Despacho ANP nº 1.828 de 19/12/2008

Norma Federal - Publicado no DO em 22 dez 2008

Publica um sumário do memorial do projeto pretendido, integralmente baseado nas informações e no projeto apresentados pela empresa Transportadora Associada de Gás S/A. - TAG.

O SUPERINTENDENTE DE COMERCIALIZAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DE PETRÓLEO, SEUS DERIVADOS E GÁS NATURAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pela Portaria ANP nº 206, de 9 de setembro de 2004, em cumprimento ao art. 5º da Portaria ANP nº 170, de 26 de novembro de 1998, tendo em vista o constante do Processo ANP nº 48610.008888/2008-32 e considerando:

As informações e o projeto apresentados pela empresa Transportadora Associada de Gás S/A. - TAG à ANP, referentes à construção do gasoduto Pilar - Ipojuca (trecho do Nordestão II) que irá interligar a EDG de Pilar à estação de Ipojuca; e

A solicitação feita pela empresa Transportadora Associada de Gás S/A. - TAG à ANP, por intermédio de correspondência datada de 4 de julho de 2008, para a obtenção de Autorização de Construção do referido duto,

Resolve:

1. Publicar um sumário do memorial do projeto pretendido, integralmente baseado nas informações e no projeto apresentados pela empresa Transportadora Associada de Gás S/A. - TAG (Anexo do presente despacho);

2. Indicar a "Superintendência de Comercialização e Movimentação de Petróleo, seus Derivados e Gás Natural" da ANP, com endereçamento à Av. Rio Branco, 65, 17º andar, Edifício Visconde de Itaboraí, Centro, 20.090-004, Rio de Janeiro - RJ ou através do endereço eletrônico, scm@anp.gov.br para o encaminhamento, até 30 dias a partir da publicação, de comentários e sugestões; e

3. Informar que a documentação apresentada pela empresa Transportadora Associada de Gás S/A. - TAG continua em processo de análise pela ANP e que a publicação do presente despacho não implica autorização prévia concedida pela ANP.

JOSÉ CESÁRIO CECCHI

ANEXO

1. OBJETIVO

O gasoduto Pilar - Ipojuca (trecho do Nordestão II) irá interligar a EDG de Pilar à estação de Ipojuca, onde o duto será interligado com o GASALP e ao gasoduto para a Termopernambuco.

2. DESCRIÇÃO SUCINTA DO EMPREENDIMENTO

2.1. Descrição

Este gasoduto será de aproximadamente 189 km, com diâmetro nominal 24" e terá 03 (três) estações de lançamento e recebimento de pig, sendo 01 (uma) intermediária. Haverá uma estação de compressão alugada junto à EDG de Pilar. Está prevista uma interligação com o ponto de entrega em operação no GASALP, em Rio Largo, entre Pilar e Ipojuca.

2.2. Descrição do traçado

O traçado do gasoduto tem inicio na EDG de Pilar, município de Pilar em Alagoas e segue rumo norte, pela faixa existente do GASALP. Segue esta mesma faixa até o município de Ipojuca, na área da válvula XV-10 do GASALP.

2.3. Municípios atravessados pelo empreendimento

Os municípios atravessados pelo empreendimento estão listados na tabela 01 abaixo e podem ser visualizados no desenho de macrolocalização DE-4717.12-6521-940-PEN-001.

Tabela 01 - Municípios Atravessados pelo Gasoduto Pilar - Ipojuca

ALAGOAS PERNAMBUCO 
Pilar Água Preta 
Rio Largo Gameleira 
Messias Rio Formoso 
Flexeiras Sirinhaém 
São Luís do Quitunde Ipojuca 
Joaquim Gomes  
Matriz de Camaragibe  
Jundiá  
Campestre  
Jacuípe  

3. ASPECTOS TÉCNICOS DO PROJETO

3.1. Condições Operacionais

O gasoduto foi projetado para operar com capacidade máxima de 15x106 m³/d (*), desde a estação de Pilar até a estação de Ipojuca, final do gasoduto.

Tabela 02 - Valores de processo para o gasoduto.

Geral FLUIDO GÁS NATURAL 
ESTADO FÍSICO GÁS 
Vazão (x106 m³/d) (*) NORMAL 5 a 15 
MÁXIMO 15 
MÍNIMO 
Pressão manométrica (kgf/cm²) NORMAL 30 a 100 
MÁXIMO 100 
PROJETO 100 
Temperatura (ºC) OPERAÇÃO 20 a 30 (**) 
PROJETO 55 

*Condição de referência para vazão: 1 atm e 20 ºC

** No trecho imediatamente a jusante das estações de compressão a temperatura poderá atingir até 50 ºC

4. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO EMPREENDIMENTO

4.1. Duto

O projeto básico de todo o sistema foi executado de acordo com a norma ABNT NBR 12712 e a norma ASME B-31.8.

O gasoduto será construído com tubos de diâmetro nominal de 24", fabricados em aço carbono conforme especificações da norma API 5L X70 e requisitos adicionais de projeto.

A classe de pressão das conexões e flanges deste gasoduto será de 600# de acordo com a ASME B16.5. As conexões fabricadas com aço de alta resistência serão de acordo com a MSS-SP 75, com requisitos adicionais de projeto. Da mesma forma, flanges em aço de alta resistência serão fabricados conforme MSS-SP 44, com requisitos adicionais de projeto.

Os tubos usados neste gasoduto terão espessuras de 0,406", 0,469", 0,562" e 0,688" distribuídas conforme definido no projeto básico. Estes tubos serão revestidos externamente para evitar processos corrosivos. O revestimento será de polietileno tripla camada. As juntas soldadas serão revestidas com mantas termo-contrátil.

Como proteção adicional contra a corrosão externa será instalado um sistema de proteção catódica. Serão instaladas juntas de isolamento elétrico no duto, antes dos pontos de enterramento, nas áreas de lançamento e recebimento de pig e nos pontos de entrega, de modo a evitar fugas de corrente do sistema de proteção catódica para os trechos aéreos do gasoduto.

Com o objetivo de monitorar o potencial provido pelo sistema de proteção catódica, serão instalados dispositivos de medição de potencial tubo-solo no gasoduto. Estes serão localizados nas áreas de lançamento e recebimento de pig.

Os tubos serão revestidos internamente para reduzir a rugosidade, aumentando a eficiência de transporte do duto. Este revestimento interno será em epóxi. As juntas internas não serão revestidas.

Não é esperada corrosão interna neste duto devido às características do gás natural com o qual o duto irá opera, contudo serão instalados quatro (4) conjuntos de provadores de corrosão ao longo do duto, composto, cada conjunto, de dois provadores por perda de massa e dois por resistência elétrica.

No gasoduto serão instaladas 08 (oito) válvulas de bloqueio intermediário automáticas (SDV), além de 03 (três) localizadas nas áreas de lançamento e recebimento de pigs. Estas válvulas serão instaladas para reduzir o inventário de gás lançado para atmosfera em caso de um vazamento. Seus atuadores serão dotados de pilotos para fechamento da válvula em caso de baixa pressão no duto ou alta velocidade de queda de pressão. As válvulas serão aéreas, flangeadas e dotadas de by-pass com 8" de diâmetro nominal para instalação de dispersores, que serão utilizados caso seja necessário despressurizar trechos do gasoduto. A localização e o espaçamento entre as válvulas obedecem as normas de projeto.

Lançadores e recebedores de pig serão instalados no gasoduto com a finalidade de efetuar a inspeção e limpeza. Esses dispositivos proporcionarão o lançamento de pig instrumentados, os quais possibilitarão a monitoração do estado físico do duto.

Nas estações serão instalados instrumentos para monitoramento de dados de vazão, temperatura e pressão.

4.2. Ponto de entrega

Estão previstas interligações no ponto de entrega de Rio Largo existente no GASALP no trecho entre Pilar e Ipojuca.

4.3. Estação de distribuição de gás (EDG)

Nas proximidades da UPGN de Pilar, será implementada uma EDG para integrar a distribuição do gás proveniente da UPGN e do gasoduto Carmópolis - Pilar. Esta EDG irá fornecer gás para a o GASALP, para o gasoduto Pilar - Ipojuca e para o gasoduto Carmópolis - Pilar.

4.4. Estação de compressão

Será instalada uma estação de compressão alugada, na área da EDG. A estação de compressão será provida de serviços para operação desassistida. Todos os comandos de controle e os dados de operação estarão no sistema de supervisão e controle (SSC).

5. SISTEMA DE SUPERVISÃO E CONTROLE - SSC

O gasoduto será dotado de um Sistema de Supervisão e Controle (SCADA) para a sua operação centralizada. Os equipamentos e instalações do gasoduto serão operados a partir de uma Estação Mestre.

Hierarquicamente o SCADA será constituído por:

1) Estação Mestre;

2) Estações Remotas junto as áreas intermediárias de lançador e recebedor de pig, nos pontos de entrega, nas áreas de válvula intermediárias que tenham sido definidas no projeto básico com atuação remota e na estação de compressão.

A Estação Mestre terá como função a Supervisão/Controle e a Coordenação de todas as operações do gasoduto.

A computação dos sinais de vazão será realizada por equipamento dedicado (computador de vazão) com aquisição de dados por Unidades Terminais Remotas (Estações Remotas).

6. ASPECTOS CONSTRUTIVOS

O gasoduto será construído de acordo com a norma de construção e montagem de dutos terrestres da PETROBRAS N-464, com requisitos adicionais de projeto.

A faixa de domínio do gasoduto terá uma largura de 20 m, devidamente sinalizada com marcos delimitadores.

O gasoduto será enterrado em toda a sua extensão com uma cobertura mínima de 1,0 m, exceto em trechos rochosos, onde será admitida uma profundidade de 60 cm. Em áreas de cultura mecanizada e em regiões próximas aos centros urbanos, o projeto prevê uma cobertura mínima de 1,50 m.

Em áreas com possibilidade de interferência de terceiros no duto, tais como, nas travessias de rios e cruzamento com rodovias, ferrovias e outros dutos, serão adotadas proteções adicionais, como placas de concreto, fitas de aviso, sinalização de advertência, aumento da profundidade de enterramento, jaquetas de concreto e tubo camisa.

As soldas de campo serão 100% inspecionadas, garantindo a qualidade e a rastreabilidade das juntas soldadas.

Serão realizadas, após o enterramento, inspeções com pigs geométricos e placas calibradoras para garantir que não haja defeitos de amassamento e ovalização nos tubos.

Equipamentos e dispositivos pré-fabricados, tais como, válvulas, lançadores e recebedores de pig e cavalotes, serão pré-testados hidrostaticamente antes de sua montagem no gasoduto.

Atendendo aos dispostos nas normas NBR 12712 e ASME B31.8, no final da montagem, o gasoduto será testado hidrostaticamente, com procedimentos para teste de estanqueidade e de resistência mecânica.

Finalmente, o gasoduto será submetido a um processo de secagem, preparando-o para o início da operação com gás natural.

7. NORMAS

As principais normas utilizadas no projeto deste gasoduto, além das normas Petrobras, são:

Projeto - ABNT NBR-12712 / ASME B 31.8

Tubos - API 5L

Elétricas - IEC

Flanges - ASME B 16.5 e MSS SP-44

Medição - AGA Reports nº 3, nº 8 e nº 9

Válvulas - API 6D

Conexões - MSS SP-75

8.CRONOGRAMA

Consta no processo o cronograma físico-financeiro, indicando que a instalação do Gasoduto terá duração total de 18 meses, iniciando-se em março de 2009 pelo Projeto Executivo, incluindo ainda os serviços de: Construção e Montagem, Completação Mecânica, Pré-Operação e Partida.

Atividade Previsão início Previsão fim 
Gerenciamento/Projeto Básico/Assistência Técnica Iniciado Setembro/2010 
Meio Ambiente Iniciado Setembro/2010 
Projeto Executivo Março/2009 Março/2010 
Construção e Montagem Abril/2009 Agosto/2010 
Completação Mecânica Agosto/2010 
Pré-operação e Partida Setembro/2010