O COORDENADOR-GERAL DE ZONEAMENTO AGROPECUÁRIO, no uso de suas atribuições e competências estabelecidas pelas Portarias nº 440, de 24 de outubro de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 25 de outubro de 2005, e nº 17, de 6 de janeiro de 2006, publicada no Diário Oficial da União de 9 de janeiro de 2006, e observado, no que couber, o contido na Instrução Normativa nº 1, de 29 de agosto de 2006, da Secretária de Política Agrícola, publicada no Diário Oficial da União, de 6 de setembro de 2006, resolve:

Art. 1º Aprovar o Zoneamento Agrícola para a cultura de milho 2ª safra, no Estado do Mato Grosso, ano-safra 2006/2007, conforme anexo.

Art. 2º Esta Portaria tem vigência específica para o ano-safra definido no art. 1º e entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO JOSÉ MITIDIERI

1. NOTA TÉCNICA

O cultivo do milho de 2ª safra, em Mato Grosso, ocupa aproximadamente 12% da área agrícola total (IBGE, 2006). O valor da produção dessa lavoura está próxima a um bilhão de reais e, praticamente, toda a produção é consumida no Estado, devido ao baixo valor da produção e da falta de competitividade do produto, em função da distância com os maiores centros consumidores. Os rendimentos médios obtidos se mantêm em torno de 3.500 kg.ha-1, sendo que tais produtividades são baixas, principalmente, devido às baixas precipitações pluviais no final do ciclo das plantas e da pouca aplicação de insumos ao cultivo. Portanto, é evidente que a melhoria desses índices produtivos do Estado passa, obrigatoriamente, pela utilização de tecnologia e pela redução do impacto das adversidades climáticas.

Os estudos visando o zoneamento agrícola para o cultivo do milho de segunda safra, têm a finalidade de indicar aos agricultores as épocas em que, para cada município e tipo de solo, os riscos de cultivo são menores, aumentando assim as probabilidades de sucesso com a cultura. Compreende-se desde logo que, de um modo geral, as melhores épocas de cultivo do milho, em Mato Grosso, ocorrem na primavera-verão, mas, em função das características da agricultura regional, os maiores cultivos ocorrem no período de verão-outono-inverno, quando, em geral, o início do desenvolvimento das plantas dá-se com boas condições de precipitação pluvial e termina em época de poucas chuvas. Por isso, em geral, as produtividades do milho de segunda época não são tão elevadas quanto o potencial genético das cultivares permitiriam. Por outro lado, o próprio investimento em insumos fertilizantes não é, em geral, o necessário para o milho ter grandes produtividades, uma vez que a lavoura é considerada complementar, em sucessão à lavoura de soja.

Para a definição das épocas de plantio do milho de 2ª safra, em Mato Grosso, safra 2006/2007, partiu-se de um banco de dados pluviométricos de localidades com mais de 15 anos de registros, cujos dados foram submetidos a análise de freqüência qüinqüidial (ASSIS et al., 1996) para verificar a consistência e representatividade dos mesmos e, a partir daí, foram criados arquivos de distribuição pluvial a serem incorporados ao sistema para estimativa do balanço hídrico cultural.

Para cada localidade foram estimados balanços hídricos decendiais, a partir de 1º de janeiro, simulando-se o plantio de cultivares de ciclo superprecoce, precoce, semiprecoce, médio e tardio.

A disponibilidade de água para as plantas foi considerada em condições de solo com capacidade de retenção de água baixa (Tipo 1), média (Tipo 2) e alta (Tipo 3), respectivamente com 20 mm, 40 mm e 60 mm de água disponível para as plantas na primeira camada de 0,60 m, onde, em geral, atua a maioria do sistema radicular das plantas.

Utilizou-se a evapotranspiração estimada pelo método de Penman-Monteith, obtida em oito localidades onde há estações meteorológicas completas.

A relação ETr/ETm indica o nível de satisfação das necessidades de água pelas plantas (ISNA) e é dado pelo balanço hídrico. Foram consideradas favoráveis ao cultivo, as épocas em que a relação ETr/Etm foi superior a 0,55 em, no mínimo, 80% dos anos estudados, durante as fases de florescimento das plantas e formação dos grãos. Esses parâmetros indicam que a probabilidade de sucesso do plantio, na época e local indicado é maior que 80%, em função as características de distribuição das chuvas, da retenção de água no solo e da evapotranspiração e da necessidade de água das plantas.

Quanto mais próximo de 1 o valor do ISNA, maiores a chances de grandes produtividades. As fases de florescimento das plantas e de formação dos grãos foram selecionadas, pois nestes estágios as plantas são mais sensíveis ao déficit hídrico, conseqüentemente, falta de umidade no solo nessas etapas causa maiores prejuízos.

Os coeficientes culturais (kc) utilizados foram extraídos de DOORENBOS et al. (1979), para os primeiros 20 a 30 dias após a emergência; para os 30 a 40 dias de desenvolvimento; para os 30 dias à partir da inflorescência masculina; para os 40 a 50 dias de enchimento dos grãos. A amplitude desses períodos deveu-se aos diferentes ciclos de plantas estudados.

Para cada localidade, as épocas com ISNA favoráveis foram relacionadas a uma estação evapotranspirométrica e estabelecido o nível de viabilidade para cada município do estado com uso de georreferenciamento.

2. TIPOS DE SOLOS APTOS AO CULTIVO

O zoneamento agrícola de risco climático para o Estado do Mato Grosso contempla como aptos ao cultivo de milho, os solos Tipos 1, 2 e 3, especificados na Instrução Normativa nº 10, de 14 de junho de 2005, publicada no DOU de 16 de junho de 2005, Seção 1, página 12, alterada para Instrução Normativa nº 12, através de retificação publicada no DOU de 17 de junho de 2005, Seção 1, página 6, que apresentam as seguintes características: Tipo 1: solos com teor de argila maior que 10% e menor ou igual a 15%, com profundidade igual ou superior a 50 cm; ou Teor de argila entre 15 e 35% e com menos de 70% areia, que apresentam diferença de textura ao longo dos primeiros 50 cm de solo, e com profundidade igual ou superior a 50 cm. Tipo 2: solos com teor de argila entre 15 e 35% e menos de 70% areia, com profundidade igual ou superior a 50 cm; e Tipo 3: a) solos com teor de argila maior que 35%, com profundidade igual ou superior a 50 cm; e b) solos com menos de 35% de argila e menos de 15% de areia (textura siltosa), com profundidade igual ou superior a 50 cm.

Nota - áreas/solos não indicados para o plantio: áreas de preservação obrigatória, de acordo com a Lei 4.771 do Código Florestal;

solos que apresentem teor de argila inferior a 10% nos primeiros 50 cm de solo; solos que apresentem profundidade inferior a 50 cm; solos que se encontram em áreas com declividade superior a 45%; e solos muito pedregosos, isto é, solos nos quais calhaus e matacões (diâmetro superior a 2 mm) ocupam mais de 15% da massa e/ou da superfície do terreno.

3. TABELA DE PERÍODOS DE SEMEADURA

4. CULTIVARES INDICADAS PELOS OBTENTORES/MANTENEDORES

Ciclo Superprecoce: DELTA - DG 213 e DG 601; AGROMEN - AGN 30A03, AGN 30A06, AGN 2012, AGN 34A11, AGN 3100, AGN 3050, AGN 3150, AGN 30A05, AGN 35A42 e AGN 30A00; AGROESTE - AS 1548; SYNGENTA - Sprint, Advance e Speed; NIDERA - A 2555; EMBRAPA - BRS 2223 (Áreas abaixo de 700m de altitude); GENEZE - GNZ 2005; IAC - IAC 112 e IAC 125; DOW - Dow 2B150 e Dow 2B150CL; PIONEER - 30R32; MONSANTO - DKB 950, DKB 330, AG 9010, AG 6040, AG 7000 e DKB 979; SANTA HELENA - SHS 4050, SHS 5050 e SHS 5070; Ciclo Semiprecoce: EMBRAPA - BRS 3060 (áreas acima de 700m de altitude) e BR 106; CATI - AL 25, AL 34, AL Bandeirante, AL Manduri, AL Bianco e Cativerde 02; PIONEER - 3021, 3027, 30F80, 30F98 e 30K75; MONSANTO -, AG 6020, BD 7912 e DKB 789; AGROMEN - AGN 25A23; AGROESTE - AS 1567; SANTA HELENA - SHS 4070; Ciclo Precoce: PRIMAIZ - PZ 677 e PZ 242; DELTA - DG 501; AGROMEN - AGN 30A09, AGN 20A20, AGN 31A31 e AGN 30A75; AGROESTE - AS 1570, AS 1575, AS 1533, AS 1535, AS 3430, AS 32 e AS 3466 Top; SYNGENTA - Penta, Maximus, Somma, CD 304, CD 308, Impacto, NB 7443, Premium Flex, Garra, Balu 551, Balu 761, Balu 178, Balu 184, Pointer, Savana 133, Savana 185, SG 6418, Farroupilha 25, Polato 2602, Exceler, Traktor, Tork, Fort, Atack e Master; COODETEC - CD 306, CD 3121, JS 10 e OCEPAR 705; NIDERA - A 010, A 015, A 2288, BX 981, A 3663, A 4450, A 4454, A 4545 e BX 974, BX 990; EMBRAPA - BRS 1001, BRS 1010, BRS 1030, BRS 1031, BRS 1035, BR 201, BR 205, BR 206, BR 2020, BRS 2110, BRS 3003, BR 3123, BRS 3150 (áreas acima de 650 m de altitude), BRS 3151 e BRS Sol da Manhã; GENEZE - GNZ 2004; IAC - IAC 8333; DOW - Dow 2B710, Dow 2C605, Dow 2C520, Dow 9560, Dow 2C577, Dow 2C 599, Dow CO-32, Dow 2B619, Dow 8420, Dow 8460, Dow 8480, Dow 657, Dow 766, Dow SwB551, Dow 2A525, Dow 2B688, Dow 2B689 e Dow 2B587; PIONEER - 30P70, 3041, 30F45, 30F87e 30S40; MONSANTO - DKB 499, DKB 191, AG 8088, BD 8912, BD 8812, AG 2060, AG 7575, AG 122, AG 2020, AG 405, AG 5011, AG 303, DKB 566, DKB 455, DKB 350, DKB 747, AG 9090, C 435, AG 8060, AG 5020, AG 2040 e DKB 466; SANTA HELENA - SHS 4040, SHS 4060, SHS 4080, SHS 5060, SHS 5080, SHS 5090, SHS 7070, SHS 7080 e SHS 3031; Ciclo Médio: PIONEER - 30F35 e 30K73; MONSANTO - DKB 390, DKB 393 e BD 9607; Ciclo Tardio: MONSANTO - AG 1051, AG 4051 e DKB 990.

5. RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO E PERÍODOS INDICADOS PARA SEMEADURA

A relação de municípios do Estado do Mato Grosso aptos ao cultivo de milho 2ª safra, suprimidos todos os outros, onde a cultura não é indicada, foi calcada em dados disponíveis por ocasião da sua elaboração. Se algum município mudou de nome ou foi criado um novo, em razão de emancipação de um daqueles da listagem abaixo, todas as indicações são idênticas às do município de origem até que nova relação o inclua formalmente.

A época de plantio indicada para cada município, não será prorrogada ou antecipada. No caso de ocorrer algum evento atípico que impeça o plantio nas épocas indicadas, recomenda-se aos produtores não efetivarem a implantação da lavoura nesta safra.

Nota: Informações complementares sobre as características agronômicas, região de adaptação, reação a fatores adversos das cultivares de milho 2ª safra indicadas, estão especificadas e disponibilizadas na Coordenação-Geral de Zoneamento Agropecuário, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 6º andar, sala 646, CEP 70043-900 - Brasília - DF e no endereço eletrônico www.agricultura.gov.br.