Parecer Técnico nº 37 DE 17/07/2012
Norma Estadual - Pará - Publicado no DOE em 17 jul 2012
ASSUNTO: ICMS. BASE DE CALCULO DO ICMS IMPORTAÇÃO, ALÍQUOTA ZERO DO PIS/CONFINS. REGIME ESPECIAL DE INCENTIVOS PARA DESENVOLVIMENTO DA INFRAESTRUTURA - REIDI - LEI FEDERAL 11.488/2007. DESCARACTERIZAÇÃO. INDEFERIMENTO.
PEDIDO
A empresa, já qualificada no bojo do expediente, pleiteia solução em forma de CONSULTA TRIBUTÁRIA para o questionamento acerca da aplicação da legislação tributária nos seguintes termos:
A consulente declara que tem como atividade principal a Transmissão de Energia Elétrica - CNAE 3512300 e que, em virtude de estar em fase de implantação de sua infraestrutura para fins de operacionalização, pode vir a realizar operações de importação de bens que serão incorporados no Ativo Permanente.
Destaca o contribuinte que tais operações de importação são albergadas pela Lei Federal nº 11.488/2007, art. 3º, II, § 2º, que num primeiro momento concede a SUSPENSÃO das contribuições do PIS/PASEP Importação e COFINS Importação, e num segundo momento, na hipótese da utilização ou incorporação dos bens ou materiais de construção na obra de infraestrutura (ativo imobilizado), a SUSPENSÃO se converte em alíquota ZE RO.
Destarte, à luz da legislação que rege as operações acima mencionadas indaga se ao importar mercadorias do exterior em operações beneficiadas pela suspensão do PIS/importação e COFINS/importação (Lei Federal nº 11.488/2007), a base de cálculo do ICMS IMPORTAÇÃO deveconsiderar os efeitos financeiros do referido beneficio fiscal.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
- Lei nº 5.172/66 - Código Tributário Nacional.
- Lei Federal nº 11.488/2007.
- Lei Estadual nº 5.530/89.
- Lei Estadual nº 6.182/98.
- RICMS – Regulamento do ICMS - anexo ao Decreto estadual º 4676/2001.
MANIFESTAÇÃO
A Lei nº 6.182/98, que regula os procedimentos administrativo - tributários no Estado do Pará, assegura ao sujeito passivo a formulação de consulta sobre a aplicação da legislação tributária, em relação a fato concreto de seu interesse.
A mesma lei impõe ao consulente que atenda aos requisitos do expediente, mediante o detalhamento do fato que gerou a dúvida suscitada, no intuito de garantir o atendimento na forma de solução à questão predefinida.
No expediente em análise, a consulente expõe situações que estão descritas literalmente na legislação deste Estado, o que descaracteriza o procedimento de consulta sobre a aplicação da legislação tributária.
Além disso, a matéria suscitada não apresenta fato concreto a ensejar a solução em forma de consulta, na forma do art. 54 da Lei nº 6.182/98, verbis:.
Art. 54. É assegurado ao sujeito passivo que tiver legítimo interesse o direito de formular consulta sobre a aplicação da legislação tributária, em relação a fato concreto de seu interesse. (negritamos)
Entendemos fato concreto com fato jurídico tributário realizado.
A conseqüência de tais constatações é determinada no art. 58 da Lei nº 6.182/98, nos termos como segue:
Art. 58. Não produzirão os efeitos previstos no artigo anterior a consulta:
I - formulada em desacordo com o previsto nos arts. 54 e 55;
........................................................................................................
III - que seja meramente protelatória, assim entendida a que verse sobre disposições claramente expressas na legislação tributária ou sobre questão de direito já resolvida por decisão administrativa definitiva, publicada antes da apr esentação da consulta;
A matéria de que trata o pedido consta do art. 15, V da Lei nº 5.530/89, verbis:
Art. 15. A base de cálculo do Imposto é: (...) V - na hipótese do inciso IX do art. 2º, a soma das seguintes parcelas: a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, observado o disposto no art. 29; b) Imposto de Importação; c) Imposto sobre Produtos Industrializados; d) Imposto sobre Operações de Câmbio; e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, uma vez descaracterizada a petição como consulta, opinamos pelo indeferimento e arquivamento do expediente, na forma do art. 811 do RICMS - PA, anexo ao Decreto nº 4676/01, sem prejuízo do direito do requerente contactar com a CERAT de circunscrição para as orientações pertinentes.
É o entendimento que submetemos à vossa superior consideração.
Belém (PA), 17 de julho de 2012.
ROBERTO TEIXEIRA DE OLIVEIRA, AFRE/DTR;
ROSELI DE ASSUNÇÃO NAVES, Diretora de Tributação.
Aprovo o parecer exarado nos termos do §4º do art. 55 da Lei nº 6.182, de 30 de dezembro de 1998. Indefiro o pleito com base no parecer da Diretoria de Tributação. Dê - se ciência da decisão. Remeta - se à Diretoria de Tributação para ciência do interessado.
JOSÉ BARROSO TOSTES NETO, Secretário de Estado da Fazenda