Portaria SCS/MDIC nº 26 de 31/08/2011

Norma Federal - Publicado no DO em 06 out 2011

Torna pública o rol das técnicas de produção artesanal.

O Secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no uso da atribuição que lhes foram conferidas no art. 23 do Anexo I do Decreto nº 7.096, de 04 de fevereiro de 2010 , e tendo em vista o disposto no Decreto nº 1.508, de 31 de maio de 1995 ,

Resolve:

Art. 1º Tornar pública, na forma de Anexo a esta Portaria, o rol das técnicas de produção artesanais para efeito do disposto no art. 19 da Portaria nº 29, de 05 de outubro de 2010 , da Secretaria de Comércio e Serviços, que torna pública a Base Conceitual do Artesanato Brasileiro.

§ 1º O rol das técnicas de produção artesanal de que trata o caput deste artigo passará a integrar a Base Conceitual do Artesanato Brasileiro.

§ 2º O rol das técnicas de produção artesanal servirá para o cadastramento no SICAB - Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro.

Art. 2º Para efeito do disposto no caput desta Portaria considera-se técnica de produção artesanal o conjunto ordenado de condutas, habilidades e procedimentos, combinado aos meios de produção (máquinas, ferramentas, instalações físicas, fonte de energia e meio de transporte) e materiais, por meio do qual é possível obter, voluntariamente, um determinado produto. A técnica artesanal alia forma e função, requerendo destreza manual no emprego das matérias-primas e no uso de ferramentas, conforme saberes variados e com uso limitado de equipamentos automáticos.

Art. 3º A alteração ou inclusão de qualquer uma das técnicas de produção artesanal poderá ser solicitada ao Programa do Artesanato Brasileiro, por meio da unidade estadual responsável pelo artesanato, com a devida justificativa, definição da técnica e do respectivo processo de produção.

Parágrafo único. Caso seja necessário alterar a técnica registrada no cadastro do artesão, esta poderá ser efetuadas imediatamente após a publicação deste instrumento ou por ocasião da renovação da Carteira do Artesão.

Art. 4º A Coordenação Estadual do Artesanato, de que trata o art. 1º da Portaria nº 118, de 21 de dezembro de 2001, fica responsável por informar sobre o conteúdo da base conceitual do artesanato brasileiro aos técnicos que realizam a comprovação do domínio dos saberes e técnicas inerentes ao exercício da atividade artesanal, bem como aos responsáveis pela inserção dos dados cadastrais do artesão no SICAB.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor a partir da data de sua publicação.

HUMBERTO LUIZ RIBEIRO

ANEXO
TÉCNICAS DE PRODUÇÃO ARTESANAL

A técnica de produção artesanal consiste num conjunto ordenado de condutas, habilidades e procedimentos, combinado aos meios de produção (máquinas, ferramentas, instalações físicas, fontes de energia e meios de transporte) e materiais, por meio do qual é possível obter-se, voluntariamente, um determinado produto. A técnica artesanal alia forma e função, requerendo destreza manual no emprego das matérias-primas e no uso de ferramentas, conforme saberes variados e com uso limitado de equipamentos automáticos.

DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS ARTESANAIS PARA O CADASTRO NO SICAB.

1. AMARRADINHO

Consiste em amarrar pequenas tiras de tecidos ou fios sobre uma base de tecido com um nó. Conhecida também como pelego ou puxadinho que se obtém amarrando pedaços de tecidos em talagarças ou teares combinando cores ou formando desenhos

2. ARMARIA DECORATIVA

Trata-se aqui, somente das peças decorativas: madeira e bronze. O artesanato da armaria restringe-se à produção das garruchas e pistolas de dois canos, ambos com munição de espoleta. Para o fabrico destas peças, importa ressaltar a confecção das "culatras" que são peças de fundição com que se confeccionam os mecanismos de bronze - canos, gatilhos, etc.

3. BORDADOS

Técnica executada sobre tecido ou outro suporte que permita a utilização de agulha e linha e bastidores, podendo ser trabalhada com as mãos ou feita em máquinas de pedal ou de motor elétrico

3.1 ABERTO

Ponto de bordado em que se abrem orifícios arredondados arrematados com um ponto cerrado previamente demarcado com alinhavo.

3.2 APLICAÇÃO

Bordado em que o ornato não é executado na trama do próprio tecido e sim com aplicação de materiais diversos, desde que atinja 60% do trabalho manual. Aplicação de pedrarias é considerada aqui.

3.3 BOA NOITE

Técnica semelhante ao labirinto, na qual o tecido é desfiado, colocado em bastidor, cortado-se os fiapos e bordado. O trabalho é realizado com a ajuda de agulha linha e tesoura.

3.4 CASA DE ABELHA

Ponto de costura ou dobradura de tecido imitando casa de abelha.

3.5 PONTO CASEADO OU FESTONÊ

Bordado formado por pontos de laçada, feito da direita para a esquerda de maneira que fique bem firme ao abrir as casas.

3.6 CHEIO

Este ponto implica um matizado básico e compreende o enchimento de linha ou algodão. Pode ser trabalhado da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita. O número de fios sobre os quais os pontos são trabalhados depende do efeito desejado.

3.7 CORRENTE OU CADEIA

Ponto decorativo em forma de corrente, muito usado para contornar outros bordados.

3.8 CRIVO OU CONTADO

Compreende a retirada de fios de tecido na mesma quantidade em direção horizontal e vertical em um espaço delimitado formando um quadriculado vasado, seguida da amarração e definição, desta mesma quadrícula, com a utilização de agulha e linha. Este processo implica o recobrimento total dos fios que permanecerão formando-se uma espécie de tela.

3.9 CRUZ

Bordado ou tapeçaria com ponto imitando pequenas cruzes que permite a contagem de fios e que, quando agrupadas, formam um desenho. Conhecido também como ponto de marca e bordado de fio contado.

3.10 HARDANGER

Bordado executado sobre um tecido de fios iguais, semelhantes ao Rendendê. O Ponto Cheio é o ponto básico e é feito em grupos (blocos) compostos de um número ímpar de pontos. Terminados os Blocos de Ponto de Cruz são cortados os fios do tecido e desfiados conforme necessário. Os fios soltos do desfiado são cobertos com pontos enrolados ou cerzidos para formar barras e vários pontos de coberturas são executados entre os espaços deixados pelos desfiados.

3.11 LABIRINTO

Bordado que se estrutura em um tecido cortado e desfiado. São retiradas partes iguais de pequenas seções do tecido sem atingir as bordas, que devem permanecer intactas. A fase seguinte é a formação do desenho, que é realizado com a ajuda de linha e agulha: o bordado é torcido, para que os desenhos não se desfaçam.

3.12 MATIZ

Tem a forma do Ponto Cheio, normalmente usado para encher um desenho considerado grande ou irregular para ser coberto com ponto cheio. Usado também para dar o efeito sombreado. Na primeira carreira os pontos são alternadamente longos e curtos e bem unidos para seguir o contorno do desenho. Os pontos das carreiras seguintes são arrumados visando instituir uma superfície uniforme e macia.

3.13 RENDENDÊ OU RENDA DE DEDO OU RENDENDEPE

Ponto bordado preferencialmente sobre o linho preso em bastidor. Após ser bordado é recortado com tesoura para retirada do centro do bordado ou das partes do tecido que não foram cobertas pela linha. São utilizados pontos cheios e abertos formando desenhos geométricos.

3.14 RETO

Este ponto é mostrado como pontos individuais espaçados feitos de modo regular e irregular. Algumas vezes os pontos são de tamanho variado. Os pontos não devem ser nem muito longos nem muito frouxos. O ponto pode também ser feito em tecidos de fios iguais.

3.15 RICHELIEU

Bordado sobre tecido preso sobre almofada e um papel com o risco que será bordado. Pode ser executado à mão ou à máquina de pedal com o auxílio do bastidor. Utiliza-se um ponto básico e outro ponto casado bem próximo, um do outro. Depois de pronto é recortado nos desenhos desejados.

3.16 ROCOCÓ

Compreende uma sequência de ponto sobre o tecido em torno de uma agulha que é introduzida tantas vezes quantas se desejar, no mesmo lugar de onde ela saiu. Usando-se uma agulha de fundo pequeno que permita a passagem através da linha enrolada, puxa-se a linha até obter o ponto rococó desejado.

3.17 RUSSO

O ponto russo é uma técnica de bordar em alto relevo feita com uma agulha especial, bastidor e tecido.

3.18 SOMBRA

Também conhecido por ponto atrás duplo, o Ponto Sombra é bordado em tecido fino e transparente. Pode ser feito tanto do lado direito quanto no avesso, com pequenos pontos atrás alternadamente.

3.19 VAGONITE

Bordado em tecido com textura tipo tabuleiro em relevo, ou em tecido étamine, no qual a agulha desliza sob a trama mais proeminente, sem atravessar o seu avesso. Os pontos podem ser realizados da direita para esquerda ou vice-versa

3.20 XADREZ

O ponto xadrez é uma técnica por meio da qual o bordado é realizado em tecido.

3.21 INGLÊS

Tira de tecido (de algodão, organdi etc.) com um dos lados terminado por festonados e bordados cheios ou vazados, geralmente do mesmo tom do tecido.

4. CARTONAGEM

Técnica que consiste na criação de objetos utilitários e decorativos, confeccionados com papel, papelão e material reciclado (fibras vegetais).

5. CARPINTARIA

É a arte de transformar madeira em peças de arte, móveis e outros, utilizando ferramentas adequadas à arte artesanal.

6. CERÂMICA

Resultado do processo de queima da matéria-prima (argila ou barro). Técnica que compreende todos os materiais inorgânicos, não metálicos, obtidos geralmente após tratamento térmico em temperaturas elevadas.

6.1 FAIANÇA

É um tipo de cerâmica vidrada produzida a uma temperatura de 980 a 1.100ºC. As suas pastas (massas) são porosas, e são preparadas pela moagem e mistura de argila e matérias-primas. Normalmente é uma pasta industrial para a produção de louça doméstica e decorativa. A sua queima consiste em duas fases, uma primeira designada por chacota, onde se colocam vários vidrados para de novo levar ao forno para uma segunda cozedura.

6.2 GRÊS

Massa cerâmica, cuja composição é semelhante a das rochas; a principal diferença entre essa massa e as rochas é que, enquanto as rochas se formam na natureza, o grés é preparado pelo homem com uma seleção de minerais e uma parte de argila plástica. Em sua composição não entram argilas tão brancas ou puras como na porcelana, o que estabelece uma coloração rósea, levemente avermelhada nas baixas temperaturas e acinzentada nas mais altas. A temperatura de queima pode ficar entre 1150 e 1300ºC, após a queima se tornam impermeáveis, vitrificadas e opacas (refratária). Ela vitrifica na sua temperatura de queima, o que permite a fabricação de vários tipos de produtos. Estes são em caso particular feitos numa só queima. Também conhecida pelo termo inglês stoneware "barro-pedra". O grês é, em última análise, uma porcelana não-translúcida.

6.3 OLARIA

A olaria é um tipo de cerâmica utilizada para uso doméstico, sendo os objetos mais utilizados os potes (recipientes de transporte e depósito de água) e panelas para cozimento de alimentos. A olaria é queimada numa temperatura de 800ºC a fogo aberto. Outra forma de queima é a do forno de cerâmica, normalmente feita à lenha. O fabrico da olaria passa pela modelagem à mão ou pela técnica do torno (roda de oleiro). A preparação da pasta (massa) é feita por métodos tradicionais locais que são transmitidos através dos conhecimentos empíricos

6.4 OLARIA VIDRADA

Este é um tipo de vidrado feito a partir de minerais e óxidos que uma vez levados à queima após a sua aplicação nas peças conferem uma aparência de vidro. É uma cobertura vítrea com que as peças são revestidas. Os óxidos utilizados são geralmente de baixa fusão, como, por exemplo, o chumbo (fundente muito ativo usado em esmaltes de baixa temperatura, extremamente tóxico).

6.5 PORCELANAS

A porcelana é de invenção chinesa e data do século X da era cristã. É composta de caulim, uma terra aluminosa, e de petuntsê, um silicato. De 1200 a 1500ºC, obtém-se uma matéria ainda mais dura, e mais lisa, que pouco a pouco se torna vítrea, até se transformar em porcelana, que é sempre translúcida.

6.6 RAKU

Nome dado a peças de cerâmica japonesa, cobertas com uma camada vítrea muito leve de chumbo e bórax. Uma das grandes "vantagens" do Raku é que a queima final é bem mais rápida do que a habitual. O processo em si, na maioria dos aspectos, é idêntico ao da cerâmica tradicional. Secar, queimar biscoito, esmaltar e enfornar. Qualquer tipo de argila pode ser usado, desde que contenha chamote (material imprescindível para resistir ao choque térmico). O craquelado é uma das características desta queima. As rachaduras escurecem pelo efeito da fumaça e realçam claramente as pequenas fraturas na camada superficial do esmalte. No Raku, as partes não esmaltadas ficam com a tonalidade escura. Os fornos utilizados são a gás e de dois tipos: os montados com tijolos refratários - fixos num determinado local - e que são muito pesados - e os feitos de alumínio ou ferro e isolados com manta cerâmica. Estes são leves e fáceis de serem removidos. A temperatura do cozimento situa-se em torno de 900 a 1000 Cº e o cozimento leva cerca de uma hora. A combustão se dá com o uso do gás de botijão, com chama regulada por maçarico. As peças são retiradas do forno ainda incandescentes, com o esmalte no ponto de fusão, seguras por pinças, e são colocadas num recipiente com tampa contendo serragem, folhas, ou jornais.

6.7 TERRACOTA

A terracota é um material constituído por argila cozida no forno, sem ser vidrada, e é utilizada em cerâmica e construção. O termo também se refere a objetos feitos deste material e a sua cor natural, laranja acastanhada. A terracota caracteriza-se pela queima em torno dos 900 C, apresentando baixa resistência mecânica e alta porosidade, necessitando um acabamento com camada vítrea para torná-la impermeável. É uma cerâmica fria similar à argila, mas muito mais limpa e fácil de trabalhar.

7. CROCHÊ

Trabalho feito à mão com agulha especial terminada em gancho e que produz um traçado semelhante ao da malha ou de renda.

8. CURTIMENTO

Técnica de curtir pele empregando-se um pequeno número de substâncias químicas ou vegetais utilizadas em quantidades reduzidas, além de equipamentos.

9. DECOUPAGE

Técnica de recortar gravuras de papel e, com elas, revestir superfícies de objetos, como madeira, metal e vidro.

9.1 COLAGEM ou PAPIETAGEM:

Técnica ou processo de composição que consiste na utilização de recortes ou fragmentos de material impresso, papéis picados, superpostos ou colocados lado a lado no suporte pictórico.

10. DOBRADURA

Técnica de dobrar papéis, sem o auxílio de tesoura ou cola em formas representativas de animais, objetos, flores etc. É também a técnica de torcer arame para confecção de bijuterias, ou de torcer ferro para a produção de objetos decorativos e utilitários (origami).

11. ENTALHE/ESCULTURA

Processo minucioso realizado em material rígido e pesado (madeira ou pedra), cortando ou extraindo o supérfluo até se obter a forma desejada.

11.1 LAPIDAÇÃO

Lapidação em pedras preciosas, vidros e cristais que servem para o fabrico de adornos, joias e peças utilitárias.

11.2 CINZELAGEM

Técnica de trabalho artesanal executado com cinzel sobre metal.

11.3 ESMERILHAMENTO

Usando-se esmeril, com criatividade e habilidade com as mãos, vai-se fazendo surgir esculturas, adornos e outras tantas peças decorativas.

12. FOLHEAÇÃO

Técnica de aplicar folhas de ouro, prata, cobre, bem como policromia clássica e aleatória entre outras. DOURAÇÃO (gilding) também é considerada aqui, sendo a técnica utilizada pra revestir objetos com folhas de ouro ou material com aparência deste metal, produzindo efeito decorativo.

12.1 DOURAÇÃO

Técnica utilizada para revestir objetos com folhas de ouro ou material com aparência deste metal, produzindo efeito decorativo.

13. FUNDIÇÃO

Técnica de fundir metais para a preparação de peça artesanal.

13.1 OURIVESARIA

Técnica realizada por meio do processo de derretimento da pepita de ouro - e condensação - em um bloco de ouro, até que o mesmo fique firme na forma desejada, utilizando-se instrumentos de precisão com matrizes (martelagem, modelagem, refinamento)

13.2 FILIGRANA

Técnica de ourivesaria formada de fios de ouro ou de prata, delicadamente entrelaçados e soldados.

14. GRAVAÇÃO

A gravação é uma imagem, estampa ou qualquer ilustração impressa. É a arte ou técnica de gravar.

14.1 XILOGRAVURA

Arte e técnica de fazer gravuras em relevo. Tradicionalmente feitas sobre casca de cajá e imburana de cheiro, utilizando-se como principais instrumentos de trabalho um pequeno buril feito com haste de sombrinha, canivete, pregos e agulhas para fazer os clichês. Para reprodução, usa-se um rodo com tinta gráfica sobre a matriz para impressões em papel, tecido, madeira, borracha, etc. que retratam temas característicos da região, feitos populares e festividades locais. Sobre peça não artesanal, a técnica deve representar acima de 60% do valor produção.

14.2 LITOGRAVURA

Processo de gravura em plano, executada sobre pedra calcária (chamada pedra litográfica).

14.3 PIROGRAVURA

Técnica de gravar desenhos a fogo, sobre couro, madeira, e outros tantos materiais - com o emprego de um pirógrafo (aparelho elétrico para gravação através do calor) ou ferro em brasa, formando paisagens variadas, feitas à mão livre em tonalidades que variam do marrom claro ao preto.

14.4 GRAVAÇÃO EM VIDRO

É a técnica de fazer desenhos no vidro.

14.5 SERIGRAFIA OU SILK-SCREEN

Técnica de impressão na qual a tinta é vazada, pela pressão de um rodo, através de uma tela preparada, normalmente de seda ou náilon. A tela é esticada em um bastidor de madeira ou aço. Não se considera serigrafia quando a arte é feita com o auxílio de equipamentos de informática.

15. JATEAMENTO

Técnica de jatear areia em vidro para tornar fosca a figura artesanal e o vidro liso ou o contrário.

16. INSTRUMENTOS MUSICAIS

16.1 LUTERIA OU LUTERARIA

Técnica de fazer ou restaurar instrumentos musicais de corda com caixa de ressonância.

17. MARCENARIA

Técnica de trabalhar a madeira com criatividade formando peças de mobiliário, decorativas e lúdicas.

18. MARCHETARIA

Técnica de incrustar, embutir ou aplicar peças recortadas de madeira, marfim, tartaruga, metais, etc. Em obra de marcenaria, formando desenhos variados. As peças produzidas são chamadas de marchete. Obra de embutidos, ou peças de madeira a que se aplicam diferentes pedaços de madeiras preciosas, marfim, madrepérola etc.

19. MODELAGEM

Ato de modelar com as mãos materiais maleáveis, como a cera, gesso e argila, massas sintéticas, resinas, parafina, papel machê ou outro material semelhante, para formar peças inéditas sem o auxílio de formas ou similares. Também é a moldagem e forja em ferro. No caso da argila a modelagem poderá ocorrer também por meio de torno.

20. MONTAGEM

Técnica de juntar várias peças artesanais formando uma única cuja produção resulte em peça com apelo cultural.

21. MOSAICO

Técnica de reproduzir um desenho com disposição de pequenos cubos ou placas de pedra, mármore, barro cozido ou vidro colorido sobre uma base, firmados em uma capa de argamassa, cimento e gesso. Estas placas são separadas uma das outras por pequenos pedaços denominados juntas. O mosaico constitui-se em um quadrado feito de pedacinhos de papel, vidro colorido, cerâmica e pedrinhas.

22. PINTURA

Pintura à mão sobre suportes diversos. Engloba diversas técnicas, como por exemplo:

22.1 PÁTINA

Colorir artificialmente certos objetos dando-lhes a aparência de envelhecimento ou para decorar.

22.2 MARMORIZAÇÃO

Pintura que imita o desenho de mármores.

22.3 AEROGRAFIA

Técnica de pintar ou envernizar utilizando-se aerógrafo que é um instrumento de ar comprimido com que se colorem desenhos.

22.4 TINGIDURA

Elaboração do contorno em fio de metal de uma figura ou objeto para decoração de paredes e móveis. Para a reprodução de figuras ou inscrições sob tecido, papel, metal, etc., devem ser utilizados moldes ou matrizes elaboradas pelo próprio artesão. Não podem ser consideradas figuras surrealistas, abstratas e cubistas.

22.5 ESTAMPARIA

Tomando-se por base o tecido, são criadas sobre o mesmo, estampas variadas, com a utilização de tintas descolorantes, fôrmas, pincéis, escovas, rolos, seringas, e o que a imaginação do estampador desejar.

22.6 BATIQUE

Estampado à cera e depois pintado à mão, constituindo uma técnica para pintar tecidos ou couros com características bem definidas, no qual o artesão utiliza para elaborar seu trabalho, desenhos diversos, parafina e tinta, sobrepondo camadas das mesmas, conforme as cores e motivos que desejar.

22.7 PINTURA EM AZULEJO

Técnica de pintura em azulejos tanto a mão como serigrafados, que são levados ao forno para finalizar o objeto.

23. INFUSÃO

Preparo de produtos artesanais como sabonetes, utilizando-se essências, álcool de cereais, sal marinho, sulfato de magnésio e glicerina, que são manipulados e colocados em fôrmas de diversos modelos e tamanhos, e submetidos a secagem.

24. CULINÁRIA

Técnicas de misturar, cozer, e assar alimentos típicos que dizem muito sobre o lugar de onde veio o artesão e sobre as pessoas que vivem na região.

25. BEBIDAS DESTILADAS E BEBIDAS FERMENTATADAS

Mistura de essências, frutos e ervas com álcool alimentício, fermentado e destilado.

26. DOCES EM CALDA

Preparo de doces a partir de produtos naturais, sem aditivos químicos. O doce em calda é envasado em vidros pasteurizados, cujas etapas iniciais da fabricação são as mesmas dos doces, mudando, basicamente, o processo de envase e tratamento, o que dá mais tempo de validade.

27. CESTARIA

Técnica que abrange todas as formas de entrelaçar fibras rígidas, palas, tiras e cipós para a fabricação de cestas ou cestos.

28. TINGIMENTO

Consiste na alteração da cor primitiva de um objeto, colorindo- se e dando-se cor por imersão em tinta ou corante.

29. SECAGEM

Técnica de enxugar ou secar a folha ou fibra vegetal antes da montagem.

30. ESQUELETIZAÇÃO

Conferir forma de esqueleto. A esqueletização na folha vegetal é a retirada de toda a fibra vegetal, deixando somente as nervuras da folha, utilizando-se soda cáustica.

31. FOLHEAÇÃO

Técnica utilizada para revestir objetos com folhas de ouro ou material com aparência deste metal. Aplicação de folhas de ouro, prata, cobre, bem como policromia clássica e aleatória, entre outras.

31.1 DOURAÇÃO

Técnica utilizada para revestir objetos com folhas de ouro ou material com aparência deste metal, produzindo efeito decorativo.

32. METALASSÊ OU MATALASSÊ

Técnica de formar acolchoamento no tecido - preso ao forro por pespontos, formando desenhos em relevo.

33. ARPILHERIA

Técnica de formar figuras da fauna e da flora, com sobras de tecido, aplicadas em alto relevo, sobre outro tecido.

34. RECICLAGEM

É um conjunto de técnicas que tem por finalidade o reaproveitamento dos materiais como matéria-prima para um novo produto.

34.1 PAPEL RECICLADO

Técnica em que se utilizam fibras vegetais e papel industrializado comum reciclado, que são entrelaçados resultando em papel semelhante ao oriental.

35. FUNILARIA/LATOARIA

Reaproveitamento de materiais reciclados para produção manual de funil, candeeiro, bacia e brinquedos.

36. RENDA

Arte de produzir malha.

36.1 BILRO

Técnica de produzir renda utilizando-se linhas de algodão presas por alfinetes a uma almofada redonda e dura que são trançadas pela troca de posição dos bilros. (pedaços de madeira ou espinhos de mandacaru aos quais as linhas ficam amarradas).

36.2 FILÉ

Técnica de produzir um trabalho elaborado a partir de uma rede tecida em algodão, presa por pregos a uma peça de madeira (quadrado ou retângulo), onde são traçados pontos com agulha de mão. Os motivos geralmente são florais ou geométricos.

36.3 FRIVOLITÊ

Consiste em pequenos nós de linha de algodão, seda ou cordão, utilizado-se navetes (equipamento usado tradicionalmente). Também confeccionado com agulhas principalmente quando usado o cordão como matéria-prima. Usado na confecção de vestuário, cama, mesa, e adereços.

36.4 GRIPIER

É a técnica de forma uma renda em trançado com fios e linhas de algodão ou poliéster.

36.5 IRLANDESA

A renda obedece ao tipo renda de agulha, tendo como suporte um lacê preso ou disposto ou risco. O desenho é traçado sobre papel manteiga e fixado em papel grosso. Após a fixação do lacê do debuxo, diferentes pontos são traçados preenchendo os espaços vazios entre o lacê, compondo o tecido da renda com formas semelhantes a animais e vegetais como, por exemplo, pé-de-galinha, espinha de peixe, aranha, casa-de-abelha e abacaxi.

36.6 RENASCENÇA

Técnica que utiliza linha, agulha e o lacê (espécie de fita) que é costurado por todo o desenho. A seguir são preenchidos os espaços entre os lacês, com pontos diversificados.

36.7 MACRAMÊ

Renda pesada, feita de linha traçada e amarrada.

36.8 SINGELEZA, RENDA TURCA ou JAGUAPITÃ

A renda lembra uma rede de pescado. A confecção é feita com agulhas totalmente artesanais que vão desde o palito de sorvete à agulha de tricô cortada ao meio. São utilizados lápis muito finos, canudos de pirulito, ferros retirados de sombrinhas e de "raio" de bicicletas. A confecção assemelha-se à fabricação das redes de pescadores.

36.9 TENERIFE OU NHANDUTI OU RENDA DO SOL:

Renda feita utilizando-se agulha grossa, linha e tábua de vários tamanhos e formas. A tábua serve de modelagem, onde são colocados pregos sem cabeça para o entrelace da linha. Consiste no entrelaçamento da linha nos pregos repetidas vezes.