribuídos ao longo do pecíolo 1 234
12. Flor: forma do hipanto QL(c) (+)aplanada campanuladacilíndrica1 23
13. Flor: coloração predominante no perianto (sépalas e pétalas, internamente) PQ(c) (#)branca rosadavermelhavermelha arroxeadaroxaazul-arroxeadaazul1 234567
14. Flor: período predominante de antese das flores QN(c)matutino vespertinonoturno1 23
15. Flor: comprimento da bráctea QN(c) (+)curto médiolongo3 57
16. Flor: comprimento da sépala QN(c) (+)curto médio longo3 57
17. Flor: largura da sépala QN(c) (+)estreita médialarga3 57
18. Flor: comprimento da pétala QN(c) (+)curto médiolongo3 57
19. Flor: diâmetro da corona QN (c) (+)pequeno médiogrande3 57
20. Flor: coloração predominante da corona PQ(c)branca rosadavermelhavermelha-arroxeadaroxaazul-arroxeadaazul1 234567
21. Flor: bandeamento (anéis de cores diferentes entre si, inclusive brancos) nos filamentos mais longos da corona QN(c) (#) (+)ausente presente1 2
22. Flor: número de anéis coloridos (excluídos os brancos) nos filamentos mais longos da corona QL(c)Um mais de um1 2
23. Flor: filamentos mais longos da corona QL(c)Lisos Ondulados1 2
24. Fruto: forma PQ(d) (#) (+)Ovalada oblongaarredondadaoblataelipsóidefusiformeobovalpiriforme 1 2345678
25. Fruto: diâmetro longitudinal QN (d) (+)pequeno médiogrande3 57
26. Fruto: diâmetro transversal QN (d) (+)pequeno médiogrande3 57
27. Fruto: coloração predominante da casca (epiderme) PQ(d) (#)verde amarelalaranjarosadavermelharoxa1 23456
28. Fruto: lenticelas distribuídas em padrão de estrias QL(d)ausente presente1 2
29. Fruto: espessura da casca QN (d) (+)muito fina finamédiaespessamuito espessa1 2345
30. Fruto: tamanho da semente QN(d) (+)pequeno médiogrande3 57
31. Fruto: coloração da polpa PQ (d)esbranquiçada amarelo-esverdeadaamarelaamarelo-alaranjadaalaranjadaalaranjada-escuravermelha1 234567
32. Fruto: teor de sólidos solúveis totais QN(+)muito baixo baixomédioaltomuito alto1 2345
33. Fruto: número de sementes, com polinização natural QN(+)muito pequeno pequenomédiograndemuito grande1 357
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1. Vide formulário na Internet.

VIII - REFERÊNCIAS

BERNACCI, L.C.; VITTA, F.A. & BAKKER, Y.V. Passifloraceae. In WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M. & MELHEM, T.S. (coord.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v. 3. São Paulo: FAPESP/Rima, 2003, p. 247-274.

CERVI, A.C. Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L., subgênero Passiflora. FontQueria, Madrid, v. 45, p. 1-92.1997.

DEGINANI, N.B. Las espécies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana, San Isidro, v. 39, n. 1-2, p. 43-129. 2001.

ESCOBAR, L. Passifloraceae: Passiflora subgéneros Tacsonia, Rathea, Manicata & Distephana. In PINTO, P. & LOZANO, G. Flora de Colombia, v. 10. Bogotá: Instituto de Ciências Naturales/Universidad Nacional de Colombia, 1988, p. 1-138.

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Planaltina,DF: Embrapa Cerrados, 2005. 670p. il. ISBN 85-7075-029-3

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. Maracujá: demandas para a pesquisa. Planaltina,DF: Embrapa Cerrados, 2006. 54p. il. ISBN 85-7075-031-5

HOLM-NIELSEN, L.B.; JØRGENSEN, P.M. & LAWESSON, J.E. 126-Passifloraceae. In HARLING, G. & ANDERSON, L. Flora of Ecuador, v. 31. Copenhagen: Nordic Journal of Botany, 1988, p.1-131.

MELETTI, L. M. M. Propagação de Frutíferas Tropicais. Guaíba: Agropecuária, 2000. 239 p.

MELETTI, L.M.M.; SOARES-SCOTT, M.D.; PINTO-MAGLIO, C.A.; MARTINS, F.P. Caracterização de germoplasma de maracujazeiro (Passiflora spp). Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 14, n. 2, p. 157-162. 1994.

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NUNES, T.S. & QUEIROZ, L.P. Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus, Série Ciências Biológicas, Feira de Santana, v. 6, n. 3, p. 194-226. 2006.

SACCO, J.C. Passifloráceas. In REITZ, R. (ed.) Flora Ilustrada Catarinense, parte 1, fasc. Pass. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1980, 132p.

SOUZA, J. S. I. & MELETTI, L. M. M. Maracujá: espécies, variedades e cultivo. Piracicaba: FEALQ, 1997. 179 p.

ULMER, T.; MACDOUGAL, J.M. & ULMER, B. Passiflora: passinflowers of the World. Portland: Timber Press, 2004.430p.

VANDERPLANK, J. Passion flowers. 3rd ed. Cambridge: MIT, 2000. 224p.