O COORDENADOR-GERAL DE ZONEAMENTO AGROPECUÁRIO, no uso de suas atribuições e competências estabelecidas pelas Portarias nº 440, de 24 de outubro de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 25 de outubro de 2005, e nº 17, de 6 de janeiro de 2006, publicada no Diário Oficial da União de 9 de janeiro de 2006, e observado, no que couber, o contido na Instrução Normativa nº 1, de 29 de agosto de 2006, da Secretária de Política Agrícola, publicada no Diário Oficial da União, de 6 de setembro de 2006, resolve:

Art. 1º Aprovar o Zoneamento Agrícola para a cultura de milho 2ª safra no Estado de São Paulo, ano-safra 2007/2008, conforme anexo.

Art. 2º Esta Portaria tem vigência específica para o ano-safra definido no art. 1º e entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO JOSÉ MITIDIERI

1. NOTA TÉCNICA

O Estado de São Paulo é o quinto produtor brasileiro de milho 2ª safra, com uma produção estimada de 663,7 mil toneladas, segundo levantamento da CONAB de novembro de 2007.

No Estado de São Paulo, a cultura do milho 2ª safra é espacialmente concentrada. Das quarenta regiões agrícolas do Estado, as regiões de Assis e Ourinhos, no médio Paranapanema, e as regiões de Orlândia e Barretos, no Norte do Estado, detêm mais de 70% da área plantada.

O milho 2ª safra, em virtude de sua época de plantio, tem sua produtividade afetada pelo regime de chuvas e fortes limitações quanto à radiação solar e temperatura durante a fase final de seu ciclo fenológico. Além disso, é semeado após uma cultura de verão, sua data de semeadura fica na dependência da época de semeadura da cultura anterior e de seu ciclo. Assim, o planejamento de plantio do milho 2ª safra deve começar com o da cultura de verão, visando liberação da área utilizada o mais breve possível. Quanto mais tarde for semeado, menor será o seu potencial de produção e maiores os riscos de perdas por secas ou geadas.

A temperatura do ar e a precipitação pluvial são os elementos meteorológicos que exercem mais influência no desenvolvimento e rendimento da cultura. Temperaturas médias diárias ao redor de 26ºC promovem a aceleração do florescimento e da maturação, havendo um retardamento dessas fases à medida que a temperatura diminui. Temperaturas elevadas, superiores a 32ºC, reduzem sensivelmente a formação do grão de pólen, por ocasião de sua emissão, com reflexos na produtividade.

Temperaturas baixas afetam negativamente a fecundação e o enchimento dos grãos, não influindo sobre a germinação e a emergência das plântulas, uma vez que a semeadura do milho 2ª safra é efetuada em meses quentes (verão). No entanto, a condição de baixa soma térmica alonga o ciclo da cultura, tornando o cultivo mais restritivo quanto à utilização de cultivares de ciclos tardios no Estado de São Paulo.

Com relação à precipitação pluvial, períodos com déficits hídricos superiores a sete dias, por ocasião do florescimento, podem causar redução de até 50% na produtividade da cultura. A demanda hídrica nos estádios fenológicos do florescimento e enchimento dos grãos corresponde a cerca de 5,0 a 6,0mm/dia, devendo, pois, esses estádios coincidirem com meses de precipitação pluvial de pelo menos 120 a 150mm. No Estado de São Paulo essa oferta hídrica, ocorre, no máximo, até o final do mês de abril. A partir desta época as chuvas decrescem bruscamente. Daí decorre a importância de se observar os períodos limites para a semeadura do milho 2ª safra, indicados de acordo com as peculiaridades climáticas de cada região produtora.

O zoneamento de risco climático para o milho 2ª safra no Estado de São Paulo foi desenvolvido com base em série homogênea de dados diários de precipitação pluvial de estações pluviométricas, localizadas no Estado de São Paulo e áreas circunvizinhas. Para a determinação dos parâmetros climáticos utilizados no mapeamento das áreas favoráveis, foram elaborados os balanços hídricos seqüenciais por períodos de dez dias.

Foram analisados o consumo de água pela cultura, com ênfase nos períodos críticos de desenvolvimento (florescimento e enchimento de grãos).

Na delimitação das áreas aptas e dos períodos de semeadura consideraram-se, também, as condições térmicas necessárias ao desenvolvimento da cultura e as probabilidades de ocorrências de eventos extremos, tais como geadas e secas.

As simulações dos períodos de semeadura foram realizadas decendialmente, nos meses janeiro a março. Como indicadores do atendimento das exigências hídricas da cultura, foi utilizado um modelo de balanço hídrico com base no índice de satisfação das necessidades de água (ISNA), expresso pela relação entre a evapotranspiração real (ETR) e a evapotranspiração máxima da cultura (ETM). Foram tomados valores médios anuais do ISNA, para o período entre os estádios fenológicos do florescimento e produção, efetuando-se uma análise freqüencial desse ISNA para 80% de ocorrência.

O valor crítico do ISNA considerado foi de 0,50, sendo as regiões favoráveis aquelas com valores iguais ou superiores a esse índice.

A duração dos ciclos para cada época de semeadura simulada foi calculada através do método de Graus-dia, utilizando-se como temperatura-base, 10ºC.

Na elaboração dos balanços hídricos foram consideradas a capacidade de armazenamento de água de 50mm, para os solos de textura média, e de 70mm, para os de textura argilosa, considerando uma profundidade efetiva do sistema radicular da planta de 40cm.

Os Solos Tipo 1, de textura arenosa, não foram indicados para o plantio, por apresentarem baixa capacidade de retenção de água e alta probabilidade de quebra de rendimento das lavouras por ocorrência de déficit hídrico.

2. TIPOS DE SOLOS APTOS AO CULTIVO

O zoneamento agrícola de risco climático para o Estado de São Paulo, contempla como aptos ao cultivo de milho 2ª safra, os solos Tipos 2 e 3, especificados na Instrução Normativa nº 10, de 14 de junho de 2005, publicada no DOU de 16 de junho de 2005, Seção 1, página 12, alterada para Instrução Normativa nº 12, através de retificação publicada no DOU de 17 de junho de 2005, Seção 1, página 6, que apresentam as seguintes características: Tipo 2: solos com teor de argila entre 15 e 35% e menos de 70% areia, com profundidade igual ou superior a 50cm; e Tipo 3: a) solos com teor de argila maior que 35%, com profundidade igual ou superior a 50cm; e b) solos com menos de 35% de argila e menos de 15% de areia (textura siltosa), com profundidade igual ou superior a 50cm.

Critérios para profundidade de amostragem:

Na determinação da quantidade de argila e de areia existentes nos solos, visando o seu enquadramento nos diferentes tipos previstos no zoneamento de risco climático, recomenda-se que:

a) a amostragem de solos seja feita na camada de 0 a 50cm de profundidade;

b) nos casos de solos com grandes diferenças de textura (por exemplo, arenoso/argiloso, argiloso/muito argiloso), dentro da camada de 0 a 50cm, esta seja subdividida em tantas camadas quantas forem necessárias para determinar a quantidade de areia e argila em cada uma delas;

c) o enquadramento de solos com grandes diferenças de textura na camada de 0 a 50cm, leve em conta a quantidade de argila e de areia existentes na subcamada de maior espessura;

d) as amostras sejam devidamente identificadas e encaminhadas a um laboratório de solos que garanta um padrão de qualidade nas análises realizadas.

Para o uso dos solos, deve-se observar a legislação relativa às áreas de preservação permanente.

3. TABELA DE PERÍODOS DE SEMEADURA

4. CULTIVARES INDICADAS PELOS OBTENTORES/ MANTENEDORES

Ciclo Superprecoce: BIOMATRIX - BM 620, BM 1115 e BM 1120; DELTA - SG 6011, DG 601 e DG 213; IAC - IAC 112 e IAC 125; EMBRAPA - BRS 2223 (Áreas abaixo de 700 m. de altitude); NIDERA - BX 945 MONSANTO - DKB 950, DKB 330, AG 9010YG, AG 9010, DKB 350YG, AG 6040, AG 7000 e DKB 979; SEMEALI - XB 8010, XB 9003 e XB 6010; SINGENTA - Speed, Speed Agrisure TL, Formula Agrisure TL, Sprint (Região Sul) e Advance (Região Sul); AGROESTE - AS 1548; AGROMEN - AGN 20A06, AGN 34A12, AGN 20A11, AGN 3100, AGN 3050, AGN 3150, AGN 30A03, AGN 30A06, AGN 2012, AGN 34A11, AGN 35A42, AGN 30A00 e AGN 30A05; SANTA HELENA - SHS 4050, SHS 5070 e SHS 5050; PIONEER -30R32; FT SEMÍLIA - FTH 960, FTH 510, PRE 22D11, FTH 950 e PRE 22T10; GENEZE - GNZ 2005; ZENIT - ZNT 1530; DOW - Dow 2A120, Dow 2A120CL, Dow 2A106, Dow 2B150 e Dow 2B150CL. Ciclo Precoce: BIOMATRIX - BM 3061, BM 810, BM 128 e BM 2202; DELTA - DG 501 e SG 6010; COODETEC - OCEPAR 705, CD 306, JS 10, CD 310 (Região Sul), CD 351, CD 382 e CD 356; EMBRAPA - BRS 4103, BRS 1001, BRS 1010, BRS 1030, BRS 1031, BRS 1035, BR 201, BR 205, BR 206, BRS 2020, BRS 2110, BRS 3003, BR 3123, BRS 3150 (Áreas acima de 650m de altitude), BRS 3151 e BRS Sol da Manhã, BRS 2114, BR 2121, BRS Ângela, BRS 3143 (Áreas abaixo de 700m de altitude), BRS 3101, BRS 4154 e BR 473; GENEZE - GNZ 2004; ZENIT - ZNT 2030, ZNT 3310 e ZNT 2353; MHATRIZ - GNZ 2728; IAC - IAC 8333; IAPAR - IPR 119 e IPR 127; NIDERA - BX 1255, BX 1149, BX 1200, A 3663, A 4450, A 4454, A 4545, BX 974, A 010, A 015, A 2288, BX 981, A 1844 e BX 990; MONSANTO - AS 1592, AS 1572, AS 1551, AG 9040, DKB 615, DKB 177, AG 8015, AG 2060, AG 122, AG 2020, AG 405, AG 5011, DKB 566, DKB 455, DKB 350, DKB 747, AG 9090, C 435, AG 8060, DKB 390YG, AG 7000YG, AG 5020, AG 2040, AG 8088, DKB 499 e DKB 191; SEMEALI - XB 7012, XB 7011, XB 7253, XB 7110, XB 7116, XB 8030 e XB 6012; SYNGENTA - Tork, Fort, Attack, Master, Traktor, Exceler, Balu 178, Balu 184, SG 150, Penta, Maximus, Penta Agrisure TL, Maximus Agrisure TL, Impacto Agrisure TL,Tork Agrisure TL, Somma, CD 304, CD 308, Garra, Balu 551, Balu 761, NB 7443, Premium Flex, Impacto, Polato 183, Murano, Savana 133, Pointer, Savana 185, SG 6418, Farroupilha 25 e Polato 2602; AGROESTE - AS 1533, AS 3430, AS 32, AS 3466 TOP, AS 1570, AS 1575, AS 1592 e AS 1535; AGROMEN - AGN 30A09, AGN 20A20 e AGN 31A31; SANTA HELENA - SHS 4040, SHS 4060, SHS 4080, SHS 5060, SHS 5080, SHS 5090, SHS 7070, SHS 7080 e SHS 3031; PIONEER - 30P70, 30F87, 30F33Y, 30F33, 3041 e 3041Y; DOW - Dow 2B655, Dow 2C599, Dow CO32, Dow 2A525, Dow 766, Dow 8420, Dow 8480, Dow 2B587, Dow 2B688, Dow 2B689, Dow 2B707, Dow SwB551, Dow WxA504, Dow CE03, Dow 2B710CL, Dow SwB585, Dow 2C605, Dow 2C520 e Dow 2B710; PLANAGRI - PL6880; PRIMAIZ SEMENTES - PZ 240, PZ 677 e PZ 242; SEMILIA - FTH 900. Ciclo Semiprecoce: EMBRAPA - BRS 3060 e BR 106; NIDERA - BX 1382 e A 2555; MONSANTO -DKB 789, AG 6020 e DKB 789; AGROMEN - AGN 25A23; AGROESTE - AS 1567; SANTA HELENA - SHS 4070; PIONEER - 30S40, 3021, 3027, 30F80Y, 30F80, 30K75, 30F98, 30S40, 30S31 e 30S49; CATI - AL 25, AL 34, AL Bandeirante, AL, Manduri, AL Bianco e Cativerde 02.Ciclo Médio: PIONEER - 30F90, 30K73 e 30F35; MONSANTO - AG 7088, AG 5055, DKB 370, DKB 390 e DKB 393; SEMEALI - XB 8028 e XB 4013; R&G - RG 02-A; IAC - IAC Nelore. Ciclo Tardio: MONSANTO - AG 4051, AG 1051 e DKB 990.

Notas:

1) Informações complementares sobre as características agronômicas, região de adaptação e reação a fatores adversos das cultivares de milho 2ª safra indicadas estão especificadas e disponibilizadas na Coordenação-Geral de Zoneamento Agropecuário, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 6º andar, sala 646, CEP 70043-900 - Brasília - DF e no endereço eletrônico www.agricultura.gov.br.

2) Devem ser utilizadas no plantio sementes produzidas em conformidade com a legislação brasileira sobre sementes e mudas (Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e Decreto nº 5.153, de 23 de agosto de 2004).

5. RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO E PERÍODOS INDICADOS PARA SEMEADURA

A relação de municípios do Estado de São Paulo aptos ao cultivo de milho 2ª safra, suprimidos todos os outros onde a cultura não é indicada, foi calcada em dados disponíveis por ocasião da sua elaboração. Se algum município mudou de nome ou foi criado um novo, em razão de emancipação de um daqueles da listagem abaixo, todas as indicações são idênticas às do município de origem, até que nova relação o inclua formalmente.

O período de semeadura indicado para cada município não será prorrogado ou antecipado. No caso de ocorrer algum evento atípico que impeça o plantio nas épocas indicadas, recomenda-se aos produtores não efetivarem a implantação da lavoura nesta safra.