O COORDENADOR-GERAL DE ZONEAMENTO AGROPECUÁRIO, no uso de suas atribuições e competências estabelecidas pelas Portarias nº 440, de 24 de outubro de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 25 de outubro de 2005, e nº 17, de 6 de janeiro de 2006, publicada no Diário Oficial da União de 9 de janeiro de 2006, e observado, no que couber, o contido na Instrução Normativa nº 1, de 29 de agosto de 2006, da Secretária de Política Agrícola, publicada no Diário Oficial da União de 6 de setembro de 2006, resolve:

Art. 1º Aprovar o Zoneamento Agrícola para a cultura de milho 2ª safra no Estado do Mato Grosso, ano-safra 2007/2008, conforme anexo.

Art. 2º Esta Portaria tem vigência específica para o ano-safra definido no art. 1º e entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO JOSÉ MITIDIERI

1. NOTA TÉCNICA

De um modo geral, as épocas com menores riscos climáticos para o cultivo do milho (Zea mays L.), no Estado de Mato Grosso, ocorrem na primavera-verão. Em função das características da agricultura regional, os maiores cultivos ocorrem no período de verão outono-inverno, quando, normalmente, o início do desenvolvimento das plantas coincidem com boas condições de precipitação pluvial. No entanto, aumenta a probabilidade de ocorrência de déficit hídrico no período de florescimento e formação dos grãos.

Objetivou-se, com o zoneamento agrícola, identificar as áreas aptas e os períodos mais apropriados para o cultivo do milho 2ª safra nos municípios do Estado do Mato Grosso, com vistas a minimizar os riscos de perdas decorrentes de eventos climáticos adversos.

Foi realizado um balanço hídrico da cultura, com a utilização de banco de dados climáticos provenientes das estações climatológicas e pluviométricas disponíveis, com mais de 15 anos de registros.

Para cada localidade foram estimados balanços hídricos decendiais, a partir de 1º de janeiro, simulando-se o plantio de cultivares de ciclo super-precoce, precoce, semi-precoce, médio e tardio. Estimou-se o índice de satisfação de necessidades de água (ISNA), expresso pela relação entre a evapotranspiração real (Etr) e a evapotranspiração máxima (Etm) para cada fase fenológica das cultivares e para cada estação climatológica e pluviométrica. A evapotranspiração foi estimada pelo método de Penman-Monteith.

Para cada localidade, os períodos com ISNA favoráveis foram relacionadas a uma estação evapotranspirométrica e estabelecido o nível de viabilidade para cada município do estado com uso de georeferenciamento.

A disponibilidade de água foi estimada em função da profundidade efetiva das raízes e da capacidade de água disponível dos solos. Consideram-se os solos tipo 1(textura arenosa) Tipo 2 (textura média), tipo 3 (textura argilosa), com capacidade de armazenamento de água de 20mm, 40mm e 60mm, respectivamente.

Nas simulações foram utilizados coeficientes culturais (kc) constantes da literatura cientifica, para cada fase fenológica da cultura.

Foram considerados favoráveis ao cultivo, os períodos de semeadura em que o ISNA obtido foi superior a 0,55 em, no mínimo, 80% dos anos estudados, durante as fases de florescimento e formação dos grãos.

2. TIPOS DE SOLOS APTOS AO CULTIVO

O zoneamento agrícola de risco climático para o Estado do Mato Grosso contempla como aptos ao cultivo de milho 2ª safra, os solos Tipos 1, 2 e 3, especificados na Instrução Normativa nº 10, de 14 de junho de 2005, publicada no DOU de 16 de junho de 2005, Seção 1, página 12, alterada para Instrução Normativa nº 12, através de retificação publicada no DOU de 17 de junho de 2005, Seção 1, página 6, que apresentam as seguintes características: Tipo 1: solos com teor de argila maior que 10% e menor ou igual a 15%, com profundidade igual ou superior a 50cm; ou Teor de argila entre 15 e 35% e com menos de 70% areia, que apresentam diferença de textura ao longo dos primeiros 50cm da camada de solo, e com profundidade igual ou superior a 50cm. Tipo 2: solos com teor de argila entre 15 e 35% e menos de 70% areia, com profundidade igual ou superior a 50cm; e Tipo 3: a) solos com teor de argila maior que 35%, com profundidade igual ou superior a 50cm; e b) solos com menos de 35% de argila e menos de 15% de areia (textura siltosa), com profundidade igual ou superior a 50cm.

Critérios para profundidade de amostragem:

Na determinação da quantidade de argila e de areia existentes nos solos, visando o seu enquadramento nos diferentes tipos previstos no zoneamento de risco climático, recomenda-se que:

a) a amostragem de solos seja feita na camada de 0 a 50cm de profundidade;

b) nos casos de solos com grandes diferenças de textura (por exemplo, arenoso/argiloso, argiloso/muito argiloso), dentro da camada de 0 a 50cm, esta seja subdividida em tantas camadas quantas forem necessárias para determinar a quantidade de areia e argila em cada uma delas;

c) o enquadramento de solos com grandes diferenças de textura na camada de 0 a 50cm, leve em conta a quantidade de argila e de areia existentes na subcamada de maior espessura;

d) as amostras sejam devidamente identificadas e encaminhadas a um laboratório de solos que garanta um padrão de qualidade nas análises realizadas.

Para o uso dos solos, deve-se observar a legislação relativa às áreas de preservação permanente.

3. TABELA DE PERÍODOS DE SEMEADURA

4. CULTIVARES INDICADAS PELOS OBTENTORES/MANTENEDORES

Ciclo Superprecoce: DELTA - DG 213, DG 601 e SG 6011; AGROMEN - AGN 30A03, AGN 30A06, AGN 2012, AGN 34A11,AGN 20A06, AGN 3100, AGN 3050, AGN 3150, AGN 30A05, AGN 35A42 e AGN 30A00; AGROESTE - AS 1548; SYNGENTA - Sprint, Speed Agrisure TL, Formula Agrisure TL, Sprint Agrisure TL, Advance e Speed; EMBRAPA - BRS 2223 (Áreas abaixo de 700m de altitude); GENEZE - GNZ 2005; IAC - IAC 112 e IAC 125; DOW -Dow 2B150 e Dow 2B150CL; PIONEER - 30R32; MONSANTO - DKB 950, DKB 330, AG 9010, AG 6040, AG 9010YG, DKB 350YG, AG 7000 e DKB 979; SANTA HELENA - SHS 4050, SHS 5050 e SHS 5070; SEMILIA - FTH 960; SEMEALI - XB 9003, XB 8010, XB 6010; ZENIT - ZNT 1530; BIOMATRIX - BM 620,BM 1115, BM 1120. Ciclo Precoce: PRIMAIZ - PZ 240, PZ 677 e PZ 242; DELTA - DG 501e SG 6010; AGROMEN - AGN 30A09, AGN 20A20, AGN 31A31; AGROESTE - AS 1570, AS 1575, AS 1533, AS 1535, AS 1592, AS 3430, AS 32 e AS 3466 Top; SYNGENTA - Penta, Maximus, Somma, CD 304, CD 308, Impacto, NB 7443, Premium Flex, Garra, Balu 551, Balu 761, Balu 178, Balu 184, Pointer, SG 150, Penta Agrisure TL, Maximus Agrisure TL, Impacto Agrisure TL, Premium flex Agrisure TL, Savana 133, Savana 185, SG 6418, Farroupilha 25, Tork Agrisure TL, Polato 2602, Exceler, Traktor, Tork, Fort, Atack e Master; COODETEC - CD 306, CD 3121, CD 351, CD 356,JS 10 e OCEPAR 705; NIDERA - A 010, A 015, A 2288, BX 981, A 3663, A 4450, A 4454, A 4545 e BX 974, BX 1255, EMBRAPA - BRS 1001, BRS 1010, BRS 1030, BRS 1031, BRS 1035, BR 201, BR 205, BR 206, BRS 2020, BRS 2110, BRS 3003, BR 3123, BRS 3150 (áreas acima de 650 m de altitude), BR 451, BR 473, BRS 4154 (Saracura), BRS 4103, BRS 2114, BRS 3101,BRS 3143, BRS ANGELA,BRS 3151 e BRS Sol da Manhã; GENEZE - GNZ 2004; IAC - IAC 8333; DOW - Dow 2B710, Dow 2B707,Dow 710CL, Dow 2B655,Dow 2C605, Dow 2C520, Dow 9560, Dow 2C577, Dow 2C 599, Dow CO-32, Dow 2B619, Dow 8420, Dow 8460, Dow 8480, Dow 657, Dow 766,Dow SwB 585, Dow WxA504, Dow SwB551, Dow 2A525, Dow 2B688, Dow 2B689 e Dow 2B587; PIONEER - 30P70, 30F33, 30F33Y, 3041Y, 3041, 30F45, 30F87;MONSANTO - DKB 499, DKB 191, AG 8088, AG 2060, AG 122, AG 2020, AG 405, AG 5011, AG 303, DKB 566, DKB 390YG, AG 7000YG, DKB 615, DKB 455, DKB 177, AG 9040, AS 1592, DKB 350, DKB 747, AG 9090, C 435, AG 8060, AG 5020, AG 2040; SANTA HELENA - SHS 4040, SHS 4060, SHS 4080, SHS 5060, SHS 5080, SHS 5090, SHS 7070, SHS 7080 e SHS 3031; IAPAR - IPR 119 e IPR 127;PLANAGRI -PL 6880; JOSE FERNADO BORGES - RG 02-A; SEMILIA -FTH 900; SEMEALI - XB 7253, XB 7012, XB 7011, XB 7110,XB 7116, XB 6012, XB 8030; ZENIT - ZNT 2030, ZNT 3310, ZNT 2353; BIOMATRIX - BM 3061,BM 810, BM 128, BM 2202;FRANCISLEI VITTI RAPOSO - ORION e TAURUS. Ciclo Semi-precoce: EMBRAPA - BRS 3060 (áreas acima de 700m de altitude) e BR 106; CATI - AL 25, AL 34, AL Bandeirante, AL Manduri, AL Bianco e Cativerde 02; PIONEER - 3021, 3027, 30F80, 30F80Y, 30S31, 30S40, 30S49, 30F98 e 30K75; MONSANTO -AG 6020 e KB 789; AGROMEN - AGN 25A23; AGROESTE - AS 1567; SANTA HELENA - SHS 4070; NIDERA - A 2555.Ciclo Médio: PIONEER - 30F90, 30F35 e 30K73; MONSANTO - AG 7088, AG 5055, DKB 370, DKB 390, DKB 393; SEMEALI - XB 8028, XB 4013.Ciclo Tardio: MONSANTO - AG 1051, AG 4051 e DKB 990.

Notas:

1. Informações complementares sobre as características agronômicas, região de adaptação, reação a fatores adversos das cultivares de milho 2ª safra indicadas, estão especificadas e disponibilizadas na Coordenação-Geral de Zoneamento Agropecuário, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 6º andar, sala 646, CEP 70043-900 - Brasília - DF e no endereço eletrônico www.agricultura.gov.br.

2. Devem ser utilizadas no plantio sementes produzidas em conformidade com a legislação brasileira sobre sementes e mudas (Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e Decreto nº 5.153, de 23 de agosto de 2004).

5. RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO E PERÍODOS INDICADOS PARA SEMEADURA

A relação de municípios do Estado do Mato Grosso aptos ao cultivo de milho 2ª safra, suprimidos todos os outros onde a cultura não é indicada, foi calcada em dados disponíveis por ocasião da sua elaboração. Se algum município mudou de nome ou foi criado um novo, em razão de emancipação de um daqueles da listagem abaixo, todas as indicações são idênticas às do município de origem, até que nova relação o inclua formalmente.

O período de semeadura indicado para cada município não será prorrogado ou antecipado. No caso de ocorrer algum evento atípico que impeça o plantio nas épocas indicadas, recomenda-se aos produtores não efetivarem a implantação da lavoura nesta safra.