O COORDENADOR-GERAL DE ZONEAMENTO AGROPECUÁRIO, no uso de suas atribuições e competências estabelecidas pelas Portarias nº 440, de 24 de outubro de 2005, publicada no Diário Oficial da União, de 25 de outubro de 2005, e nº 17, de 6 de janeiro de 2006, publicada no Diário Oficial da União, de 9 de janeiro de 2006, e observado, no que couber, o contido na Instrução Normativa º 1, de 29 de agosto de 2006, da Secretaria de Política Agrícola, publicada no Diário Oficial da União, de 6 de setembro de 2006, resolve:

Art. 1º Aprovar o Zoneamento Agrícola para a cultura de soja no Estado de São Paulo, ano-safra 2008/2009, conforme anexo.

Art. 2º Esta Portaria tem vigência específica para o ano-safra definido no art. 1º e entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO JOSÉ MITIDIERI

1. NOTA TÉCNICA

O Estado de São Paulo produziu 1,47 milhões de toneladas de soja numa área plantada de 526 mil hectares, contribuindo 36,83% da produção regional.

Objetivou-se, com o zoneamento agrícola, identificar as áreas aptas e os períodos de semeadura, com menor risco climático, para a cultura da soja (Glycine Max (L.) Merrill) no Estado de São Paulo.

Utilizou-se para a determinação dos períodos favoráveis de semeadura, o índice de satisfação das necessidades de água (ISNA), expresso pela relação entre a evapotranspiração real (ETr) e a evaporação máxima da cultura da soja (ETm), nas fases fenológicas críticas.

As datas favoráveis para a semeadura foram aquelas que atenderam aos seguintes requisitos: a) índice de satisfação das necessidades de água (ISNA), igual ou superior a 0,55 na fase de florescimento e produção para uma freqüência de ocorrência igual ou superior a 80%; e b) temperatura mínima média durante todo o ciclo igual ou superior a 14ºC.

Os valores do ISNA foram determinados a partir da simulação de um balanço hídrico, utilizando como principais dados de entrada a precipitação pluviométrica diária, a evapotranspiração potencial, os coeficientes culturais, a duração do ciclo da cultura e das fases fenológicas e a disponibilidade de água no solo para a profundidade efetiva das raízes.

Os valores do ISNA, calculados para cada estação pluviométrica, foram espacializados utilizando-se um sistema de informações georeferenciadas para a determinação do ISNA específico para cada município.

O teste de atendimento das restrições térmicas foi realizado apenas no caso de atendimento hídrico satisfatório (ISNA igual ou maior que 0,55). As temperaturas mínimas médias foram determinadas em função da altitude e latitude dos municípios estudados.

A evapotranspiração potencial foi determinada com as temperaturas médias mensais, estimadas em função da latitude e altitude de cada local.

Os solos foram agrupados em três tipos, a partir das classes de textura: solos de textura arenosa, solos de textura média e solos de textura argilosa. A disponibilidade de água nos solos, para a profundidade efetiva das raízes (50 cm), foi de 30 mm, 50 mm e 70 mm, respectivamente.

Foram consideradas as seguintes fases fenológicas: estabelecimento, crescimento, florescimento/produção, maturação/senescência. As informações pluviométricas foram obtidas em postos com séries históricas de mais de 30 anos de dados diários, atualizados. As simulações foram feitas para 9 períodos decendiais (variação de 10 dias) de semeadura a contar de 1º de outubro até 31 de dezembro.

Observou-se que, os períodos de semeadura para cultivares de ciclo precoce, foram diferentes das de ciclo médio, semitardio e tardio, nos três tipos de solo indicados.

2. TIPOS DE SOLOS APTOS AO CULTIVO

O zoneamento agrícola de risco climático contempla como aptos ao cultivo de soja os solos Tipos 1, 2 e 3, especificados na Instrução Normativa nº 10, de 14 de junho de 2005, publicada no DOU de 16 de junho de 2005, Seção 1, página 12, alterada para Instrução Normativa nº 12, através de retificação publicada no DOU de 17 de junho de 2005, Seção 1, página 6, que apresentam as seguintes características: Tipo 1: solos com teor de argila maior que 10% e menor ou igual a 15%, com profundidade igual ou superior a 50 cm; ou teor de argila entre 15 e 35% e com menos de 70% de areia, que apresentam diferença de textura ao longo dos primeiros 50 cm da camada de solo, e com profundidade igual ou superior a 50 cm. Tipo 2: solos com teor de argila entre 15 e 35% e menos de 70% de areia, com profundidade igual ou superior a 50 cm; e Tipo 3: a) solos com teor de argila maior que 35%, com profundidade igual ou superior a 50 cm; e b) solos com menos de 35% de argila e menos de 15% de areia (textura siltosa), com profundidade igual ou superior a 50 cm.

Critérios para profundidade de amostragem:

Na determinação da quantidade de argila e de areia existente nos solos, visando o seu enquadramento nos diferentes tipos previstos no zoneamento de risco climático, recomenda-se que:

a) a amostragem de solos seja feita na camada de 0 a 50 cm de profundidade;

b) nos casos de solos com grandes diferenças de textura (por exemplo: arenoso/argiloso, argiloso/muito argiloso), dentro da camada de 0 a 50 cm, esta seja subdividida em tantas camadas quantas forem necessárias para determinar a quantidade de areia e argila em cada uma delas;

c) o enquadramento de solos com grandes diferenças de textura na camada de 0 a 50 cm, leve em conta a quantidade de argila e de areia existentes na subcamada de maior espessura;

d) as amostras sejam devidamente identificadas e encaminhadas a um laboratório de solos que garanta um padrão de qualidade nas análises realizadas.

Para o uso dos solos, deve-se observar a legislação relativa às áreas de preservação permanente.

3. TABELA DE PERÍODOS DE SEMEADURA

4. CULTIVARES INDICADAS PELOS OBTENTORES/MANTENEDORES

Informações específicas quanto a região de adaptação, na Unidade da Federação, devem ser obtidas junto aos obtentores/mantenedores, para escolha da cultivar a ser utilizada.

CICLO PRECOCE:

BRASMAX: DON MARIO 7.0i RR e BMX TITAN RR;

COODETEC: CD 224, CD 201, CD 202, CD 215, CD 216, CD 217, CD 222, CD 213 RR, CD 214 RR e CD 232:

CTPA: EMGOPA 316;

EMBRAPA: BRS 16, BRS 132, BRS 133, BRS 134, BRS 156, BRS 183, BRS 184, BRS 185, BRS 212, BRS 213, BRS 230, BRS 232, BRS 242 RR, BRS 243 RR, BRS 255 RR, BRS 257, BRS 258, BRS INVERNADA, BRS MACOTA, BRS RAIANA, EMBRAPA 48, EMBRAPA 59, IAS 5, BRS 284 e BRS 283;

EMBRAPA / AG. RURAL: BRSGO 204 GOIANIA;

EMBRAPA / EPAMIG: BRSMG 750SRR e BRSMG 752S;

FT PESQUISA: FTS FÊNIX, FTS ÁGUIA, FTS CAMPO MOURÃO RR, FTS IPIRANGA RR, FTS CASCAVEL RR, FTS ROLÂNDIA RR, FTS JACIARA RR, FTS SONORA RR, FTS JANGADA RR, FTS XAVANTINA RR, FTS CAMPO VERDE RR, FTS 2178, FTS 3280 e FTS 4157;

FUNDACEP FECOTRIGO: FUNDACEP 53 RR;

IAC: IAC FOSCARIN - 31, IAC - 17, IAC - 22 e IAC - 23;

MONSOY: M-SOY 7878 RR, M7908 RR, M-SOY 8000 RR, M-SOY 8008 RR, M-SOY 8045 RR, M-SOY 2002, M-SOY 5826, M-SOY 5942, M-SOY 6101, M-SOY 6600, M-SOY 6825, M-SOY 6977, M-SOY 7101, M-SOY 7894, M-SOY 7900, M-SOY 8001, L8064RR, JB-101, M7211RR, GB 755RR, M7578RR e RUBI RR;

NIDERA: A 7005, A 7001, NA 7620 RR, NA 7337 RR e NA 7255 RR;

PIONEER: P98Y11, P98N31 e P98R31;

SYNGENTA: NK 7054 RR, NK 7059 RR, NK 7074 RR, NK 412113, NK3363 e NK2561;

TMG: TMG 3003.

CICLO MÉDIO

COODETEC: CD 205, CD 208, CD 218, CD 219 RR e CD 231RR;

COOPADAP: CS 201;

CTPA: EMGOPA 315;

EMBRAPA: MG / BR 46 (CONQUISTA), BRS 37, BRS 136, BRS 214, BRS 215, BRS 216, BRS 231, BRS 233, BRS 244 RR, BRS 245 RR, BRS 246 RR, BRS 247 RR, BRS 256 RR, BRS 260, BRS 261, BRS 262, BRS 268, BRS 282 e BRSMG 250;

EMBRAPA / EPAMIG: BRSMG 68 e BRSMG LIDERANÇA;

FT PESQUISA: FTS 2184, FTS REALEZA RR, FTS 3182, FTS 4174;

FUNDACEP FECOTRIGO: FUNDACEP 54 RR;

IAC: IAC - 18, IAC - 19, IAC - 24, IAC PL-1, IAC -100 e IAC Holambra Stwart-1;

ONSOY: M7210 RR, M-SOY 7979 RR, M8199 RR, MARINA RR, M-SOY 7321, M-SOY 7501, M-SOY 7603, M-SOY 7901, M-SOY 8200, M-SOY 8211, CALABRIA 83, SGL 8297, MSOY 8329, M-SOY 8378, M-SOY 8400, M-SOY 8411, LD 8711, G 8101RR, GB 822RR, M8352RR, L8113RR e M8221RR;

NIDERA: AN 8500 e NA 8015 RR;

PIONEER: DM 247, P98R62 e P98N71.

CICLO SEMITARDIO

EMBRAPA: BRS 267;

FT PESQUISA: FTS DIANA.

CICLO TARDIO

EMBRAPA: BRS CAMBONA, BRS CANDIERO e BRS PALA;

PIONEER: DM 309, P98N82, P98C81, P98R91e P99R01.

Notas:

1) Informações complementares sobre as características agronômicas, região de adaptação e reação a fatores adversos das cultivares de soja indicadas, estão especificadas e disponibilizadas na Coordenação-Geral de Zoneamento Agropecuário, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 6º andar, sala 646, CEP 70043-900 - Brasília - DF e no endereço eletrônico www.agricultura.gov.br/Serviços/Zoneamento Agrícola/ cultivares de zoneamento por safra.

2) Devem ser utilizadas no plantio sementes produzidas em conformidade com a legislação brasileira sobre sementes e mudas (Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e Decreto nº 5.153, de 23 de agosto de 2004).

5. RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO E PERÍODOS INDICADOS PARA SEMEADURA

A relação de municípios aptos ao cultivo de soja foi calcada em dados disponíveis por ocasião da sua elaboração. Se algum município mudou de nome ou foi criado um novo, em razão de emancipação de um daqueles da listagem abaixo, todas as indicações são idênticas às do município de origem, até que nova relação o inclua formalmente.

A época de semeadura indicada para cada município não será prorrogada ou antecipada. No caso de ocorrer algum evento atípico que impeça a semeadura nas épocas indicadas, recomenda-se aos produtores não efetivarem a implantação da lavoura nesta safra.