Despacho FUNAI nº 13 de 27/02/2007

Norma Federal - Publicado no DO em 28 fev 2007

Aprova as conclusões objeto do resumo para afinal, reconhecer os estudos de identificação da Terra Indígena CACHOEIRA SECA de ocupação do grupo tribal Arara, localizada nos municípios de Altamira, Placas e Uruará, Estado do Pará.

O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO - FUNAI, tendo em vista o que consta no Processo FUNAI/BSB nº 1.423/92, e

Considerando o Resumo do Relatório de Identificação, de autoria da antropóloga MARIA HELENA DE AMORIM PINHEIRO que acolhe, face às razões e justificativas apresentadas, decide:

1. Aprovar as conclusões objeto do citado resumo para afinal, reconhecer os estudos de identificação da Terra Indígena CACHOEIRA SECA de ocupação do grupo tribal Arara, localizada nos municípios de Altamira, Placas e Uruará, Estado do Pará.

2. Determinar a publicação no Diário Oficial da União e Diário Oficial do Estado do Pará, do Resumo do Relatório Circunstanciado, Memorial Descritivo, Mapa e Despacho, na conformidade do § 7º do art. 2º do Decreto nº 1.775/96.

3. Determinar que a publicação referida no item acima, seja afixada na sede das Prefeituras Municipais da situação do imóvel.

MÉRCIO PEREIRA GOMES

ANEXO
RESUMO DO RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO DE IDENTIFICAÇÃO E DELIMITAÇÃO DA TI CACHOEIRA SECA

Referência: Processo nº 1423/1992. Terra Indígena: Cachoeira Seca. Localização: Municípios de Altamira, Placas e Uruará, Estado do Pará. Superfície aproximada: 734.027ha (setecentos e trinta e quatro mil e vinte e sete hectares), Perímetro: 541km (quinhentos e quarenta e um quilômetros), Sociedade Indígena: Arara. Família: Karíb. População: 71 habitantes (2004). Identificação e Delimitação: Grupo Técnico constituído pela Portaria nº 1442/PRES, de 18 de novembro de 2004, coordenado pela antropóloga Maria Helena de Amorim Pinheiro.

INTRODUÇÃO

Por meio da Portaria nº 1442, de 18 de novembro de 2004 e a nº 1.080/2006, foi constituído GT para realizar estudos de identificação e delimitação da TI Cachoeira Seca, localizada nos Municípios de Altamira, Placas e Uruará - PA, sendo este o primeiro estudo a ser elaborado de conformidade com o disposto no Decreto nº 1.775/96 e na Portaria nº 14/MJ/96.

Durante os trabalhos de campo foram realizados dois sobrevôos sobre a TI Cachoeira Seca, constatando-se, nas duas ocasiões, a situação alarmante da área: inúmeras queimadas, picadas e desmatamentos recentes, evidenciando a depredação desordenada das terras indígenas, confirmado posteriormente no percurso terrestre pela Transiriri e Transamazônica, ambas com intenso trânsito de caminhões escoando a madeira extraída.

O GT Instituído pela Portaria nº 1.442, de 18 de novembro de 2004, consta dos seguintes servidores da FUNAI: a Antropóloga Maria Helena de Amorim Pinheiro (Coordenadora do GT); o Engenheiro Agrimensor Sérgio de Campos e do Sertanista Afonso Alves Cruz que participou dos contatos iniciais com os Arara, permanecendo entre eles até data atual. Para os trabalhos de campo contamos também com o acompanhamento e a colaboração do lingüista da ALÉM-SIL, Isaac de Souza que nos auxiliou com seus conhecimentos da língua Arara.

Ao iniciar trabalhos de campo, o GT visitou as cidades de Placas, Uruará e Rurópolis, contatando, naquela oportunidade, com as autoridades municipais, informando sobre os trabalhos que se iniciavam, e distribuindo cópias da Portaria de Restrição de Uso (nº 1.357, de 29.10.2004) da TI Cachoeira Seca, solicitando que informassem e conscientizassem os habitantes dos municípios a respeito da existência da mesma, no intuito de coibir novas invasões. Na mesma ocasião, buscamos informações junto ao núcleo regional do INCRA em Rurópolis.

Nossos informantes principais foram os indígenas mais idosos do grupo, cujas falas foram traduzidas pelos mais jovens que já aprenderam Português, além da colaboração do Lingüista Isaac de Souza. Os menos idosos forneceram também importantes contribuições, além de todas as informações fornecidas pelo sertanista Afonso Alves Cruz, que convive com os Arara desde o início dos trabalhos da Frente de Atração Arara (FAA), até o presente momento. Outros dois sertanistas que trabalham atualmente no PIN Iriri e que participaram da FAA também forneceram outras tantas informações.

Após retorno para a cidade de Altamira, foi realizada uma reunião na Casa do Índio com participação do GT, representantes da FUNAI-Altamira, autoridades municipais de Uruará, representantes sindicais dos colonos (FETAGRI e outros), Tjoktjogulo, Mobu-Odo, Joru (indígenas Arara de Cachoeira Seca), Akitu, Mouko, Motjibi (indígenas Arara do Laranjal), representantes do CIMI e Isaac de Souza (ALEM-SIL). Naquela oportunidade, esclarecemos que não pretendíamos alterar o perímetro da TI Cachoeira Seca, sendo também ponto inquestionável a necessidade de manutenção da contigüidade das terras dos dois subgrupos Arara, mas que havia possibilidade de alteração de alguns limites, visando equacionar questões de ordem social, pois inúmeros assentamentos foram promovidos pelo INCRA, além das ocupações espontâneas no decorrer dos últimos anos.

I - PRIMEIRA PARTE - DADOS GERAIS

Apesar de habitarem tradicionalmente numa área com predomínio de grupos indígenas pertencentes ao tronco lingüístico Tupi, os Arara falam uma língua da família Caribe. Viviam entre as bacias dos Rios Amazonas e Xingu até construção da Transamazônica, quando os grupos que se encontravam ao norte da rodovia foram transferidos para a margem sul, tendo sido estudados desde o ano de 1987 pelo antropólogo Márnio Teixeira Pinto, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A denominação Arara não compõe o autodesignativo dessa etnia, é um etnônimo antigo de origem não indígena. Auto identificam-se como Ugoro'gmo e quer dizer 'nós inclusivo' ou 'a gente'. A designação Arara estaria sendo aplicada a grupos indígenas da Amazônia pelo menos desde o início do século XIX, referindo-se à nomeação que poderia ter se originado no ornamento de penas que usavam na boca ou na tatuagem facial azul-escura das têmporas ao canto dos lábios. Os Arara atuais do Pará residem em três localidades diferentes: Aldeia Laranjal, Aldeia Cachoeira Seca e Terra do Maia (TI Arara da Volta Grande do Xingu).

Os Arara organizavam-se em várias unidades residenciais com autonomia política e econômica, padrão em vigor até o contato com nossa sociedade, processo intensificado a partir da década de 1960, através da implantação do leito da rodovia Transamazônica, acompanhado dos projetos de colonização que impactaram seu território tradicional. As décadas de 1960 a 1980 são marcadas por inúmeros confrontos dos Arara com os invasores de suas terras, culminando com a aceitação do contato definitivo e a concentração dos grupos residenciais em espaços delimitados administrativamente.

De acordo com Nimuendaju, o primeiro registro oficial de uma tribo chamada Arara na região do baixo Xingu data de 1853, sendo que desde então há relatos de contatos eventuais de grupos assim denominados com exploradores de borracha, índios de outros grupos e demais moradores da região. Os relatos recolhidos por Nimuendaju vão até 1932.

Sob denominações diferenciadas, como Arára, Pariri, Timiren e Yaruma, Curt Nimuendaju apresenta os Arara do Pará em onze localizações e em épocas diferentes no seu Mapa Etno-Histórico: Arara (1861) - Margem direita do Rio Xingu, partindo de um ponto abaixo da Grande Volta; Arara (1869) - Entre os Rios Jacundá e o baixo Tocantins; Arara (1872) - Margem esquerda do Rio Tapajós, abaixo da foz do Rio Jamanxim; Arara (1896) - Confluência dos Rios Iriri e Xingu; Arara (1910) - Cabeceira do Curuá do Sul, interflúvio Xingu-Tapajós; Arara-Pariri (1910 e 1932) - Margem esquerda do rio Pacajá, afluente do Amazonas; Arara-Timirem (1912/1913) - Cabeceiras dos rios Anapu e Pacajá; Arara (1917) - Oeste do Iriri, abaixo da confluência do Curuá e Iriri; Arara (1930) - Rio Pacajá, afluente do Xingu; Yarumá (1944) - Cabeceira do rio Parnaíba, margem direita do Xingu; Arara (sem data) - Margem direita do Xingu, entre a foz do Liberdade e a foz do Riozinho, afluentes do Xingu.

Em seu livro "Viagem ao Xingu", o pesquisador Henri Coudreau registrou importantes informações a respeito dos Arara, referindo-se ao seu território de ocupação tradicional como sendo o interflúvio Xingu - Tocantins.

Ao se instalar exatamente nos divisores de águas das bacias do Xingu, Iriri e do Amazonas, a rodovia Transamazônica cortou ao meio o território tradicional Arara, limitando a possibilidade de interação entre os vários subgrupos. A implantação dos novos projetos de colonização afetou principalmente o padrão de dispersão espacial e articulação política dos grupos locais e a possibilidade de exploração extensiva dos ambientes ecológicos diferenciados (bacias do Amazonas Xingu-Iriri).

No processo de aldeamento dos vários grupos locais, ocorreram situações de isolamento radical de alguns daqueles subgrupos que se viram impossibilitados de se aproximarem dos demais. Para estarem a salvo das ações de ocupantes não indígenas de seu território, foram forçados a deslocamentos constantes à procura de novos lugares de moradia e exploração econômica, ou seja, busca da simples possibilidade de sobrevivência física. Vários dos subgrupos locais começaram a perder sua capacidade de relação com os demais, comprometendo da sociabilidade Arara marcada, de um lado, pelas relações entre grupos, de outro lado, pelo exercício da autonomia política, independência econômica e a mobilidade espacial. Assim, a vinculação às redes intercomunitárias para as trocas matrimoniais e colaboração nos ciclos rituais ficou comprometida. Inicialmente, em época anterior às invasões de seu território, os Arara da TI Cachoeira Seca tinham sido afastados, por razões internas à rede intercomunitária, agravando ainda mais as dificuldades de manutenção dos vínculos com outros subgrupos. Tornaram-se Peleum, categoria genérica que serve para designar depreciativamente os indivíduos ou grupos isolados das redes intercomunitárias.

A partir de um dado momento, os índios de Cachoeira Seca pararam de transitar pelos locais freqüentados pelos índios da aldeia Laranjal. Foi quando se viram impedidos de transitar pela região, devido ao aumento da ocupação e do movimento das máquinas na região entre o Igarapé João Ribeiro e o Igarapé Olhões (Transiriri), a grande barreira territorial imposta aos índios de Cachoeira Seca.

As ligeiras diferenças em termos de cultura material entre os Arara do Laranjal e os de Cachoeira Seca/Iriri podem ser atribuídas à limitação do acesso a recursos naturais causada pela ocupação não indígena na região, enquanto que suas ligeiras diferenças de hábitos e estilos (a fala não tão baixa e pausada, a inexistência de regras de residência; as soluções e arranjos matrimoniais, etc.) são decorrência de seu isolamento e perda das interações com outros subgrupos.

À medida que avançava o projeto de implantação da estrada da "integração nacional", e que constatavam estarem atravessando terras indígenas, sobressaía a necessidade de "pacificação" dos índios que estavam na região, para aplacar o medo e insegurança dos trabalhadores da rodovia e colonos deslocados em função do projeto. As Frentes de Atração da FUNAI tentavam o contato, localizando as trilhas dos índios e seguindo pistas para localizar as aldeias e tentar aproximação. Em 1970 já eram seis "frentes de penetração" que tentavam chegar de qualquer forma até os índios.

Em 1972 uma frente de penetração reencontra uma aldeia abandonada no rio Penetecaua, e encontram dentro de uma sacola dependurada na coluna da casa um pacote contendo ossos humanos. A notícia se espalha e produz medo na região. Entre 1972 e 1975 um bando de índios é visto descendo o rio Uruará em direção ao Iriri. Em pontos variados da rodovia surgem os índios, e equipes da FUNAI se deslocam para tentar o contato, inutilmente, pois os índios não aceitavam um contato definitivo. Os Arara tentavam se aproximar dos brancos cada vez que recebiam os brindes deixados pelas frentes de atração, mas ficavam confusos, na medida em que eram recepcionados com tiros pelos colonos que já se espalhavam pela região.

No início de 1976 os índios mataram e esquartejaram os funcionários da CPRM que estavam a menos de 5km de sua aldeia. Uma Frente localiza e penetra na aldeia, já vazia, onde encontra os crânios humanos decorados. Em 1977 surge uma nova evidência de que os ataques indígenas continuavam, pois um novo corpo esquartejado é encontrado. Em suas incursões, a FAA encontra uma aldeia próxima ao Igarapé Roseno e tenta a aproximação. Os índios perseguem os intrusos por quase 2km na mata. A Frente é desativada pela 2ª vez (1ª em 1976 após morte dos funcionários da CPRM).

Com a notícia dos índios cruzando a rodovia entre os km 200 e 250, são retornados os trabalhos da Frente, que, seguindo as pistas, encontra um acampamento abandonado nas cabeceiras do Curuá-Una (altura do km 250). Ocorre a 3ª desativação da Frente.

No começo de 1979 a Frente de Atração continua insistindo na penetração da aldeia, mesmo sob resistência. Os índios reagem e atacam. Essas incursões da Frente de Atração da FUNAI ocorridas em 1964 e 1981/1983 (Laranjal) e 1987 (Cachoeira Seca), ocorreram sob muitos ataques dos Arara. No final de 1979 é implantada uma nova estratégia através da suspensão das penetrações no território indígena, retirarada de vários grupos de invasores e construção do Posto de Vigilância e Atração - o PV1. Buscaram garantir a tranqüilidade dos índios que perambulavam em fuga há vários anos, para permitir o tradicional "namoro" com ofertas de presentes e as aproximações graduais. Esta nova Frente passou a afastar outros invasores do território indígena e a deixar objetos interessantes e úteis (panelas e facas). Os Arara começam a conceber que aqueles brancos pudessem ser uma classe diferente de seres, interessados em manter relações amistosas e até solidárias, decidindo fazer o contato em fevereiro de 1981.

Quando a Frente de Atração Arara atuava na região do rio Penetecaua, km 20 da Transamazônica, chegaram informações a respeito da existência de índios arredios na região próxima ao Igarapé Olhões e proximidades dos Igarapés Sem Tripa, Dois Irmãos e Leite, as quais são posteriormente reforçadas por fontes vindas de antigos moradores da beira do Rio Iriri. A partir de então a FAA empreende buscas na região, iniciando pela localidade "Pedra do Ó", prosseguindo pelo Igarapé Sem Tripa, onde encontraram vestígios da presença dos índios e, após mais cinco dias de caminhada, encontram o divisor de águas, onde localizam outros tantos sinais da presença indígena. Após a empreitada criam o Posto Indígena do Iriri.

No prosseguimento dos trabalhos, sobem o Igarapé Cachoeira Seca e no terceiro dia de caminhada começaram a aparecer os sinais da presença indígena. No quinto dia saem na topografia (picada com uma braça de largura), e no segundo dia após a topografia encontram o acampamento dos índios de um lado e outro das nascentes do Igarapé Cachoeira Seca. Usando os caminhos dos índios, seguem até encontrarem sua aldeia (margem esquerda do Igarapé), abandonada. Tinham três casas grandes e, numa delas, viram quatro sepulturas recentes. Seguindo as trilhas a uns 200 ou 300 metros encontraram mais cinco ou seis casas onde os índios estavam morando. O fogo ainda estava aceso, significando abandono recente (talvez três dias). Nas roças próximas à aldeia verificaram suas plantações: abacaxi, banana, batata-doce, cará, mandioca, mamão, cana-de-açúcar, pimenta e algodão.

A aldeia dos sepultamentos ficava em local de difícil acesso, entre as cabeceiras do Curuá-Una, Cachoeira Seca, Gelo e Iriri Velho. Era local de serras bem altas e viviam no centro para dificultar localização. Era uma espécie de cratera. Buscavam refúgio para conseguir sobreviver. Após este momento não mais plantaram roças. Viveram fugindo de novos ataques.

A equipe da FUNAI retorna para o Posto do Rio Iriri e tomam a direção ao Iriri Velho, um outro Igarapé que fica do lado esquerdo do Posto, onde encontraram mais vestígios da presença Arara.

Em Junho de 1980 a equipe se divide, dirigindo-se ao Igarapé Leite, pois existiam informações da presença indígena no local. Durante dezenove dias vasculharam o Igarapé Leite e o Dois Irmãos, nada encontrando. Ao retornarem para o Iriri, encontram um novo caminho pelo Igarapé Cachoeira Seca e após três dias de caminhadas encontram uma pequena roça com três pés de banana e 15 acampamentos (palhas encostadas em troncos). Ainda tinha fogo. Novamente saíram às pressas em outra direção.

Retornaram para o Igarapé Liberdade, local onde tinham feito acampamento e roças para cultivar alimentos para os índios: banana, batata, mandioca, macaxeira e mamão. Este Posto aí localizado serviu de apoio ao Posto de Atração do Liberdade que ficava a cerca de dezesseis quilômetros ou seis horas de caminhada, saindo do PIN Iriri. Em Outubro de 1980 é construída a Frente de Apoio do Liberdade, alternando, a partir daí, as idas e vindas no PIN Iriri.

Em 1984 as atividades no Posto de Atração do Liberdade foram temporariamente suspensas pela falta de recursos. Para proteção dessa população indígena que estava sendo localizada e atraída, foram interditados 1.060.400 ha em área contígua à área Arara I, através da Portaria PP nº 1.854/E, de 15.04.1985. Os trabalhos da Frente do Liberdade são retomados em fins de 1987, com o cultivo de mais roças onde os índios recomeçam a pegar os produtos.

No mesmo período, os Arara aparecem em Rurópolis e tentam fazer contato. Os moradores da localidade ficaram com medo e atiraram para cima. Os índios pegaram panelas, comida, trocando por flechas, bananas e jabuti. Repetiram a investida por umas três ocasiões. Percorriam também a região indo até a Banach e lá fecharam a estrada com madeira. Ficaram assustados com as máquinas e tratores. Os servidores da FUNAI souberam de informações da presença deles na Bannach e na Transamazônica (Travessão), mas quando iam verificar as informações só encontravam acampamentos abandonados. Os índios viveram uma espécie de nomadismo, ziquezagueando por um extenso território, o que ficou comprometido a partir dos problemas de saúde da Tjibie (mais idosa do grupo) que passou a ter dificuldades para caminhar.

Em 02.01.1987 os trabalhadores da Frente do Liberdade avistaram pela primeira vez dois índios e iniciaram comunicação, primeiro no acampamento do Liberdade (índio Kygyt e o Txagat - Tuktu Ku) e posteriormente na sede do Posto Iriri, onde acabaram construindo suas casas. Eles não se fixaram imediatamente no Posto, continuando com as suas perambulações pelas roças do acampamento do Liberdade e também pela região do Igarapé Leite onde mantinham sua aldeia. Esse subgrupo Arara sofreu a invasão implacável de seu território, tendo sido atacado diversas vezes por madeireiros e colonos. Sua reação não foi de enfrentamento, eles fugiam e tentavam se esconder, o que ficava demonstrado pela localização das três últimas aldeias que se assemelhavam a abrigos e refúgios, localizados em áreas de difícil acesso à caça, pesca e água.

Após retorno para o PIN Iriri, os índios continuam a visitar o Posto diariamente com as suas famílias, retornando ao final do dia para seu acampamento. Durante um longo período, Tjibie e o filho Karaja ficaram na aldeia das cabeceiras do Igarapé Leite. A FUNAI decidiu buscar dois Arara do Laranjal (Akitu e Mutê) para intermediarem o contato com os Arara de Cachoeira Seca, período em que a comunidade vai construindo suas casas e se adaptando ao convívio com os sertanistas.

Alguns dados levantados junto à comunidade Arara da Aldeia Laranjal apontam para uma possível travessia do Rio Iriri realizada por alguns subgrupos Arara, entre eles o da Aldeia Laranjal e de Cachoeira Seca, e de uma posterior cisão ocorrida entre os dois subgrupos, o que levou a um prolongado isolamento dos Arara de Cachoeira Seca, gerado a partir de sua exclusão da rede de relações intercomunitárias.

A memória indígena dos Arara do Laranjal menciona os nomes Koroba e Igere como os condutores de seus ancestrais na travessia do rio Iriri, sendo Igere o principal líder nessa empreitada. Essa travessia ocorreu no desvio da Cachoeira Grande, em um lugar chamado "Bananinha", acima da confluência do Iriri com o Xingu, provavelmente na data de 1887. Segundo memória Arara, a travessia foi motivada por uma fuga dos Kayapó.

Segundo Afonso Cruz, a finada Tjibie, indígena mais idosa quando do contato dos Arara de Cachoeira Seca com a FUNAI, em viagem para Altamira, reconheceu o entorno da Cachoeira Grande. Ao avistar o local, teria ficado agitada gesticulando e falando, sendo sua fala traduzida por um Arara que os acompanhava. Segundo Tjibie, naquele local teria acontecido a separação do grupo de Cachoeira Seca com o grupo do finado Piput, o homem mais velho dos Arara do Laranjal na época do contato com a FUNAI.

Após a travessia, o destino provável do grupo teria sido a margem oeste do Xingu/Iriri, se estendendo para as cabeceiras de Kotji egun 'água, córrego do peixe piau' (rio Jaraucu) e Ambamba egun 'córrego da arraia' (rio Penetecaua), regiões onde as narrativas Arara situam a presença de Igere, de seus parentes e de seus amigos.

Logo após a travessia de retorno ao Iriri, um conflito interno resultou no êxodo de um pequeno contingente Arara, que possivelmente seria o núcleo inicial da comunidade que hoje habita a aldeia Cachoeira Seca. Os desentendimentos começaram quando Mudaki feriu Obia com flechadas. Temendo represália, Mudaki desapareceu na mata, levando consigo alguns Arara a ele relacionados. Entre eles estavam: Urupaky, seu irmão mais velho por parte de mãe; Pytot (f); Paranbarak, irmã mais nova de Pytot; Edygiri (f), Aboni (f) e Nawi. Embora não tendo sido confirmado por Tsibie (de Cachoeira Seca, já falecida), Tjimi (Arara do Laranjal) afirma que Mudaki e Urupaky são Iriri podaly imynbyn 'o - que era pai dos do Iriri, Araras da Cachoeira Seca'.

O local de retorno ao Iriri foi a Cachoeira Grande, cenário reconhecido por Tjibie como local de cisão dos Arara. Ela recorda de ter visto aí o então menino Piput (o mais idoso do Laranjal à época do contato). Uma vez que Piput nasceu em 1922, o rompimento se processou poucos anos depois dessa data. A tenra idade dele na época não o permitiu recordar de Tjibie, que o guardou na memória por ser mais velha do que ele. Estipulando-se que Piput tivesse de 3 a 4 anos de idade, a separação deve ter ocorrido entre 1925 e 1926.

O grupo de Mudaki (ancestral dos Arara de Cachoeira Seca) parece ter-se retirado em direção ao oeste, para as cabeceiras do rio Curuá-Una. Por causa de detalhes geográficos que Tjibie repassou a Afonso Alves, ele crê que esse segmento populacional chegou a ir até o rio Amazonas. Ele sugere que a rota escolhida para chegar lá teria sido o rio Curuá-Una mesmo. Para ele, esse rio seria a região de origem mais recente dos Arara da Cachoeira Seca. De lá, eles teriam vindo novamente para o rio Iriri.

Entre os sítios de ocupação recente estão todos os vestígios, acampamentos e aldeias encontradas pelas equipes de trabalhadores da FAA durante seu longo período de atuação, os quais encontram-se detalhados no item histórico do contato. Podemos citar, dentre os outros locais inseridos na bacia do Amazonas Xingu-Iriri: Rio Penetecaua, Rio Jaraucu; Igarapé João Ribeiro; Igarape Olhões; Rio Uruará; Igarapé Roseno; Rio Curuá-Una; Igarapé Sem Tripa; Igarapé Furo Seco; Igarapé Dois Irmãos; Igarapé Leite; Igarapé Laura; Igarapé Liberdade; Igarapé Cachoeira Seca; Rio Iriri Velho; Rio Iriri; Igarapé Cachoeira Seca, Igarapé Gelo; Igarapé Santo Estevão; Igarapé do Limão; Igarapé sem Tripa;Igarapé Cajueiro; Pedra do Ó; Estrada da Bannach.

II - SEGUNDA PARTE - HABITAÇÃO PERMANENTE

A casa Arara (otsingo) agrega pequenas famílias conjugais (homens, esposas e filhos solteiros), onde cada uma delas tem espaço doméstico exclusivo (itsit), onde armam suas redes, guardam seus pertences e o fogo familiar é aceso. Desta forma, o grupo residencial compreende o total das famílias conjugais que vivem numa mesma casa (ou grupo doméstico). Todo o grupo residencial participa da construção de uma casa, ficando a cargo do grupo doméstico (família conjugal) o fechamento das paredes exteriores que correspondem ao seu próprio espaço.

As casas são retangulares, seguindo o padrão tradicional Arara, sendo as paredes laterais bastante baixas, cobertas por palhas de babaçu amarradas entre si e nos esteios roliços, cravados no chão, que dão forma às paredes. O teto é alto podendo atingir até quatro metros sob a viga central (duas águas) também feito da mesma palha de babaçu. O interior é repleto de vigas de sustentação, necessitando de andar curvado dentro de casa. A viga principal da casa é sustentada por um pequeno número de colunas, possuindo um valor simbólico, pois servem de apoio à gestante no momento do parto, sendo ao mesmo tempo local de enterramento das placentas, ou enterro de algum parente.

Não há divisões internas para separar o espaço doméstico de cada família, apenas marcações simbólicas podem ser orientadas por alguma coluna de sustentação. As portas são partes da parede que ficaram sem a cobertura das palhas, sendo substituída por duas esteiras feitas da mesma palha que são amarradas a dois esteios das paredes fechando uma sobre a outra. Ao fim do dia estas portas são fechadas e amarradas tendo o sentido de proteção também dos seres maléficos que podem penetrar o mundo doméstico através das portas.

As portas centrais da casa dão acesso ao itsit do homem mais velho que geralmente é o pai da maior parte das mulheres e sogro da maior parte dos homens que ali residem. Seu itsit faz convergir pessoas e produtos do grupo residencial, sendo raro um homem transitar pelo espaço doméstico de outra família, o que não ocorre com as mulheres.

Um homem ata sua rede no meio do espaço familiar, ficando os seus lados reservados para suas mulheres e seus filhos, que permanecem ao lado de suas mães em ordem inversa de idade (menor idade mais próximos). Sobre o lugar de dormir de um homem fica um jirau onde guarda seu arco e flechas. Pequenos objetos são também dependurados nas vigas do teto ou entre as folhas das paredes.

A referência a um grupo residencial é feita pelo nome de seu homem mais velho que é o único a exercer uma fraca liderança junto ao grupo, existindo regras de evitação das visitas ao interior das outras casas, sendo apenas as mulheres que freqüentam as casas de seus pais, quando este era o grupo residencial de origem.

A vida cotidiana na aldeia é levada conforme o ritmo das atividades de cada grupo residencial, se intensificando nos períodos rituais que acontecem na estação seca, quando ocorrem as grandes caçadas coletivas. Os grupos domésticos são relativamente independentes de seu grupo residencial, pois atividades coletivas são reduzidas. A interação masculina é feita no lado externo das casas através das conversas, rodas de bebidas ou realização de rituais nas grandes caçadas coletivas. O termo adop=tam é ao mesmo tempo o lugar onde se constrói a casa e onde se forma a aldeia em contraposição aos espaços das roças e da floresta.

Os atuais grupos residenciais Arara são parcelas dos grupos de antigamente que incorporaram pessoas e que, ao longo do processo de contato, perderam seus vínculos residenciais.

A história dos Arara no período de atração é permeada por uma sucessão de fugas, composições e separações de grupos e famílias. Durante mais de dez anos a opção dos líderes dos grupos locais foi a fuga. A morte de alguns e as continuadas invasões e perseguições desarticularam os grupos, o que resultou em fusões a outros grupos ou formação do próprio grupo residencial, mesmo à custa do isolamento. A aceitação do contato foi inevitável quando se viram cercados por usinas, fazendas, projetos de colonização e pela rodovia Transamazônica.

A natureza dos grupos residenciais está estruturada com base nas suas tradições, tendo um homem velho chefiando os mais novos, e todos sendo identificados pelo pertencimento a uma mesma unidade, cujo princípio básico é a autonomia das famílias conjugais.

O padrão de moradia dos Arara consiste em casas comunais com cerca de quatro ou cinco famílias para cada casa. As casas são unidades economicamente autônomas, compondo-se internamente por laços de obrigação de várias famílias nucleares aí presentes para com o 'chefe' da maloca. Inexistem laços de obrigação de uma casa para com a outra, e é somente nas festas que os Arara fazem para comemorar as grandes caçadas que as casas participam juntas de uma mesma atividade.

Em relação à construção de suas moradias, deixaram impressionados os integrantes da expedição onde participaram os irmãos Villas Boas e Francisco Meirelles, que puderam verificar uma aldeia Arara abandonada, em que a casa maior media 25m de comprimento por 9m de largura e uma outra que media 12m de comprimento e 6m de largura. Eram forradas com casca de jatobá e coberta por fora com palha de babaçu (olho). Estas cascas de jatobá possuíam uns dois metros de comprimento que eles cortavam e depois batiam até que a casca se soltasse. As vigas de separação indicavam nove divisões que poderiam ser o itsit de nove famílias conjugais que armavam suas redes de tucum nas forquilhas.

O padrão de moradia sofreu alterações em função do tipo de vida a que foram submetidos em decorrência da invasão de seus territórios de ocupação tradicional. Dentre as transformações ocorridas está o fato de não mais residirem em casas comunais. Cada grupo residencial (geralmente família nuclear ou extensa) constrói sua própria casa, onde morarão seus filhos até idade de se casarem. Quando o rapaz chega na fase adolescente, ele constrói casa separada do pai, normalmente ao lado, com paredes contíguas. Filhas solteiras com filhos possuem também uma pequena casa ao lado da casa paterna.

O interior das mesmas é repleto de redes dependuradas com seus respectivos mosquiteiros, além de jiraus onde são colocados seus utensílios como vasilhas e panelas. Nos tetos entre as palhas ou as vigas ficam as flechas, arcos, e as poucas espingardas que já possuem. Muitas famílias fazem o fogo dentro da própria casa, outras só o fazem no lado externo das moradias. Ao lado de suas casas atuais, existe a casa da finada Tsibie, ancestral do grupo de Cachoeira Seca, estando lá enterrados o seu corpo e o de Karaja, seu filho. Alguns objetos pessoais ainda se encontram lá expostos.

A organização da sociedade Arara está sustentada por um princípio social tradicional, baseado na divisão da população entre vários grupos locais diferentes, economicamente independentes e politicamente autônomos. O princípio da independência política e econômica dos grupos locais favorecia uma imensa dispersão territorial, só contrabalançada por alianças matrimoniais operadas segundo um princípio de exogamia de grupo local, pela formação de uma larga rede de colaboração intercomunitária e por múltiplas formas de interação.

Com a implantação dos novos projetos na região de Altamira, aspectos básicos da estrutura social dos Arara são afetados, ocasionando a separação territorial dos grupos locais, sua autonomia e articulação. Para enfrentarem as pressões sobre seu território, passaram a utilizar o território da bacia Xingu/Iriri, aglutinando estrategicamente vários grupos locais diferentes, ocasionando, inclusive, situações de isolamento radical de alguns daqueles grupos que se viram impedidos de se aproximarem dos demais.

Com as invasões de seu território tradicional, os critérios de escolha para os assentamentos de cada grupo local passam a ter como prioritária a possibilidade de sobrevivência física e não mais a autonomia e a independência com articulação periódica com os demais grupos locais.

O subgrupo Arara de Cachoeira Seca já se encontrava Peleum (separado das redes intercomunitárias) há aproximadamente 63 anos. O contato foi extremamente dificultado por causa do demorado período que viveram em processo de isolamento e fuga em relação aos outros subgrupos Arara, outros grupos indígenas, dos brancos invasores de suas terras e por fim da Frente de Atração Arara da FUNAI. Viveram décadas procurando o isolamento para conseguirem sua sobrevivência física.

Atualmente habitam uma única aldeia que se localiza ao lado das construções que compõem o PIN Iriri, próximo ao Igarapé Cachoeira Seca, margem esquerda do Rio Iriri.

A Aldeia Cachoeira Seca encontra-se aí localizada desde o período do contato que se efetivou no início do ano de 1988. Quando aí chegaram eram em número de 32 pessoas, população atualmente totalizando 71 indivíduos, demonstrando claramente as tendências do incremento populacional nos últimos 18 anos.

As invasões de seu território tradicional trouxeram várias alterações em suas práticas imemoriais de localização, construção e tempo de permanência nas aldeias. Sobre a localização das mesmas, o padrão conhecido desde os primeiros contatos com elementos da nossa sociedade demonstra uma tendência a fixar residência em locais secos, divisores de água, nas proximidades de nascentes de algum pequeno Igarapé, onde construíam suas moradias com as tradicionais cacimbas de onde retiravam a água para o consumo do grupo residencial. A memória oral do grupo remete aos rios Amazonas, Xingu, Iriri, e aos Igarapés Penetecaua, Jaraucu, Leite, Olhões, Sem Tripa, Curuá-Una, Cachoeira Seca, Liberdade, Dois Irmãos, Laura, Iriri Velho, Gelo, João Ribeiro, Furo Seco, entre outros da região.

As referências geográficas mais utilizadas pelos Arara são os rios e igarapés de seu território. Os Arara da Cachoeira Seca mencionaram diversos deles acompanhados de algumas histórias que são coincidentes com os relatos dos Arara do Laranjal. Referem-se a um rio denominado Kara-rumbo, na margem do qual as araras (aves) caiam de cansaço após atravessá-lo. O significado de Kara-rumbo é 'morte das araras'. Há possibilidades de que este rio seja o Amazonas. Os Arara da Cachoeira Seca asseveram que um Arara de nome Kuba teria visto esse rio, que ficaria kumbuniko 'do outro lado (do Iriri)'.

Ambos os grupos Arara falam de um rio de nome Kara'gyry (Laranjal) ou Karo'gyry (Cachoeira Seca), onde viveriam os índios Juruna. Os dois grupos Arara mencionam também o rio Toboromem, contudo os da Cachoeira Seca identificam o mesmo como Iriri e os do Laranjal como Xingu. Os Arara do Laranjal denominam o Iriri de Erenat jegun ou Erenatjum jegun (água da cobra cipó).

A maneira lingüística mais geral que ambos os grupos utilizam para formar esses topônimos fluviais é pelo registro da nomenclatura de um peixe seguido do vocábulo egun 'água, curso aquático', embora outros animais possam estar aí incluídos: - Erenat jegun ou Erenatjum jegun (água da cobra cipó, ou cipozona, uma referência a okokemy 'sucuri'): rio Iriri; - Ambamba egun (ampampa egun no dialeto da Cachoeira Seca) 'água da arraia: igarapé Penetecaua; - Oremi egun 'água do peixe surubim': rio Jaraucu; - Kotji egun 'água do peixe piau': igarapé das cabeceiras do rio Jaraucu ou do igarapé Penetecaua; - Iorogyryum jegun 'água do matrinchã'; Medoimo egun 'água do trairão'; Porat jegun 'água do cari e Wotjum jegun 'água da piaba' são cursos de água relatados pelos Arara da Cachoeira Seca, porém ainda não foi possível localizá-los.

Contudo, sobre o Medoimo egun 'água do trairão', esses Arara contam que era Oremi ektan 'afluente do surubim'; nas proximidades existia fazenda e eles mataram gado da mesma; lá também havia muito jabuti - segundo Afonso Cruz poderia ser o igarapé Dois Irmãos.

Os dois grupos Arara falam de um curso de água chamado Tabedem 'seco, com praia'; os Arara da Cachoeira Seca especificam que ele também é chamado de Tuilo egun 'água do peixe tuilo' (que é uma espécie de poi'ggoum 'curimatá grande'). Contam que nessa região havia Kayapó. Afonso Cruz acredita que pode ser o igarapé Penetecaua, por onde havia perambulação e nas cercanias do qual um grupo Kayapó foi contatado.

Ambos os grupos também falam que, de tempo em tempo, costumavam habitar Ikpun 'terra seca, divisor de águas', por medida de segurança física.

III - TERCEIRA PARTE - ATIVIDADES PRODUTIVAS

Entre os Arara destacam-se as atividades de caça, pesca, coleta e agricultura para subsistência. As caçadas podem ser coletivas e longas, sendo objeto de cerimônias como danças, músicas e bebidas para festejar a saída dos caçadores e o seu retorno. Após o contato iniciaram as atividades de pesca com anzol e linhas oferecidas pelos trabalhadores do Posto, passando a introduzir várias espécies de peixes em sua dieta alimentar.

Os ritmos temporais organizam as atividades produtivas dentro de um ciclo anual, sendo que um está ligado ao movimento das estações e outro à circulação de uma substância vital.

No território de ocupação tradicional Arara, a estação chuvosa tem seu início por volta do mês de novembro e entre agosto e setembro começa a estação seca, quando quase todos os pequenos cursos d'água do interior da floresta já estão secos, transformando-se em trilhas úteis para a perseguição da caça. No período de chuvas ocorre uma maior freqüência dos deslocamentos da família conjugal. A atividade de caça é reduzida a um mínimo, a coleta de produtos agrícolas ou silvestres torna-se mais importante e a comensalidade do grupo residencial é também quase nula. Ao iniciar a estação seca as águas vão abaixando, a caça começa a ser mais abundante e as equipes de caçadores começam a ser formadas. É também tempo de derrubar a floresta, preparar o solo para o plantio logo após as primeiras chuvas. As diferentes estações no decorrer do ano condicionam os ritmos de vida diária das famílias Arara, pois as atividades de subsistência mudam em função do ritmo das águas.

A rotatividade das principais culturas agrícolas, como a mandioca, a macaxeira e os carás, determina um uso extensivo das áreas cultiváveis.

As roças familiares são de propriedade dos respectivos grupos domésticos que plantam cará (dois tipos), milho (duas variedades), batata-doce (uma variedade), mandioca, macaxeira, abacaxi e vários tipos de bananas. Plantam também o jenipapo, o croá para fibras de encordoamento, o bambu das flechas e um pouco de algodão. A preparação do plantio, a derrubada, a queima e o roçado são atividades masculinas, mas as mulheres participam tanto da plantação quanto da colheita. Na fase da preparação do terreno é costume pedir a colaboração de outros homens do grupo residencial, não gerando outras formas de cooperação entre pessoas ou grupos. Esta cooperação pode ser vista na prestação de serviços ao sogro e entre dois irmãos que vivem no mesmo grupo residencial.

A organização do trabalho agrícola é familiar, seja em relação às tarefas como quanto ao consumo. Porém, o modo mais valorizado de consumo dos produtos da roça é sob a forma de bebidas, caracterizado pela oferta recíproca a outros homens do mesmo grupo ou de outro, obtida através da fermentação das bananas, carás e macaxeira. O consumo dos produtos agrícolas, assados ou cozidos, é realizado no âmbito doméstico.

A agricultura ocupa um segundo plano na valorização social das tarefas. O que é mais valorizado em um homem é sua capacidade como caçador. A destreza com as armas e a habilidade em caminhar na floresta, perseguir e abater um animal é socialmente mais valorizado que a persistência e a dedicação ao trabalho na agricultura, embora estas ocupem lugar específico na composição de seus espaços e tenha destaque na sua dieta alimentar.

A floresta não permite qualquer tipo de apropriação, pois não há territórios exclusivos para as atividades da caça e coleta. Dentre as duas modalidades de caça praticadas, uma tem por objetivo a obtenção de carne para o sustento da família e de todo o grupo residencial, sendo realizada de forma solitária por um homem adulto, algumas vezes por dois irmãos, pai e filho, tio materno e sobrinho. A outra modalidade é a grande caçada coletiva onde equipes de caçadores são formadas segundo seus grupos residenciais. Esta forma de caçada precede os rituais da comensalidade generalizada.

As caçadas coletivas são atividades exclusivamente masculinas, sendo realizadas na estação seca. Cada equipe de caçadores costuma ter uma região preferencial para o seu acampamento, embora não seja exclusiva ou obrigatória. Os acampamentos de caça não são de ocupação fixa por uma mesma expedição, podendo ser transferido, caso as condições locais não estejam favoráveis.

Os Arara têm uma dieta alimentar bastante diversificada, incluindo espécies de macacos, sapos, urubus e gaviões. Valorizam bastante o macaco-prego, o coatá, o guariba, o mutum, a paca, a queixada, a cotia, o veado e a anta. Dos pescados apreciam principalmente o poraquê.

A subsistência Arara depende tanto da agricultura como do abate de animais, pois alguns produtos são colhidos em qualquer das estações, como por exemplo, os carás, batatas, mandiocas e macaxeira. A proteína animal provém das caçadas realizadas especialmente na estação seca, e o maior volume do que consomem é obtido das roças.

As refeições coletivas são freqüentes entre os Arara durante a estação seca, acompanhadas ou não de atividades rituais.

O papel da roça no cotidiano Arara vai sendo alterado em função do ciclo anual. Durante a seca, ela é masculina, pois são os homens que a preparam; na estação úmida, momento da colheita, ela é feminina, pois são as mulheres que cozinham os produtos. A natureza familiar das roças é ressaltada na estação das chuvas, período em que o grupo doméstico ganha autonomia dispersando-se entre suas roças particulares e a mata. O início da estação seca altera novamente o ritmo de todas as atividades, iniciando-se o preparo das bebidas fermentadas para consumo geral.

A vida ritual Arara está ligada à prática das grandes caçadas coletivas que ocorrem durante a estação seca, e todo o retorno de uma dessas grandes caçadas é marcado pelo oferecimento ritual de bebida fermentada aos caçadores, complementado pela comensalidade.

Na estação chuvosa, a ocupação das roças está mais ligada à floresta; na seca, ao contrário, os Arara prendem-se mais à casa que à floresta.

No decorrer de todo o ano são realizadas as pequenas caçadas por um caçador solitário ou por uma dupla de parceiros, além da grande caçada da estação seca que envolve a cooperação de todos os membros de uma mesma unidade residencial.

A estação seca é propícia para a realização das caçadas coletivas por causa das condições que predispõem a uma maior eficácia. As caçadas são realizadas de duas maneiras: há uma caça de tocaia ou "espera" e uma outra, de perseguição e "procura". A de espera ou tocaia é chamada taunde e a perseguição de uankambe. Taunde é também o nome do abrigo de folhas e paus que usam na caça de tocaia, usadas no passado nas guerras intertribais. Para a caça de espera ou emboscada há necessidade de um conhecimento melhor sobre o animal e de seus hábitos alimentares. Nas grandes caçadas coletivas da seca, a caça de procura e perseguição (uankanbe) é a que os homens mais praticam. Quando o animal visado é um mamífero de hábitos terrestres, a estratégia de caça pede a combinação dos dois tipos.

Com a chegada das chuvas, as atividades agrícolas são incrementadas até próxima estação seca, e para que haja animais para a próxima matança, é preciso preparação feita pelo Xamã, que dirige seu rito às potências metafísicas. O Xamã fala a um oto, nominado previamente (taweoto dono do macaco-prego, arun oto - dono dos guaribas, etc...), e pede que este liberte os filhotes da espécie que controla, para que possam ser caçados e criados pelos homens.

As práticas tradicionais dos Arara de Cachoeira Seca nas atividades de roça, caça e coleta foram alteradas após o contato, em razão do temor de que seus deslocamentos resultassem em confronto com invasores e também em função de seu afastamento das redes de relações intercomunitárias, que resultaram na supressão das práticas coletivas de articulação solidária entre os demais grupos.

Conforme a tecnologia Arara, as caçadas podem ser praticadas de forma solitária, em dupla ou em um grupo mais numeroso, sendo as duas últimas modalidades as mais comuns em Cachoeira Seca. Para a caça de animais de grande porte, fazem o mutá, uma armadilha de espera confeccionada com duas forquilhas ao pé de alguma árvore, fixando um suporte horizontal onde os caçadores ficam sentados aguardando a chegada do animal a ser abatido.

Os macacos podem ser caçados em qualquer época do ano.

O mais comum na área é o macaco prego. No inverno encontram os de cara branca (macacão) e o guariba, nas margens dos rios e nas ilhas. O porcão é a caça mais abundante. As aves mais comumente caçadas são o mutum, jacu, jacamim, azulona, inhambu, gavião pequeno e raramente o real.

Tanden é a caça de espera mais comumente utilizada entre eles. Constroem as tanden (tocaias) nos locais onde determinados animais costumam buscar alimento. As antas podem ser encontradas nos locais onde existem a tatajuba, o jenipapo, frutão (poriri), ebuche, curumuru, mamão, açaí e pera, que são frutas comuns em quase toda a região. A paca é um animal que se alimenta de caroço de manga, castanha, flores de sapucaia, matá-matá e inajazeiro, enquanto os porcos consomem frutos de tucum, mutepoum e do buritizeiro. Os Arara costumam seguir rastros dos porcões que normalmente saem arrastando e destruindo tudo por onde passam.

Os caçadores Arara de Cachoeira Seca usam como estratégia de caça o deslocamento para os locais onde alguns animais costumam beber água ou nadar (lagoas ou alagados), ou onde costumam se banhar, como no caso de caititu, porcão, quati, irara, mutum, jacu, veado. Os quatis consomem quase todos os tipos de frutas e as iraras gostam de frutos como o mamão e a banana e costumam freqüentar suas roças. O mutum é caçado quando vem comer frutas ou beber água.

As espécies mais caçadas através do método de espera (tocaia) são: mutum, juriti, pomba galega e jacu. Durante a noite ficam esperando em cima do mutá e costumam capturar anta, paca, veado, tatu, onça, gato.

A caça aos macacos é de perseguição. Começam imitando os sons dos diferentes tipos de macacos que pretendem caçar (macaco prego, guariba, macacão). Também imitam os sons do porcão, do catitu e do tamanduá. Os vestígios no caminho são também importantes na perseguição. Os rastros são identificados e ficam sabendo o tipo de animal que vão perseguir.

Os mais jovens começam a utilizar espingardas, os mais velhos ainda preferem usar suas flechas. Os animais caçados são trazidos inteiros, caso se encontrem próximos à aldeia. Se estiverem longe, são trazidos cortados em pedaços. Às vezes, trazem já moqueadas, e ao chegarem à aldeia fazem a divisão entre os parentes mais próximos.

As tabocas grandes utilizadas para fabricar alguns tipos de flechas e para a confecção de recipientes para carregar mel ou guardar água (gomos de tabocão), são encontradas na direção leste, rumo ao rio Curuá-Una (tabocal). As tabocas menores para a confecção de flechas são encontradas na TI Laranjal e no Igarapé Gelo que fica a cerca de dois dias de caminhada. Costumam fazer trocas com os Arara do Laranjal, especialmente as tabocas, por outro produto que possam dispor.

Seus arcos são confeccionados utilizando a madeira chamada camarupá sendo abundante na área, especialmente em região acidentada de serras. Fabricam três tipos de flechas:

1. ponta de tabocão - utilizada para matar onça, porcão, anta, veado, catitu, maracajá, capivara, macacão (macaco de cara branca). Encontrado nas serras altas.

2. ponta de osso - usam para matar mutum, curimatã. Normalmente peixes e aves de pequeno porte. O osso mais utilizado é o de macaco.

3. ponta de camarupá - seu uso é no abate de animais de médio porte. É uma ponta dentada que não sai. A flauta tsinkore é fabricada de um osso da asa do gavião real, ou de uma outra ave grande (urubu rei ou manguari). O cordão da tsinkore é tecido de croá.

Costumam coletar e vender castanha para a cooperativa da qual participam, juntamente com as sementes do mogno. Outro produto vendido é a semente de cumaru, usada na fabricação de xarope expectorante. O mel está ficando escasso na região; quando o encontram, trazem os favos para casa, dividindo entre os parentes caso seja em quantidade maior.

Do babaçu utilizam folhas para fazer cobertura das casas (teto e laterais), além de tocaias e acampamentos. Alimentam-se dos cocos do babaçu, que também ralam para fazer abat. O tucum consomem verde e também a castanha.

Com a polpa do inajá preparam o arengo, bebida fermentada pela exposição ao sol. O açaí e a bacaba existem em grande quantidade na área. A FUNAI local (funcionários do PIN Iriri) abriu roças coletivas plantando os mesmos produtos usuais nas roças indígenas.

Praticam a atividade da pesca com mais freqüência no rio Iriri e nos Igarapés Cachoeira Seca e Iriri Velho. Os instrumentos de pesca são anzóis e flechas, utilizando-se de canoas para se deslocarem pelo rio Iriri. Nos igarapés (lagos) encontram o trairão, matrinchã, piau, o jiju, mandi, curimatazinho, entre outros. Utilizam o timbó nas águas represadas dos igarapés, método preferencial dos mais idosos que não nadam e nem usam barco.

Durante o período das chuvas, intensifica-se a atividade da pesca, normalmente praticada em dupla. No Iriri Velho são comuns piranha, pirarara, cari, pacu e curimatá. No Iriri encontram trairão, pirarara, jacaré, cari, pacu, arraia, tracajá, pescada, tucunaré, surubim e barba chata.

A pesca é dividida quando em quantidade maior, caso contrário, é consumida pela família conjugal. O peixe é consumido assado ou cozido podendo ser misturado com a farinha ou beiju. Ao acordarem podem comer peixe ou caça, o abat (beiju), puba, frutas ou cará e batata assada.

Não existem fronteiras físicas entre a casa, a roça e a floresta.

A delimitação é baseada nas diferentes atividades que se realizam em cada uma delas. Adop=tam (moradia) Tuk=tuam (roça), Itoam (animais, caçadas, matas). Cada homem adulto tem um caminho particular que deve ser respeitado por todos, uma vez que dá acesso às plantações de sua família. Não se pode freqüentar uma roça alheia.

Os plantios mais significativos são o cará, macaxeira, mandioca, milho, banana, abacaxi, batata, mamão, algodão, croá. As roças ficam próximas à aldeia e próximas umas das outras, existindo vários caminhos que levam das casas às roças, ramificados a partir de duas saídas principais que levam a todas elas.

O milho é consumido cozido ou assado. Após ralado é usado para fazer mingau (watyamá) e bolo. Também fazem a bebida fermentada através do bochecho. Do milho seco fazem farinha para alimentar os animais que criam. Da mandioca fazem mingau, ou ralam e fazem farinha. A macaxeira é utilizada para a preparação do piktu (bebida fermentada). Ralam, escorrem e fazem o beiju (abat). As batatas e carás são assados ou cozidos. Quando colhem grande quantidade de produtos como milho e batata costumam dividir com as outras famílias.

IV - QUARTA PARTE - MEIO AMBIENTE

Nas décadas de 70 e 80, o governo brasileiro estimulou a ocupação da região amazônica através de incentivos fiscais e financiamentos públicos para implantação de projetos agropecuários com reassentamento de vítimas das secas no nordeste brasileiro. Essa forma de ocupação compreendeu um intenso desmatamento da região, promovendo, inicialmente, a exploração madeireira em áreas anteriormente inacessíveis, transformadas posteriormente para exploração agrícola ou pecuária. Nesse contexto, os Arara de Cachoeira Seca foram severamente perseguidos e quase exterminados.

A construção da Rodovia Transamazônica propiciou a exploração madeireira e da pecuária na área da TI Cachoeira Seca, através de focos oriundos dos Municípios de Uruará, Placas, Rurópolis e Altamira, sendo os moradores cooptados por grileiros para registro de sua posse em cartórios da região, permitindo a extração da madeira de forma legalizada, com base em "planos de manejo".

Da rodovia, partem estradas vicinais (ou travessões) em direção à TI Cachoeira Seca, ao longo das quais a ocupação vem se intensificando, facilitando o acesso de especuladores de terras e madeireiros, os quais continuam a se utilizar basicamente de estradas para essa nova frente de ocupação.

A pressão madeireira abria inúmeras estradas e picadas para a pecuária e especulação de terras. As espécies de valor econômico encontradas na região são, entre outras, o mogno, o cedro, o ipê, o jatobá, o angelim. A existência de reservas de mogno é que provocam o maior surto de invasores na TI Cachoeira Seca.

Dentre as principais atividades produtivas encontradas na região estão a pesca artesanal e de peixes ornamentais, além do extrativismo de produtos florestais madeireiros e não-madeireiros, e a agricultura de corte e queima. Há intensificação da atividade pesqueira, estimulada pelos atravessadores e pela disponibilidade de gelo através da Transiriri. As espécies preferenciais para exploração da caça são a anta, paca, veado, porco do mato, tatu, cutia, algumas espécies de macaco, arara, mutum e tracajá.

A pecuária é uma atividade que vem gradativamente se intensificando ao longo da estrada Transamazônica, especialmente dentro dos limites da TI Cachoeira Seca.

Atualmente a atividade econômica predominante continua sendo a extração de madeiras e a implantação de fazendas voltadas para a pecuária. O ponto crucial continua partindo de Uruará seguindo pela estrada Transiriri que atravessa a TI Cachoeira Seca, a qual fora aberta a partir de uma vicinal da Transamazônica, inicialmente para a retirada de madeira pela Bannach, seguindo-se a implantação de fazendas. Esta estrada é também a via de acesso para a prática da pesca comercial no Iriri e das atividades da "Máfia do Mogno", grupo de madeireiros que extraem madeira de terras públicas e Terras Indígenas no Estado do Pará, na maioria das vezes ilegalmente.

A forma como vem se processando a exploração do mogno, compromete sua manutenção e a regeneração da população dessa espécie ameaçada de extinção e cuja extração foi proibida através do Decreto Federal nº 4.593, de 13 de fevereiro de 2003. Devido à rentabilidade na comercialização desta espécie, os madeireiros utilizam tratores para abrir estradas ilegais, degradando áreas de florestas intocadas, cortando toras em um raio de até 500km de distância das serrarias.

Os madeireiros, além da exploração ilegal em terras públicas e terras indígenas, supervalorizam os estoques de mogno nos planos de manejo florestal para permitir que a retirada de outras áreas possa ser regularizada, fraudando documentação oficial e aliciando as comunidades indígenas e os pequenos agricultores.

Uma das estratégias empregadas pelas madeireiras para chegar até o mogno é a compra do direito de exploração de madeira nas áreas de pequenos posseiros e grileiros que vão se instalando nas margens das estradas. Compram também a madeira dos pecuaristas que fazem grandes derrubadas para pastagens.

Segundo relatório do primeiro GT de identificação e delimitação da TI Cachoeira Seca (Portaria nº 1.528/88), as atividades madeireiras dentro do território Arara eram desenvolvidas principalmente pela madeireira Banach, a qual foi instalada em 1982/83, iniciando atividades entre os igarapés Jatobá e Grota e depois se espalhando por toda a área, explorando árvores de mogno e outras espécies.

Outras empresas madeireiras estavam atuando mais a oeste da área indígena interditada, próximo ao igarapé Leite. São citadas outras empresas madeireiras como SEBBA e a MADECIL, que em 1989 haviam retirado cerca de 4000 toras, sendo 1300 próximos ao igarapé Leite. O relatório denuncia a ação predatória das madeireiras e propõe a imediata suspensão de tais atividades, além de abertura de várias estradas para transporte da madeira.

Tendo em vista o processo de ocupação crescente que vem se consolidando através do esquema de grilagem de terras, os desmatamentos tendem a piorar nos próximos anos com o asfaltamento da Transamazônica, previsto no programa Avança Brasil, processo que poderá resultar em maiores impactos negativos sobre a TI Cachoeira Seca. Está previsto que nos próximos 25-35 anos, cerca de 20.000 a 50.000km2 de florestas serão destruídas, considerando o limite de 50km de cada lado da rodovia Cuiabá-Santarém (BR - 163)

Dentre as recomendações apresentadas no "Projeto realizado de Estudos Preliminares e Formulação de uma proposta técnica para a implantação de um Mosaico de Unidades de Conservação no Médio Xingu" - MMA - Secretaria de Coordenação da Amazônia - 25.02.2003 - Instituto Sócio Ambiental consta como item 22 a interrupção da estrada Transiriri no limite da Terra Indígena Cachoeira Seca, a fim de conter o processo de ocupação ilegal que vem se consolidando nessa estrada, utilizada para exploração ilegal de madeira dentro da Terra do Meio.

Segundo o citado trabalho, "A estrada conhecida regionalmente como Transiriri é um vetor de penetração indesejável que representa uma ameaça permanente aos índios Arara, à conectividade de suas terras e à conservação da Estação Ecológica proposta para a Terra do Meio".

V - QUINTA PARTE - REPRODUÇÃO FÍSICA E CULTURAL

Os Arara concebem o ser humano com uma composição complexa que inclui além do corpo físico, germens de seres em que se transformarão após morte do corpo físico, além de processos de aquisição e acumulação de substâncias vitais.

Essas substâncias vitais são objeto de uma procura incessante por representarem condição para a manutenção e a reprodução da vida, sendo identificadas pelo radical kuru. Elas também se apresentam em forma livre, estando sujeitas a alguns tipos de tabus. As substâncias kuru estão presentes em todos os seres vivos, sempre circulando entre eles. Os animais as adquirem de outros animais ou de vegetais, que adquirem da terra que, por sua vez, adquirem dos animais mortos depositados diretamente sobre o solo.

Entre os humanos a absorção das substâncias kuru é feita principalmente através do consumo das bebidas fermentadas (piktu e arenko). Havendo interrupção no processo de aquisição de substâncias vitais, ocorre o comprometimento progressivo da vitalidade da pessoa, ocasionando a morte.

O ekuru em forma pura, natural, só existiria como seivas e líquidos de alguns vegetais, como aquele que sai da massa da mandioca. Os cipós são os vegetais que mais têm ekuru, sendo a fonte original o cipó iñat=, encontrado em região de serras muito altas. Omiatsembili é um outro tipo de cipó que também extrai ekuru da terra. A vida é um processo ininterrupto de perda e aquisição de ekuru. Para tanto, é preciso manter ativos os processos naturais que propiciam a sua circulação.

Entre os Arara a maioria dos casamentos são realizados entre parceiros com vínculos genealógicos (iebi) de gerações diferentes, sendo preferencial o casamento com a prima e com as filhas dos primos paralelos patrilaterais. A filiação é bilateral, com casamentos múltiplos para os homens.

Uma ambição política clássica é tornar-se um chefe matrimonial, o que é viável a partir da condição de agregar mais parentes ao lado e vários tipos de aliados. Os homens casam-se com mulheres genealogicamente aparentados para não ter afins puros e que pertençam a uma geração (genealógica) abaixo. Evitam os casamentos afins para furtarem-se à prestação de serviços, pois os sogros têm direitos sobre os produtos da roça do genro, sobre as matérias primas, e a caça que ele abate. O padrão de moradia é uxorilocal para fazer do sogro um co-residente e deixar os parentes do outro lado. É regra matrimonial a "exogamia de casa". A distância entre gerações genealógicas é regra para casamentos Arara, entre parentes distantes "parente outro" ou iebi ibirinda, sendo ideal casar com as mulheres top=kolo ao invés das relacionadas genealógicamente.

Os grupos residenciais Arara estão centrados na figura de um homem já velho, pai da maior parte das mulheres e sogro dos homens adultos. Em torno dessa liderança vivem os filhos ainda solteiros, as filhas solteiras, as casadas e os genros. As outras esposas dos genros tendem a ser agregadas à unidade residencial do velho sogro.

O mundo social Arara se constrói explicitamente sobre os valores morais da cooperação, da gentileza e da generosidade em contrapartida ao potencial de conflito inerente entre aqueles que nascem em grupos residenciais diferentes.

Entre todos os iebi (parentes consangüíneos) deve haver reciprocidade, podendo reivindicar, em nome do parentesco, dádivas e serviços eventuais, por partilharem de uma mesma substância (ekuru).

Entre os iebi e os iebi ibirinda, as atitudes passam da proximidade à distância, de uma grande intimidade à evitação.

Segundo os Arara, antes que essa vida começasse, só havia o céu e a água que o circundava. Para separar os dois espaços existia uma pequena casca que recobria o céu e servia de assoalho a seus habitantes. A casca do céu era uma espécie de "pele" (epi) que impedia a penetração excessiva de água. Na casca do céu (epi) havia de tudo para todos. Epi era ao mesmo tempo local de moradia e limite entre o interior e o exterior da região onde era possível uma boa vida. Devido ao persistente mau comportamento de alguns que não atenderam aos apelos da divindade akuanduba que insistia em fazer soar a flauta tsinkore, eclodiu um conflito que redundou na quebra da casca do céu, lançando tudo e todos para fora do imnu (parte interna do plano celeste), obrigando a humanidade a viver sobre os seus fragmentos, misturada aos seres maléficos até então mantidos do lado de fora (wapara). Destes sobreviventes abandonados descendem os Arara atuais.

A divindade akuanduba tornou-se a odiosa onça preta (okoro), com todas as suas metamorfoses. Okoro é a expressão do ressentimento divino pela catástrofe causada por aqueles que brigaram no início dos tempos. Não figura como um inimigo, apenas simboliza uma ameaça dispersa no plano terreno.

Aprenderam com akuanduba a técnica para fabricação da bebida fermentada da macaxeira, a paru kuanduba, a pequena flauta tsinkore, a agricultura, o trançado das cestas das esteiras e das portas, os enfeites de penas na cabeça e orelha e, sobretudo sobre os vários tipos de plantas. O bicho preguiça ensinou a primeira festa, destinada a trazer novos filhos para os Arara e também a fabricar as flautas que deveriam usar nas comemorações (exceção da tsinkore), o canto para agradar aos outros, e a tecer fibras de algodão, além de dobraduras de palha. A lontra ensinou como fazer o fogo.

Hoje os Arara vivem num lugar chamado epi, que é onde está a água, é onde estão suas casas, suas roças, a floresta com suas plantas e os animais. O epi é o lugar das regras de sociedade, lugar onde quase tudo de que se precisa pode ser encontrado.

Os Arara concebem o cosmo dividido em três planos: O "miolo-céu" (imnu) o "meio-casca-terra" (epi) e um "além-fora-embaixo" (wãpora). Entre a casca e o fora há uma passagem (tendeum) pela qual transitam para a floresta os seres que para o além estavam destinados.

As grandes festas da estação seca giram em torno da troca de carne de caça por piktu entre grupos residenciais diferentes e são caracterizadas pela ordenação de várias festas menores, que podem ser realizadas isoladamente de forma cotidiana, sendo nomeadas uma a uma de acordo com a atividade que as caracteriza: anmaratpe - "festa de beber", tadanmenopte - "festa de comer e beber", aurotpe - "festa de comer, beber, tocar,cantar e dançar".

Seguem um cerimonial complicado que culmina com a chegada dos caçadores. Os Arara dizem que tradicionalmente um grupo visitava um terceiro, que visitava um quarto e assim, até que todos os grupos pudessem ofertar bebidas aos caçadores, numa mesma estação seca. Com as alterações provocadas pelo contato, a organização foi simplificada. Atualmente uma equipe de caçadores sai para a floresta, deixando as mulheres e as crianças em suas casas, ficando todo o grupo residencial para a fabricação do pik=tu.

Um elemento fundamental da concepção de mundo dos Arara é a idéia da existência de duas éticas distintas que aparecem como princípios complementares: por um lado, solidariedade e delicadeza, por outro predação e violência. A última é o regime que impera no cosmos, enquanto a primeira é colocada como a condição de possibilidade da vida social entre os homens.

Os comportamentos de solidariedade e cooperação podem ser observados nos grupos e parcerias de caça e nas relações de ajuda mútua para o trabalho agrícola. A cooperação e a solidariedade entre os consangüíneos próximos seriam do tipo primária, ou seja, circunscrita à consangüinidade e alguns afins, sendo, portanto, quase compulsória (apondaramitpit). Os auxílios voluntários, espontâneos, inesperados são classificados como sociabilidade secundária, sendo extremamente apreciados e valorizados. Predar para viver e viver sem violência ou egoísmo são expressões do mesmo processo de atribuir sentido àquilo que funda as relações entre os homens.

VI - SEXTA PARTE - LEVANTAMENTO FUNDIÁRIO

Para a construção da Rodovia Transamazônica, florestas foram derrubadas em uma extensão de 70 metros de largura, além daquelas que foram derrubadas de cada lado da rodovia para a implantação de núcleos de colonização agrícola a cargo do INCRA (Decreto Federal nº 1.164 de 01.04.1971).

Em 1972 quando foi inaugurado o primeiro trecho da Rodovia Transamazônica, o INCRA cadastrou vários trabalhadores rurais, na maioria vindos do Ceará, para recebimento dos lotes, seguindo-se a migração espontânea. Durante a colonização foram assentados 5.000 das 10.000 famílias previstas, no trecho entre Altamira e Itaituba, período do maior desmatamento para a pequena produção. A área destinada para o projeto de colonização ocupava 15km de cada lado da rodovia, onde foram instaladas agrovilas apoiadas por uma infra-estrutura para abastecimento, com escolas e posto médico. Cada agrovila compreendia um conjunto de lotes de 100 hectares para os produtores rurais. Estas vilas evoluiriam para pequenas cidades (Decreto-Lei nº 1.106 de 06.06.1970, que dispunha sobre a criação do "Programa de Integração Nacional").

Para incentivar a implantação do "Programa de Integração Nacional", o governo financiou o plantio de lavouras anuais, principalmente o arroz, durante os três primeiros anos. Em cada agrovila havia um estabelecimento para fornecer ferramentas, botinas e insumos para fazer as primeiras roças. As famílias recebiam também um salário mínimo por mês. Após os três anos, a região atingiu seu auge na produção de arroz. A presença de áreas propícias à agricultura na região de Altamira também estimulou o investimento em culturas permanentes, como a banana, cana, laranja, caju, café, cacau, pimenta-do-reino e até plantação de seringueira. A partir de 1975, houve financiamento para o plantio de pimenta-do-reino e cacau, quando foi implantado um projeto agrocanavieiro envolvendo mais de 200 produtores de Medicilândia à Uruará.

A partir da década de 80, foram destinados novos lotes entre 100 e 500 hectares, além dos 10km iniciais, ampliando a colonização no trecho Altamira-Itaituba, realizado pelo INCRA. No trecho Altamira-Marabá, foram demarcadas áreas de 3.000 hectares para pessoas de São Paulo e Paraná. Entre 1980 e 1990 várias famílias de sem-terra invadiram essas áreas onde os donos não trabalhavam, época em que os financiamentos para as lavouras anuais foram suspensos, fazendo com que muitas famílias buscassem outras áreas, embora persistisse um fluxo continuado de novos ocupantes. Em 1992 os financiamentos para médios produtores são retomados pelo governo, permanecendo a pequena produção como significativa para a economia agrícola do estado.

Ao longo da Rodovia a situação fundiária é bastante complexa, onde mais de 40% das famílias não têm título de propriedade. Na maioria das áreas de colonização ainda tramitam projetos de regularização através de assentamentos, sob responsabilidade do INCRA.

Do final da década de 90 até o presente, o novo interesse econômico é a própria terra, em função de um crescente mercado de ocupação, comércio e grilagem de terras públicas, visando principalmente a implantação de grandes fazendas de gado.

No Estado do Pará, analisar a legalidade das certidões e registros de imóveis expedidos por vários Cartórios de Registros de Imóveis é tarefa complicada. É difícil determinar se um documento não fora assinado por um fantasma ou que a terra realmente existe ou é virtual, que se localiza em unidade de conservação ou terra indígena e saber se realmente se localiza no local indicado no documento. Estima-se que existem mais de vinte milhões de hectares grilados no Estado do Pará.

Alguns trechos do limite norte de TI Cachoeira Seca são ocupados por não-indígenas, o que é facilitado pelos travessões da Transamazônica que adentram a terra. O ponto mais problemático é a estrada Transiriri.

Com a abertura da BR-230 (Transamazônica) na década de 70, e a edição dos Decretos nº 67.557 e 68.443, de 12.11.1970 e 29.03.1971, respectivamente, que previam a desapropriação de vastas áreas de terras a partir das margens da citada rodovia, houve a concessão de numerosos títulos que incidiram na TI Cachoeira Seca, conforme o levantamento procedido pela FUNAI em 1992. A colonização na Transamazônica é implementada pelo INCRA a partir da abertura dos chamados travessões, que vão cortando a floresta a cada 5km e abrindo espaço para centenas de famílias de agricultores seguidos dos madeireiros.

Em Uruará existe a maior concentração de colonos já fixados dentro dos limites da área estabelecida pela Portaria nº 26/93, estando a região entre os igarapés São Pedro e Louro (travessão 165 ao 213) comumente denominado como "bico da terra indígena", praticamente tomada por agricultores; e também a região da Transiriri (travessão do Km 185) que vai da Transamazônica até o rio Iriri.

No município de Placas (emancipado em 1995), apesar da preocupação em não invadir a terra dos índios, existem alguns travessões com abertura aproximada de 40km além da Transamazônica.

Os travessões vicinais estão em média com 40km de estrada transitável, acrescida das trilhas e picadas feitas pelos novos moradores. Além dos travessões principais, vão sendo abertas estradas secundárias que ligam um travessão ao outro (185 ao 180).

Ao longo dos rios Xingu e Iriri eram freqüentes as moradias de seringueiros até por volta de 1940, existindo, à época do trabalho do GT 1988, alguns remanescentes desta atividade.

Existiam 15 famílias (180 pessoas) habitando a margem esquerda do rio Iriri, no trecho em que este faz o limite sul da área proposta, ou seja, entre o igarapé Laura e o igarapé Olhões. A maioria não tinha qualquer documentação das terras que ocupavam, tendo a consciência da ocupação indígena e da necessidade de deslocamento da região.

Em 1988/89 uma Equipe de Localização de Altamira que buscava encontrar índios arredios na região do igarapé São João, encontrou a penetração de grupos garimpeiros na parte noroeste da área interditada do Igarapé São João.

Sob a vigência dos governos militares e da política de ocupação, Altamira tornou-se o principal pólo de colonização possibilitado pela construção da rodovia Transamazônica. Milhares de imigrantes instalando latifúndios acirraram a disputa pela terra e os conflitos fundiários. Para os índios da região, e os Arara em particular, resultou a perda do território imemorial e do patrimônio cultural e humano.

Em 1972 o INCRA desapropriou uma área situada no município de Altamira para promover assentamentos. Parte da Área Indígena Cachoeira Seca constitui polígono tomado pelo INCRA para fins de reforma agrária.

Na margem esquerda do rio Iriri, igarapé Cachoeira até o limite oeste da área (Gleba Leite), de Jurisdição do Projeto Fundiário de Miritituba do INCRA foram registrados 3 ocupantes.

Na parte norte da área, assentamentos realizados pelo PIC/Altamira, sede em Brasil Novo, foram iniciados em 1982.83.84, tendo 120 posseiros cadastrados. A equipe (1988) não obteve informações sobre os assentamentos realizados pelo PIC/Itaituba-INCRA de Rurópolis.

Na rodovia Transamazônica não puderam realizar o levantamento fundiário nos assentamentos do INCRA (linha seca), devido às chuvas constantes.

O levantamento fundiário de 1992 apontou um número de 376 famílias, que nestes 14 anos transformaram-se em aproximadamente 1.157 ocupações, demonstrando o desrespeito a um território indígena que possuía um ato administrativo que o legalizava como tal (Portaria nº 26 MJ/1993).

A listagem dos ocupantes não indígenas apresentada pelo GT Portaria nº 951/PRES, de 19.10.2005, e nº 1.229/PRES, de 20.10.2005, soma um total aproximado de 1.157 ocupações, aqui indicados conforme número do laudo e nome do ocupante: Laudo 1-Ari Maiberg Pereira; Laudo 2-Eriberto Rodrigues de Andrade; Laudo 3-José Maiberg Pereira; Laudo 4-Pedro Maiberg; Laudo 5-Rui Maiberg; Laudo 6-Tereza Pereira; Laudo 7-Valdir Maiberg Pereira; Laudo 8-Vilton Maiberg Pereira; Laudo 9-Antero Nonato da Silva; Laudo 10-Edinaldo Siqueira Oliveira; Laudo 11-Evanito José Correia; Laudo 12-Filomena da Silva; Laudo 13-Francisco da Silva Cunha; Laudo 14-Francisco Gomes Neto; Laudo 15-Jacinto Soares; Laudo 16-Jacy Saar Brum; Laudo 17-José Franqlin; Laudo 18-José Ribamar de Sousa; Laudo 19-Magno Nonato de Araújo; Laudo 20-Nelson da Silva; Laudo 21-Rubineia Gomes da Silva; Laudo 22-Valmiro Ribeiro Lima; Laudo 23-Agenor Lima Aguiar; Laudo 24-Alfredo Lopes da Silva; Laudo 25-Alrino Roque Freitas de Oliveira; Laudo 26-Antonia Sousa Lima; Laudo 27-Antônio Alberto Oliveira; Laudo 28-Antonio Nazareno da Conceição Raiol; Laudo 29-Antônio Sousa dos Santos; Laudo 30-Arnaldo Barbosa de Sousa; Laudo 31-Carlos Roberto Amorim dos Santos; Laudo 32-Sheila Alves Lima; Laudo 33-Cláudio Francisco de Oliveira; Laudo 34-Cleitom Santos Vieira; Laudo 35-David José Rezende; Laudo 36-Denis Charles da Silva Rodrigues; Laudo 37-Edelson Lima Rodrigues; Laudo 38-Edilson Alves Coutinho; Laudo 39-Edivaldo Sousa Pereira; Laudo 40-Edvaldo Manoel da Silva; Laudo 41-Elvertom Euclides Mezzomo; Laudo 42-Euclides Mezzomo; Laudo 43-Fernando Ferreira dos Santos; Laudo 44-Fernando Furtado de Sousa; Laudo 45-Francineia Rodrigues da Cunha; Laudo 46-Francisca Maria de Sousa Pereira; Laudo 47-Francisco Pereira da Costa; Laudo 48-Gervásio Vicente da Silva; Laudo 49-Graciliano Pereira dos Santos; Laudo 50-Hellen de Cássia Santos Lima; Laudo 51-João da Silva Cavalcante; Laudo 52-João Martins de Morais; Laudo 53-José Anicodemes Santos Silva; Laudo 54-José Francisco Alves dos Reis; Laudo 55-José Francisco de Oliveira; Laudo 56-José Mário Vicente da Silva; Laudo 57-Josiel Gomes Veiga; Laudo 58-Jucinélia Cajaiba Santos; Laudo 59-Lourisvaldo Soares dos Santos/ Laudo 60-Luciano Martins da Silva; Laudo 61-Maria da Conceição Cruz de Andrade; Laudo 62-Maria da Silva; Laudo 63-Maria do Socorro de Jesus; Laudo 64-Maria Doraci Furtado de Sousa; Laudo 65-Maria Pereira Gama Cabra; Laudo 66-Maurício Novais de Araújo; Laudo 67-Miltom Alves da Silva; Laudo 68-Orlando Barros da Silva; Laudo 69-Pedro Celestino Marques; Laudo 70-Raimundo dos Reis; Laudo 71-Ribamar Jorge de Alencar; Laudo 72-Ronaldo Alves Coutinho; Laudo 73-Rosangela de Sousa; Laudo 74-Rosemeri Beto dos Santos; Laudo 75-Salvelina Oliveira Silva; Laudo 76-Salviane Guimarães; Laudo 77-Selma Alves Coutinho; Laudo 78-Valdir Costa Catingueiro; Laudo 79-Valdirei Moreira de Oliveira; Laudo 80-Valtomiltom dos Santos; Laudo 81-Vaneide Batista Vieira; Laudo 82-Vidal Maiberg Pereira; Laudo 83-Waldemir Cosmo da Costa; Laudo 84-Zuleide Torquato da Silva; Laudo 85-Abílio Cardoso dos Santos; Laudo 86-Adelaine Santos Almeida; Laudo 87-Adriano Kopsell Urban; Laudo 88-Agnaldo Rosa dos Santos; Laudo 89-Agostinho José Martins de Carvalho; Laudo 90-Alaide Iolanda da Conceição; Laudo 91-Aline Araujo Marques; Laudo 92-Amiltom Pereira; Laudo 93-Anacélio Moura de Souza; Laudo 94-Antonia Alves da Silva; Laudo 95-Antonio Assis Barbosa; Laudo 96-Antônio Carlos Lima do Nascimento; Laudo 97-Antonio de Paulo de Morais Sousa; Laudo 98-Antonio Francisco de Sousa; Laudo 99-Antônio Gonçalves de Andrade; Laudo 100-Antonio Luiz Ferreira Lima; Laudo 101-Antônio Mendes; Laudo 102-Antonio Soares do Nascimento; Laudo 103-Aparecida Lopes de Sousa Silva; Laudo 104-Berenice Pacheco; Laudo 105-Claudimaria Alves dos Santos; Laudo 106-Claudio Santos Brito; Laudo 107-Cleci Scarantti; Laudo 108-Clenir de Fátima Loeweke; Laudo 109-Cleude Araujo Silva; Laudo 110-Cleuma Gonçalves de Matos; Laudo 111-Daniel Farias dos Santos; Laudo 112-Delmo Monteiro da Silva; Laudo 113-Deusadeth Pereira de Sousa; Laudo 114-Diego Correia de Oliveira; Laudo 115-Edinho de Sousa Mota; Laudo 116-Edna dos Santos Iune; Laudo 117-Ednilza de Sá Sousa; Laudo 118-Edson Laerte Carvalho; Laudo 119-Edson Sousa Xavier; Laudo 120-Elici Armando; Laudo 121-Elisangela Pereira da Silva; Laudo 122-Euvande Soares da Cunha; Laudo 123-Fábio Silva Fiel; Laudo 124-Francigildo Silva de Amorim; Laudo 125-Francisca Freires Pereira; Laudo 126-Francisco d Cruz Almeida; Laudo 127-Francisco Dellino Lima da Silva; Laudo 128-Francisco do Vale Farias; Laudo 129-Francisco Eugênio dos Santos; Laudo 130-Francisco Felix de Oliveira; Laudo 131-Francisco Fernando Antunes; Laudo 132-Francisco Lira de Andrade; Laudo 133-Francisco Nascimento; Laudo 134-Francisco Rodrigues dos Santos; Laudo 135-Francisco Vilasnova; Laudo 136-Genebaldo Barbosa dos Santos; Laudo 137-Gentil Rodriguês Pacheco; Laudo 138-Gesiel Dias de Sousa; Laudo 139-Geversom Roberto Zanardi; Laudo 140-Gilberto Marques da Silva; Laudo 141-Gildásio Martins Floriano; Laudo 142-Gilmar Oliveira Correia; Laudo 143-Gumercindo Rodrigues Mendes; Laudo 144-Hildenberg Gonçalves de Matos; Laudo 145-Iranildes Santos Almeida; Laudo 146-Jacinto Paulo de Sousa; Laudo 147-Jackson Gonçalves de Matos; Laudo 148-João Batista de Freitas; Laudo 149-João Alves Andrade; Laudo 150-João Batista da Silva; Laudo 151-João Caetano Ferreira Grapiuna; Laudo 152-Joaquim Canuto Almeida; Laudo 153-Joel Rodrigues de Matos; Laudo 154-Joiciene Lemos dos Santos; Laudo 155-José Alves Pacheco; Laudo 156-José Antonio Galdino; Laudo 157-José Cândido de Jesus; Laudo 158-José Delissson Silva; Laudo 159-José Ederval dos Santos; Laudo 160-José Francisco Pereira Silva; Laudo 161-José Francisco Rufino de Lima; Laudo 162-José Gilvan dos Santos Sales; Laudo 163-José Gouveia da Silva; Laudo 164-José Lima do Nascimento; Laudo 165-José Magno Alves Coutinho; Laudo 166-José Ribamar Barros da Cruz; Laudo 167-José Rufino Santos; Laudo 168-Júlio Cezar Bohry; Laudo 169-Katiane Ganzer Kownlein; Laudo 170-Leandro Scalabrin Kounlein; Laudo 171-Lenir Kohnlein; Laudo 172-Leocir Battiston; Laudo 173-Leonidas de Oliveira; Laudo 174-Leoniltom Pereira Carvalho; Laudo 175-Leonir Kohnlein; Laudo 176-Leusenir Konnlein; Laudo 177-Lídia Apolliana de Freitas; Laudo 178-Liodil Gonçalves Matos Sobrinho; Laudo 179-Luciano Aloisio Oliveira; Laudo 180-Luiz Carlos de Oliveira; Laudo 181-Luis Márcio Timóteo de Aguiar; Laudo 182-Luis Pacheco; Laudo 183-Lygia Apolliana K. de Freitas; Laudo 184-Manoel dos Santos Pereira; Laudo 185-Manuela Bomfim Santos; Laudo 186-Marciano Felix Floriano; Laudo 187-Márcio José Grings; Laudo 188-Maria de Sousa Silva; Laudo 189-Maria do Socorro Leandro da Silva; Laudo 190-Maria Dulce Gonçalves Matos; Laudo 191-Maria Lopes da Silva; Laudo 192-Marinalva Monteiro dos Santos; Laudo 193-Marismar Pereira Pedrosa; Laudo 194-Mary Solange Silva dos Santos; Laudo 195-Modesto Casado; Laudo 196-Nalva Sousa de Macedo; Laudo 197-Niltom Cezar Casado; Laudo 198-Noeli Aparecida Altenhofem; Laudo 199-Orlando Farias dos Santos; Laudo 200-Orlando Pereira de Almeida; Laudo 201-Osvaldo José de Brito; Laudo 202-Patrícia de Jesus Gouveia; Laudo 203-Patrícia Sousa Melo; Laudo 204-Pedro Pereira Neto; Laudo 205-Raimunda Alves Ferreira; Laudo 206-Raimundo Dias; Laudo 207-Raimundo Nonato Pires; Laudo 208-Reginaldo da Cruz Almeida; Laudo 209-Regival Rodrigues do Nascimento Oliveira; Laudo 210-Reinaldo Sousa dos Anjos; Laudo 211-Renato Silva Ribeiro; Laudo 212-Roberto Alves Coutinho; Laudo 213-Romário Alves Coutinho; Laudo 214-Ronaldo Pacheco; Laudo 215-Rosa Maria Rodrigues da Silva; Laudo 216-Rosesandra; Laudo 217-Rosineide Lima de Araújo; Laudo 218-Sebastião Louro da Silva; Laudo 219-Selma Oliveira Correia; Laudo 220-Silvelena Gomes dos Santos; Laudo 221-Sirineu Fernandes Pereira; Laudo 222-Thalon Scalabrin; Laudo 223-Valcy Pinheiro de Assis; Laudo 224-Valdeci da Silva Terra; Laudo 225-Valdinar Timoteo de Aguiar; Laudo 226-Valdineia Silva Fiel; Laudo 227-Valter Flávio da Silva Fiel; Laudo 228-Vanduir Vieira da Rosa; Laudo 229-Vildomar Barbosa da Silva; Laudo 230-Wagner Timóteo Aguiar; Laudo 231-Adelino Sousa França; Laudo 232-Aguimar Pereira Vilanova; Laudo 233-Aldemir da Silva e Silva; Laudo 234-Aluisio Carlos Paixão Almeida; Laudo 235-Ananias Almeida da Silva; Laudo 236-Andreia da Silva; Laudo 237-Antonio Batista de Sousa; Laudo 238-Antonio de Jesus Serrilha; Laudo 239-Antonio Lima Araújo; Laudo 240-Carlos Alberto de Oliveira; Laudo 241-Celestino Rodriguês de Castro; Laudo 242-Cenira Tarifa Basagli dos Santos; Laudo 243-Daniel Silva Vieira; Laudo 244-Edimar Santana de Jesus; Laudo 245-Edivan Mota de Sousa; Laudo 246-Edna Silva de Sousa; Laudo 247-Edvan Silva da Cruz; Laudo 248-Emilson Pereira Cardoso; Laudo 249-Erivaldo Milhomen da Silva; Laudo 250-Etelvino Francisco de Oliveira; Laudo 251-Euzenir Leite Brabo; Laudo 252-Fábio Melo Soares; Laudo 253-Fernando Pereira Lima; Laudo 254-Francisco Morais de Sousa; Laudo 255-Humberto de Alcântara; Laudo 256-Ildo Pereira de Sousa; Laudo 257-Jacó Sousa Leite; Laudo 258-Jesoé Ribeiro Pontes; Laudo 259-João Batista Armando; Laudo 260-João de Jesus; Laudo 261-João Santos da Cruz; Laudo 262-José Ramos Porcino Santos; Laudo 263-José Ribamar Ferreira; Laudo 264-José Vitoriano da Silva; Laudo 265-Kátia Damasceno de Castro; Laudo 266-Laudineia Pereira Cardoso; Laudo 267-Lindomar Thomaz Alencastre; Laudo 268-Luciano da Silva Emerciano; Laudo 269-Luciano Vieira Pereira Anjo; Laudo 270-Lucio Márcio Vieira Ângelo; Laudo 271-Márcia Macedo Torres; Laudo 272-Maria Neuza dos Santos; Laudo 273-Miralva Pereira Cardoso; Laudo 274-Patrícia da Silva Cardoso; Laudo 275-Paulo Roberto Amorim Lopes; Laudo 276-Pedro da Silva Cardoso; Laudo 277-Railde Gonçalves Gil de Sa; Laudo 278-Raimundo Nazário da Silva; Laudo 279-Ronaldo Braz da Costa; Laudo 280-Ronilson Andrade da Silva; Laudo 281-Sebastião Camilo Rezende; Laudo 282-Selisney Andrade da Silva; Laudo 283-Sidney Aparecido dos Santos; Laudo 284-Vicente Ferreira de Vasconcelos; Laudo 285-Wagna Alves da Silva; Laudo 286-Adimar Alves Cirqueira; Laudo 287-Afonso Pereira da Silva; Laudo 288-Agrimaldo Benvindo Martins; Laudo 289-Alberto Alves Mendes; Laudo 290-Albino Pereira; Laudo 291-Alda Bernado de Lima; Laudo 292-Alicinha Pires Ferreira; Laudo 293-Allyne Mayara T da Silva; Laudo 294-Alvino Alves Fernandes; Laudo 295-Alzenir de Sá; Laudo 296-Ana Maria Pereira de Sousa; Laudo 297-Angelo Márcio Silva e Silva; Laudo 298-Antonio Borges de Oliveira; Laudo 299-Antonio Carlos Vieira; Laudo 300-Antonio da Silva; Laudo 301-Antônio José de Andrade; Laudo 302-Antonio Muniz de Almeida; Laudo 303-Antonio Rodrigues de Sousa; Laudo 304-Carlos Rogério Guimarães; Laudo 305-Célio Silveira Hubuer; Laudo 306-Cezar Fonseca Silveira; Laudo 307-Cláudio José Vieira; Laudo 308-Claudir Guerra de Almeida; Laudo 309-Claudison Rodrigues de Almeida; Laudo 310-Cleane Gomes dos Santos; Laudo 311-Clenilce Sousa de Oliveira; Laudo 312-Clerismar Guerra de Almeida; Laudo 313-Clodoaldo Silveira da Conceição; Laudo 314-Cosme Rodriguês Ribas; Laudo 315-Damião Rodrigues Ribas; Laudo 316-Edicarlos Fagundes Vieira; Laudo 317-Edson Bispo dos Santos; Laudo 318-Edvaldo Nascimento dos Santos; Laudo 319-Eldimar dos Santos Cruz; Laudo 320-Eliduo Milhomen da Silva; Laudo 321-Eliene de Jesus Costa; Laudo 322-Eliene dos Santos; Laudo 323-Eliziário Sousa Santos Filho; Laudo 324-Ellen Priscila Tavares da Silva; Laudo 325-Evanilsom Barbosa dos Santos; Laudo 326-Fagner Viana de Oliveira; Laudo 327-Francimar Rodrigues Franco; Laudo 328-Francisca Pezzin; Laudo 329-Francisco Alves da Silva; Laudo 330-Francisco Caetano da Silva; Laudo 331-Francisco da Conceição Lima; Laudo 332-Geane Oliveira Barbosa; Laudo 333-Geani Fernandes Antunes; Laudo 334-Genecy Pedroso dos Santos; Laudo 335-Geovane Alves dos Santos; Laudo 336-Gerussio Mendonça da Silva; Laudo 337-Gidevaldo Pereira Rodrigues; Laudo 338-Gilfrom Ferreira Moreira; Laudo 339-Gillenio Pereira Rodrigues; Laudo 340-Gilmar Gonçalves Correa; Laudo 341-Gilvan Pereira Rodrigues; Laudo 342-Gilzon Fagundes Vieira; Laudo 343-Helizabel Silva de Brito; Laudo 344-João Bertulino Né; Laudo 345-João dos Santos Ferreira; Laudo 346-João Iris Muniz de Almeida; Laudo 347-João Rodrigues de Paula; Laudo 348-Joelma Alves da Costa; Laudo 349-Jorge da Conceição Carlos; Laudo 350-Josafá de Sousa Leite; Laudo 351-José Alves Cirqueira; Laudo 352-José Bento; Laudo 353-José Carlos de Oliveira; Laudo 354-José Carlos Fernandes Ribas; Laudo 355-José Carlos Oliveira; Laudo 356-José da Silva Moreira; Laudo 357-José dos Santos da Cruz; Laudo 358-José Mateus Alves de Almeida; Laudo 359-José Pereira dos Santos; Laudo 360-José Pereira dos Santos Filho; Laudo 361-José Raimundo de Rezende; Laudo 362-Josenir Mates de Jesus; Laudo 363-Jucélia Rodrigues Santos; Laudo 364-Júlio Pereira Rodrigues; Laudo 365-Juvenal Almeida da Silva; Laudo 366-Laudilino Alves Mendes; Laudo 367-Leandra Fagundes Vieira; Laudo 368-Leandro Marcos Mendes; Laudo 369-Leandro Vargas; Laudo 370-Leidione Vieira Paixão; Laudo 371-Leoni Lázaro da Paixão; Laudo 372-Luciano Alves Cirqueira; Laudo 373-Luis Carlos Sotili; Laudo 374-Luiz Batista Vieira; Laudo 375-Magno Bernardo de Lima; Laudo 376-Manoel Martins Filho; Laudo 377-Marcelo Leite Abílio; Laudo 378-Marcos Inadapu Ribas da Silva; Laudo 379-Maria Lícia da Conceição; Laudo 380-Maria Sena Moura; Laudo 381-Matias Frederico Lopes; Laudo 382-Mizael Bernardo de Lima; Laudo 383-Nilma Benvindo Costa; Laudo 384-Núbia Lima; Laudo 385-Oliveira Pereira de Araújo; Laudo 386-Orvaldir Vargas Sobrinho; Laudo 387-Osni Vargas; Laudo 388-Paulo Alves de Almeida; Laudo 389-Paulo Anésio de Bastos Cardoso; Laudo 390-Rafael Leite Martins; Laudo 391-Raimunda Rodrigues Ribas; Laudo 392-Raimunda Silva de Almeida; Laudo 393-Roberto Silva de Almeida; Laudo 394-Sandra Regina Ferreira da Silva; Laudo 395-Sebastião Alencar de Jesus; Laudo 396-Severino Alves Cirqueira; Laudo 397-Silon José Brito dos Santos; Laudo 398-Silone José Bento dos Santos; Laudo 399-Silvana Pereira dos Santos; Laudo 400-Simone da Silva Santos; Laudo 401-Sirley Fonseca Silveira; Laudo 402-Siron José Bento; Laudo 403-Sivaldo de Jesus Batista; Laudo 404-Solange Aparecida Zaffari; Laudo 405-Valcides Santos do Carmo; Laudo 406-Valdei José Saraiva; Laudo 407-Valdelici Alves de Almeida; Laudo 408-Valdemar José dos Santos; Laudo 409-Vilamir Sotili; Laudo 410-Washington Junior de Farias; Laudo 411-Welligton Almeida da Cruz; Laudo 412-Yrama Regina Abreu Sousa; Laudo 413-José Francisco da Silva (Zequinha); Laudo 414-Henrique Marques da Silva Filho; Laudo 415-Juscelino Marques da Silva; Laudo 416-Dorimar Andrade da Silva; Laudo 417-Vidal Maiberg Pereira; Laudo 418-Jaime Maiberg Pereira; Laudo 419-Jonathan Pires Ferreira (Moreno); Laudo 420-João Batista Lopes Gomes (Irmão); Laudo 421-João Batista dos Santos Victor; Laudo 422-Paulo Francisco da Costa; Laudo 423-Paulo Marques da Silva; Laudo 424-Isabel do Carmo Borges; Laudo 425-Cleuza Pires Ferreira; Laudo 426-José Afonso Cordeiro; Laudo 427-Geraldo Vicente Salvo; Laudo 428-José Geraldo Muniz Cordeiro; Laudo 429-Vercio Pereira Muniz; Laudo 430-Alexandra Muniz Mardegan; Laudo 431-Monalisa Muniz Farias; Laudo 432-Edcarlos Pereira Muniz; Laudo 433-Maria José Carlos Coronel; Laudo 434-Antonio Carlos de Moraes; Laudo 445-Afonso Ribeiro e José Ribeiro; Laudo 446-Luna Lopes de Oliveira; Laudo 447-Agamenon de Souza Arruda; Laudo 448-Francisco Pereira da Silva (Neto); Laudo 449-Terezinha Cordeiro da Silva; Laudo 450-Edivan dos Santos Chaves; Laudo 451-Odilon Cruz de Almeida; Laudo 452-Marta Marques da Silva; Laudo 453-Marisa Xavier de Castro; Laudo 454-Jardel Oliveira dos Santos; Laudo 455-Jasiel Oliveira dos Santos; Laudo 456-Sindivaldo Antonio da Silva; Laudo 457-Francisco da Silva França; Laudo 458-José Soares de Lima; Laudo 459-Ivanildo Gaziero; Laudo 460-Edna dos Santos Alves; Laudo 461-Jordane Souza de Oliveira; Laudo 462-Antonio Ferreira dos Santos (Tonho); Laudo 463-José Mario Moreno Lopes; Laudo 464-Luis Dalmo Miranda; Laudo 465-José Carlos Saraiva; Laudo 466-João Pereira da Silva (joão minhoca); Laudo 482-Adriano Lopes; Laudo 483-Aldir Carlos Coronel; Laudo 484-Ana Maria da Silva; Laudo 485-Angela Maria Silva de Oliveira; Laudo 486-Antonio Brito da Silva; Laudo 487-Antônio Carlos Coronel; Laudo 488-Antônio José Ferreira de Sousa; Laudo 489-Antônio Pereira Alves; Laudo 490-Carlos Eduardo Alves da Silva; Laudo 491-Cesar Luis Melnick; Laudo 492-Cícero Inácio Silva Filho; Laudo 493-Claudemir Ratzinger; Laudo 494-Claudio Castanha; Laudo 495-Cleusa Alves da Silva Souza; Laudo 496-Daniela Sousa Silva; Laudo 497-Derotildes Rodriguês de Barros; Laudo 498-Dilene Andrade da Silva; Laudo 499-Douglas Cezar Ne; Laudo 500-Elenice Raquel Melnich Sousa; Laudo 501-Eliane Melnick; Laudo 502-Elias Francisco; Laudo 503-Elza Brito; Laudo 504-Fábio Almeida de Meneses; Laudo 505-Fernando Luis Orlando; Laudo 506-Francisco Afonso Filho; Laudo 507-Goreth dos Santos Mota; Laudo 508-Helena Rodrigues de Barros; Laudo 509-Hélio José Rodrigues Silveira da Silva; Laudo 510-Ivone Stangherli Melnick; Laudo 511-Ivonete Rodrigues da Cunha; Laudo 512-Janailtom Oliveira Silva; Laudo 513-João Cabreira; Laudo 514-Joel Alves de Oliveira; Laudo 515-Jonas Martins Vieira; Laudo 516-José Dalmiro Machado; Laudo 517-José Nunes da Silva; Laudo 518-José Vieira; Laudo 519-José Wilson de Sousa; Laudo 520-Josilton Santos Mota; Laudo 521-Josimar Oliveira Silva; Laudo 522-Josinete dos Santos Mota; Laudo 523-Jucelino Marquês da Silva; Laudo 524-Lourdes Inêz Ratziuger; Laudo 525-Luiz Carlos Da Silva; Laudo 526-Luiz Ferreira Lopes; Laudo 527-Manoel Lopes de Oliveira; Laudo 528-Marcos Antonio Barbosa; Laudo 529-Maria Oneide Lima Oliveira; Laudo 530-Maria de Fátima Silva Castanha; Laudo 531-Martinho Pereira de Sousa Neto; Laudo 532-Messias Taborda Ribas; Laudo 533-Miguel Melnich Netto; Laudo 534-Mitônia Lourenço da Costa; Laudo 535-Nascimento Pereira Santos; Laudo 536-Pedro Carlos Coronel; Laudo 537-Pedro da Silva; Laudo 538-Raimundo Fernandes de Sousa; Laudo 539-Raimundo Nonato Lima; Laudo 540-Regane Rodriguês da Silva; Laudo 541-Regivaldo Santos Rocha; Laudo 542-Ricardo Rodrigo Vargas; Laudo 543-Robson Santos Rocha; Laudo 544-Sandoval Bertolino Ne; Laudo 545-Selma Ramos; Laudo 546-Shirley de Sousa Lemos; Laudo 547-Sílvio Luis Saritori; Laudo 548-Simone Dalpont; Laudo 549-Valdemar dos Reis Silva; Laudo 550-Valdemir da Costa Batista; Laudo 551-Washington Sousa de Oliveira; Laudo 552-Wilson Luis Almeida Vieira; Laudo 553-ZildoTaborda Ribas; Laudo 554-Moacir dos Santos (Baixinho); Laudo 555-Francisco Ramos dos Santos (careca); Laudo 556-Manoel Messias Lima da Conceição; Laudo 557-José Ribeiro (Zé do Bode); Laudo 558-Leandro Fogassa de Oliveira; Laudo 559-Veraldino Martins de Oliveira; Laudo 560-Reginaldo Santos da Silva (Baiano); Laudo 561-Simone Ribeiro dos Santos; Laudo 562-Márcio Rogério Romero (Paulista); Laudo 563-Genival Barbosa Lima (Genio); Laudo 564-Lindomar Barbosa de Lima (Pinda); Laudo 565-José Alves de Oliveira (Zé Preto); Laudo 566-João Gomes de Castro; Laudo 567-Juraci Viana de Oliveira; Laudo 568-Antonio Ferreira Bezerra (Toinho); Laudo 569-Francisco Gomes de Souza (Maranhão); Laudo 570-Raimundo da Silva Queiroz (Mangulão); Laudo 571-Romário Lázaro de Oliveira; Laudo 572-José Ricardo de Lima (Precatinha); Laudo 573-Alderico Salustriano dos Santos; Laudo 574-Amário Francisco do Nascimento; Laudo 575-Antonio Luis Ferreira Bezerra (Luis); Laudo 576-João Ferreira Bezerra (João Cacheado); Laudo 577-Antonio Gomes da Silva; Laudo 578-Abimael da Silva Queiroz; Laudo 579-Antonio Marques Gonçalves da Silva; Laudo 580-Sebastião Bento da Silva; Laudo 581-Luiz de Souza Queiroz (Luizinho); Laudo 582-Expedito Ribeiro Martins; Laudo 583-José Abelardo Pereira Sena; Laudo 584-José Moreira do Nascimento; Laudo 585-Janio Pereira dos Santos; Laudo 586-Leandro Ribeiro de Almeida; Laudo 587-Alvedi Pinheiro Lima; Laudo 588-Mamédio Gomes Martins; Laudo 589-Miltom Gonçalves de Oliveira; Laudo 590-Antonio Vieira Araujo; Laudo 591-Damião Andrade Amaral; Laudo 592-Anísio Rodigues da Silva; Laudo 593-Maria Eliene Silva Lima; Laudo 594-Roberto Ferreira da Silva; Laudo 595-João Gomes dos Santos; Laudo 596-Ademar Ribeiro da Silva; Laudo 597-Célia Estevão da Silva; Laudo 598-Sonival Oliveira Feitosa; Laudo 599-Miguel Estevão Conceição; Laudo 600-João Batista Pereira da Silva; Laudo 601-José Pereira da Silva; Laudo 602-Edmilson dos Santos Silva; Laudo 603-Edenillson dos Santos Silva; Laudo 604-Luis Carlos Alves da Silva; Laudo 605-Generindo Ferreira Maria; Laudo 606-Wilson Alves de Oliveira; Laudo 607-Simone Martins Batista; Laudo 608-Ailton Farias; Laudo 609-Manoel Messias dos Santos Pereira; Laudo 610-Anivaldo dos Santos Pereira; Laudo 611-Gerson Batista Moreira; Laudo 612-Aristeves Ribeiro Martins; Laudo 613-Valdeir Batista Ferreira; Laudo 614-Abdias Alves Costa; Laudo 615-Ana Andrade Amaral; Laudo 616-Odilia Maria de Jesus; Laudo 617-Antonio Nunes Ferreira; Laudo 618-Valdomiro Batista Ferreira; Laudo 619-Francisco dos Santos Amaral; Laudo 620-Lucimar Andrade Ribeiro; Laudo 621-Luiza Francisca Souza dos Santos; Laudo 622-Manoel Gonçalves de Oliveira; Laudo 623-Cindia do Nascimento; Laudo 624-Nilton Lourenço Dias; Laudo 625-Zeliane Silva Nunes; Laudo 626-Francisco Chagas de Lima; Laudo 627-Shirlleyd Ferreira Santos; Laudo 628-Clodoaldo da Silva Costa; Laudo 635-Maria Nic Ferreira Silva; Laudo 637-Edvaldo Cordeiro Santos; Laudo 647-Aldemir Estevão dos Santos; Laudo 648-Elias Bentes dos Santos; Laudo 649-Pedro Soares Pereira; Laudo 650-Edmilson Ferreira dos Santos; Laudo 651-Iris Estevão dos Santos; Laudo 652-Sueli da Cruz Carneiro; Laudo 653-Bernadino Pereira Dos Santos; Laudo 666-José Almir Araújo; Laudo 676-Lindaura Fonseca Costa; Laudo 681-Leomar Rodrigues da Silva (Leopra); Laudo 682-Sebastião dos Santos Lima; Laudo 683-João Alexandre Sales (João Grilo); Laudo 684-Valdeci dos Santos Lima (Cochilão); Laudo 685-Antonio Rocha (Toninho Rocha); Laudo 686-Francisco Araujo dos Santos (Bigode); Laudo 687-Vilson Alves de Oliveira; Laudo 688-Francisco Gonçalves da Silva; Laudo 689-Meziano Gomes Silva; Laudo 690-Analina Chaves de Araújo; Laudo 691-Francisco Neres de Lima (França); Laudo 692-Firme da Conceição; Laudo 693-Raimundo dos Santos Lima (GOIANO); Laudo 694-Hirla Katiane de Souza Monteiro; Laudo 695-Edinalva dos Santos Lima; Laudo 696-Edineuza Alves de Lázaro; Laudo 697-Hamilton Sipriano de Araújo; Laudo 698-Alfranio Ribeiro da Silva; Laudo 699-Ideuzita Pereira da Silva; Laudo 700-Antonio Carlos Romero (NICO); Laudo 701-José Romero; Laudo 702-João Alves de Oliveira (João Gambira); Laudo 703-Petronília Guebama de Castro; Laudo 704-Flávio Marques dos Santos; Laudo 705-João Paulo Barbosa; Laudo 706-Maria Félix Moura dos Santos; Laudo 707-Raimundo Nonato Moura dos Santos (DR); Laudo 708-Francisco Alves Carrias (CHAGAS); Laudo 709-Pedro Moraes Franco (BODÓ); Laudo 710-Roberio Fogassa de Oliveira; Laudo 711-Juvina Fogassa de Oliveira; Laudo 712-Flávio Fogassa de Oliveira; Laudo 713-Welinton Luis de Assis; Laudo 714-Jayr de Oliveira; Laudo 715-Zenaide da Silva Costa; Laudo 716-Admilton da Silva Meireles; Laudo 717-Ereni Soares da Silva; Laudo; 718-Adevaldo Alves Meireles; Laudo 719-João Moraes Silva; Laudo 720-João José Macedo; Laudo 721-Anísio Gomes da Silva; Laudo 722-Maria Francisca dos Santos Amorim; Laudo 723-Luis José Rodrigues (Luisinho); Laudo 724-Pedro Alves Batista; Laudo 725-Guilherme de Lima da Conceição; Laudo 726-Ronildo Pereira Nunes; Laudo 727-Graciano Moreno Freire; Laudo 728-Ana Alves dos Reis; Laudo 729-Antonio da Silva (Fonga); Laudo 730-Gessir Antonio dos Santos;Laudo 731-Edina Rodrigues Bispo (DINÁ); Laudo 732-Adelina Gomes Marinho; Laudo 733-Santa Ferreira Jardim; Laudo 735-Ademison Rodrigues Lisboa; Laudo 736-Eronilton Ribeiro dos Santos (Porca Magra); Laudo 737-Juliano de Oliveira Moreira; Laudo 738-Elza Batista da Silva; Laudo 739-Raimunda Soares da Silva (Raimundinha); Laudo 740-Vilmar da Silva (Risadinha); Laudo 741-Antonio Fernandes dos Santos (Calado); Laudo 742-Luis Pereira da Silva (Luis Risadinha); Laudo 743-Luiz Gonzaga de Souza (Luis Calado); Laudo 744-Valdene Sales de Mendonça; Laudo 745-Marcelo Nominato Delpino; Laudo 746-Luis de Souza Queiroz; Laudo 747-Antonia de Fátima (Fátima); Laudo 748-Waldir Soares dos Anjos (Nego); Laudo 749-Ozias de Souza Duarte (Gatinho); Laudo 750-Alderico Salustriano dos Santos (Dorico); Laudo 751-Josefa Félix de Lima; Laudo 752-Domingos Firmino José de Lima; Laudo 753-José Edima Barbosa de Lima (Edimá); Laudo 754-Escola; Laudo 755-Maria Guilhermina de Souza; Laudo 756-João Batista Oliveira de Souza; Laudo 757-Laurença Cardoso de Oliveira; Laudo 758-Afonso Ribeiro; Laudo 759-Robson Oliveira de Souza; Laudo 760-Izabel Guebara Castro; Laudo 761-Francisco Soares Rodrigues (maranhão); Laudo 762-Adelino Cardoso de Oliveira (NEGO); Laudo 763-Elias Moura dos Santos (Santos); Laudo 764-Antonio Moura dos Santos (Antonio Bocão); Laudo 765-Manuel Queirino Monteiro (Messias); Laudo 766-Daivi Wesley de Souza Monteiro; Laudo 767-Genilda Matias Alves (Nilda); Laudo 768-Francisco Bernardo dos Santos (chiquinho);Laudo 769-Denivaldo Oliveira Santos (Dé); Laudo 770-Manoel da Silva (Manoel Pretinho); Laudo 771-Ass. das Mulheres Carentes da Transiriri; Laudo 772-Enivaldo Oliveira Santos (ENIO); Laudo 773-Jose Bispo dos Santos (Zé Que Acontece); Laudo 774-Moysés de Assis; Laudo 775-Edivan Pereira Araújo; Laudo 776-Vilmar Aves de Souza; Laudo 777-Nilvan Alves de Souza; Laudo 778-Moacir Alves de Souza; Laudo 779-Eleomar de Souza Cunha; Laudo 780-Escola os Cabanos; Laudo 781-José Neres de Lima (Zé Santana); Laudo 782-Francisco Moura dos Santos (Chico Bocão); Laudo 783-Paulo Martins Rodrigues Bandeira; Laudo 784-Wilson Silva Nunes; Laudo 785-Felipa da Silva Costa; Laudo 786-Domingos Alves Batista; Laudo 787-Rosalina Alves Ferreira Magalhães; Laudo 788-Bento Barboza da Fonseca; Laudo 789-Luis José Rodrigues (Luizinho); Laudo 790-Elson Almeida Franco; Laudo 791-Orlando Pereira da Silva; Laudo 792-Zeliane Silva Nunes; Laudo 793-Dermanir Silva Nunes; Laudo 794-Demaneides Silva Nunes; Laudo 795-Silvio Nascimento Gomes; Laudo 796-Edna Rodrigues Bispo (Diná); Laudo 804-José Rodrigues da Silva (Mosquito); Laudo 805-Daniel Rodrigues da Silva; Laudo 806-Posto de Saúde; Laudo 807-Donato Rodrigues de Oliveira; Laudo 808-Joel Rodrigues da Silva; Laudo 809-Mariana Rodrigues Bacabeira; Laudo 810-Florisval Cunha Bacabeira; Laudo 811-Maria José Mendes da Silva; Laudo 812-Manoel Araujo da Silva (Manoel Pelado); Laudo 813-João Batista Moreira da Silva; Laudo 814-Hélio José Gonçalves (Gaucho); Laudo 815-Escola Municipal Beira Rio; Laudo 816-Albino Zaffari; Laudo 817-Amero da Silva; Laudo 818-Antônio Guedes Sobrinho; Laudo 819-Antonio Sousa Barros; Laudo 820-Claudete Maria Bezerra; Laudo 821-Clementino da Costa; Laudo 822-Conselho de Des Comunitário-Vila Canaã; Laudo 823-Daniel Francisco Zaffari; Laudo 824-Domingos Dias Carneiro; Laudo 825-Dotralice do Nascimento Ferreira; Laudo 826-Edinelia Espírito Santo de Oliveira; Laudo 827-Elias Bentes dos Santos; Laudo 828-Eraldino Cavalcante dos Santos; Laudo 829-Evangelista Dias Carneiro; Laudo 830-Francisco Cardoso de Moraes; Laudo 831-Geni Ferreira da Silva; Laudo 832-Geraldo Bezerra de Castro; Laudo 833-Gilvanda da Costa e Silva; Laudo 834-Helena Rocha da Silva; Laudo 835-Ivone Bento de Araujo Santos; Laudo 836-Jaime Antonildo Zaffari; Laudo 837-João Luiz Cardoso; Laudo 838-João Rodrigues da Cunha; Laudo 839-João Zaffari; Laudo 840-José Leonildo Zaffari; Laudo 841-Lenival Antônio da Silva; Laudo 842-Luiz Gonçalves de Oliveira; Laudo 843-Manoel Dias Carneiro; Laudo 844-Marcos Cardoso da Silva; Laudo 845-Maria Pedreira da Silva; Laudo 846-Maria de Fátima dos Santos; Laudo 847-Maria José Cardoso de Moraes; Laudo 848-Normeide Sousa Bispo; Laudo 849-Orcino Pereira dos Santos; Laudo 850-Poliane Bezerra de Castro; Laudo 851-Raimundo Araujo Costa; Laudo 852-Raimundo Nanato da Silva Carneiro; Laudo 853-Roberval Rodrigues de Oliveira; Laudo 854-Sandoval R do Nascimento; Laudo 855-Adelson Bispo de Oliveira; Laudo 856-Adenisa de Oliveira da Conceição; Laudo 857-Adivar Eliziario dos Santos; Laudo 858-Amarildo Castro de Araújo; Laudo 859-Ananias de Souza; Laudo 860-Antonio Ari Vilarino; Laudo 861-Antonio Carlos de Carvalho; Laudo 862-Antonio Chaves Rodrigues; Laudo 863-Antonio de Oliveira Silva; Laudo 864-Antonio Olvado Campos; Laudo 865-Aurélio Luiz Guimarães; Laudo 866-Benício Rosa de Sousa; Laudo 867-Dejeir Carlos da Costa; Laudo 868-Delci Magalhães Alves; Laudo 869-Deusdete Gil de Sousa; Laudo 870-Dionízio Ribeiro da Silva; Laudo 871-Divanildo Rosa da Silva; Laudo 872-Edival Nascimento Oliveira; Laudo 873-Edson Barros de Paula; Laudo 874-Eliaquim José Pereira; Laudo 875-Eurico Ferreira Magalhães; Laudo 876-Francisco de Paula Moreira da Silva; Laudo 877-Francisco Leandro Bezerra; Laudo 878-Gilson da Silva Nunes; Laudo 879-Irany Lima de Sousa; Laudo 880-Jailson de Oliveira Silva; Laudo 881-João Batista Moreira da Silva; Laudo 882-João Leandro Bezerra; Laudo 883-Joaquim José Medeiros; Laudo 884-Jocélia Maria de Jesus; Laudo 885-José Bispo dos Santos; Laudo 886-José da Conceição; Laudo 887-José Jesus da Silva; Laudo 888-José Moreira da Silva; Laudo 889-Josimar Novaes Oliveira; Laudo 890-Juscivaldo José Medeiros; Laudo 891-Leandro Bezerra Monteiro; Laudo 892-Leonardo Delpino; Laudo 893-Leonidas Castro Lima; Laudo 894-Manoel Pereira da Silva; Laudo 895-Marcolino Lira Barbosa; Laudo 896-Maria Conceição Ferreira da Silva; Laudo 897-Maria Neuza Lima; Laudo 898-Maria Raimunda dos Santos; Laudo 899-Maria Rocha Leite; Laudo 900-Miro Lima Gomes; Laudo 901-Moises Lima de Sousa; Laudo 902-Nery Ribeiro; Laudo 903-Nôga de Oliveira; Laudo 904-Olegário Bezerra Monteiro Neto; Laudo 905-Osminda Ferreira Magalhães; Laudo 906-Ozinaldo de Souza Duarte; Laudo 907-Paulo Romeu dos Santos; Laudo 908-Raimundo Alves da Costa; Laudo 909-Ronilda Cabral Guimarães; Laudo 910-Ronilda da Silva Nunes; Laudo 911-Roque Sousa Bispo; Laudo 912-Sebastião Marco da Silva; Laudo 913-Valdson Marinho Rodrigues; Laudo 914-Waldomiro Luciano da Silva; Laudo 915-Abdias Pereira de Lemos Junior; Laudo 916-Advaldo Riguetti; Laudo 917-Agnaldo Riguetti; Laudo 918-Ancelmo Riguetti; Laudo 919-Anorato Lima da Silva; Laudo 920-Antonio Leandro Bezerra; Laudo 921-Atevaldo Riguetti; Laudo 922-Claudio Gasparini; Laudo 923-Damião Barros Santos; Laudo 924-Djalma Bezerra Monteiro; Laudo 925-Edinelio de Jesus Costa; Laudo 926-Edinilson Schultz; Laudo 927-Epitácio Luís Farias; Laudo 928-Francisca das Chagas de Jesus Costa; Laudo 929-Francisco Getúlio Teixeira; Laudo 930-Gelson Arão Gonçalves de Oliveira; Laudo 931-Heliomar Schulz; Laudo 932-Hercoles Ferreira Martins; Laudo 933-Idalécio Hermogenes Silva; Laudo 934-Ivete Dias da Silva; Laudo 935-João França; Laudo 936-Joaquim Isman Barros Santos; Laudo 937-José Airton Canuto de Morais; Laudo 938-José Alves dos Santos; Laudo 939-José Alves Gouveia; Laudo 940-José dos Santos; Laudo 941-José Luis Zanol Marchesini; Laudo 942-José Raimundo Lima de Sousa; Laudo 943-Jucelino Alberto Silva de Brito; Laudo 944-Lindório Schultz; Laudo 945-Lourival Schulz; Laudo 946-Luiz Holanda Batista; Laudo 947-Manoel Araujo da Silva; Laudo 948-Marcos Antônio da Silva; Laudo 949-Marcos Antonio Zanol Marchesini; Laudo 950-Maria de Fátima Macedo da Silva; Laudo 951-Maria Isabel Maciel da Oliveira; Laudo 952-Mizael José de Almeida; Laudo 953-Nelson Alves de Souza; Laudo 954-Pedro Francisco da Silva; Laudo 955-Raimundo Holanda Batista; Laudo 956-Ronaldo Gonçalves de Oliveira; Laudo 957-Thais Costa de Sousa; Laudo 958-Valdey José Lima de Sousa; Laudo 959-Valter Gonçalves da Fonseca; Laudo 960-Vilásio Schultz; Laudo 961-Wagner Zanol Marchesini; Laudo 962-Ailton Pereira da Silva; Laudo 963-Antônio Ferreira da Silva; Laudo 964-Arnaldo Pereira Rocha; Laudo 965-Bruno da Silva Fantim; Laudo 966-Carlos Selle Galvão; Laudo 967-Cirilo Nicolodi; Laudo 968-Claúdio Justino dos Santos; Laudo 969-Clodoaldo Santos da Silva; Laudo 970-Domingos de Almeida Xavier; Laudo 971-Edelso Fortunato Costa; Laudo 972-Edilson Pereira Machado; Laudo 973-Eliandro Rocha da Silva; Laudo 974-Eliete dos Santos Silva; Laudo 975-Eneias Silva de Oliveira; Laudo 976-Erivaldo Soares dos Santos; Laudo 977-Firmino Gomes Pereira; Laudo 978-Francisco Carlos Oliveira dos Santos; Laudo 979-Francisco Justino dos Santos; Laudo 980-Francisco Olieldo Moura; Laudo 981-Genecy Laurêncio da Silva; Laudo 982-Gilberto Santos Nascimento; Laudo 983-Ivan Ananias Menezes; Laudo 984-Joaquim Pereira de Souza; Laudo 985-José Bernardo da Silva; Laudo 986-José Carlos Evangelista; Laudo 987-José Costa da Silva; Laudo 988-José de Almeida Moreira; Laudo 989-José do Nascimento;Laudo 990-José Elias Pereira Silva; Laudo 991-José Justino dos Santos; Laudo 992-Josué Ribeiro; Laudo 993-Lourival Ribeiro; Laudo 994-Lucivaldo Lopes da Silva;Laudo 995-Maciel Santos Silva ;Laudo 996-Manoel Pereira Ramos; Laudo 997-Maria Antônia Justino dos Santos;Laudo 998-Maria Aparecida Medina de Oliveira; Laudo 999-Matusalém Xavier Costa;Laudo 1000-Mauro César Santos da Silva; Laudo 1001-Messias Justino dos Santos; Laudo 1002-Nils Kastberg da Costa Castro; Laudo 1003-Nilson Aparecido Moreira; Laudo 1004-Odair Alves da Rocha;Laudo 1005-Pedro Ferreira de Brito; Laudo 1006-Rosalvo Moreira Barbosa;Laudo 1007-Selma Santos da Silva; Laudo 1008-Sidney Silva Castro; Laudo 1009-Tereza da Silva Pereira; Laudo 1010-Valdeci da Costa Silva; Laudo 1011-Adair Costa do Carmo; Laudo 1012-Afonso da Silva; Laudo 1013-Agnaldo dos Santos; Laudo 1014-Ailton Leandro Dias Rocha; Laudo 1015-Antonio Machado da Silva; Laudo 1016-Antonio Marcos Rangel da Silva; Laudo 1017-Antonio Pereira dos Santos; Laudo 1018-Antonio Viana do Carmo; Laudo 1019-Cleudir Oliveira Ferreira; Laudo 1020-Custódio Benedito Leonardo; Laudo 1021-Edimilson Duarte da Silva; Laudo 1022-Eduardo Jakson Batista Nepomuceno; Laudo 1023-Edvilson de Oliveira; Laudo 1024-Elenita Sinfrone de Matos; Laudo 1025-Elizangela da Silva Rodrigues; Laudo 1026-Euzébio Messias Gomes; Laudo 1027-Evaldo Bitencourt; Laudo 1028-Evando Felipe Machado; Laudo 1029-Evanildo Oliveira da Costa; Laudo 1030-Francisco Pires de Souza; Laudo 1031-Gildeon da Silva Rodrigues; Laudo 1032-Gilmar Novaes Feliciano; Laudo 1033-Hamilton Leandro Dias Rocha; Laudo 1034-Irinaldo Alves de Almeida; Laudo 1035-Jorge Ferreira de Oliveira; Laudo 1036-José Alves da Silva; Laudo 1037-Josenilton Santos; Laudo 1038-Josino Ferreira de Sá; Laudo 1039-Josué de Almeida Alves; Laudo 1040-Josué Lopes Chaves; Laudo 1041-Luciene da Cruz de Castro; Laudo 1042-Luiz Souza dos Santos; Laudo 1043-Luiz Valentin de Souza; Laudo 1044-Luiza de Oliveira Henrique; Laudo 1045-Marcelino Pereira Alves; Laudo 1046-Marcos Bandeira Soares; Laudo 1047-Marcos da Silva; Laudo 1048-Maria da Glória da Silva Rodrigues; Laudo 1049-Maria de Oliveira Souza; Laudo 1050-Mariano dos Santos Ferreira; Laudo 1051-Mauri Vieira da Rocha; Laudo 1052-Olivia Ferreira da Silva;Laudo 1053-Oscar Antonio Freire; Laudo 1054-Raimunda Nonata do Nascimento; Laudo 1055-Ronildo Mateus da Silva; Laudo 1056-Rui Antonio Freire; Laudo 1057-Sebastião Alves Varge; Laudo 1058-Sinvaldo Leandro Rocha; Laudo 1059-Valdinete Silva de Almeida; Laudo 1060-Valdivino Pereira de Moraes; Laudo 1061-Valdivino Viana do Carmo; Laudo 1062-Valmir Moraes facundo; Laudo 1063-Abelino Batista da Conceição; Laudo 1064-Adelmo dos Santos Guedes; Laudo 1065-Agemiro Carlos de Andrade; Laudo 1066-Alberto Aguiar de Morais; Laudo 1067-André Luis Lira da Silva; Laudo 1068-Antônio Alves da Costa; Laudo 1069-Apolônio Batista da Conceição; Laudo 1070-Artur Batista da Conceição; Laudo 1071-Francisco Alves da Costa Filho; Laudo 1072-Francisco Marcos Monteiro Farias; Laudo 1073-Gilberto Ferreira da Conceição; Laudo 1074-Gilcilvano Ferreira da Conceição; Laudo 1075-Gilmarcio Ferreira da Conceição; Laudo 1076-Gilvane Ferreira da Conceição; Laudo 1077-Gustavo Henrique Ferro Moraes; Laudo 1078-Joaquim Antônio Ponce; Laudo 1079-Joaquim Pereira de Aguiar; Laudo 1080-Joelson Santos de Souza; Laudo 1081-José Batista da Silva; Laudo 1082-José Gelson da Silva; Laudo 1083-José Justino Martins da Silva; Laudo 1084-Milton Gomes de Oliveira; Laudo 1085-Nilson Neves de Souza; Laudo 1086-Paulo Rodrigo Silva Rodrigues; Laudo 1087-Paulo Sérgio Nascimento Silva; Laudo 1088-Railton Rocha dos Santos; Laudo 1089-Valdice Batista da Silva; Laudo 1090-Agnaldo do Amor Divino; Laudo 1091-Alminey Santos dos Anjos; Laudo 1092-Anatálio de Jesus; Laudo 1093-Arnaldo Aguiar de Morais; Laudo 1094-Claudiney Morais Franklim; Laudo 1095-Dilton Lacerda Costa; Laudo 1096-Edmar Lacerda da Costa; Laudo 1097-Élio Shmith Ferreira; Laudo 1098-Fábio Correia de Sousa; Laudo 1099-Francisco da Luz Santos; Laudo 1100-Francisco Valdones de Macedo; Laudo 1101-Francisco Vieira Rosa; Laudo 1102-Geneses Ferreira Barbosa; Laudo 1103-Jair Rodrigues de Sousa; Laudo 1104-José Messias Sousa Costa; Laudo 1105-Mariano Ambrosio dos Santos; Laudo 1106-Modesto Joaquim de Carvalho; Laudo 1107-Suraia Patrícia Ordones; Laudo 1108-Valdilês Silva Pereira; Laudo 1109-Valdy José Pereira; Laudo 1110-Valmir Lima Prates; Laudo 1111-Adilson Ferreira da Silva; Laudo 1112-Alfredo Gomes Castanho; Laudo 1113-Ananias Mendes; Laudo 1114-Antônio Fabrício Freire; Laudo 1115-Aparecida Pedroso; Laudo 1116-Aristides de Mattos; Laudo 1117-Bruno Rafael Campelo Barros; Laudo 1118-Edenilson Trevisão; Laudo 1119-Edilson Bonfim Lima; Laudo 1120-Espedito Soares de Pádua; Laudo 1121-Francisco Jaime Oliveira Silva; Laudo 1122-Ireni da Conceição Silva; Laudo 1123-José Zanella; Laudo 1124-Lúcia Dotto; Laudo 1125-Lucilene Dotto Nicolodi; Laudo 1126-Manoel Firmino; Laudo 1127-Reginaldo Bomfim de Lima; Laudo 1128-Rogério Acires Lira; Laudo 1129-Sélio Paes Landim Galvão; Laudo 1130-Sidvan Antônio da Silva; Laudo 1131-Valdeir Nicolodi; Laudo 1132-Valdilene Nicolodi Barros; Laudo 1133-Valdivino da Costa Silva; Laudo 1134-Abel Pereira de Souza; Laudo 1135-Adaias Farias Silva; Laudo 1136-Agnaldo Jesus Santos; Laudo 1137-Aldemir Silva Costa; Laudo 1138-Antônio Marcos da Silva; Laudo 1139-Bruno da Silva Pereira; Laudo 1140-Edivaldo Silva Costa; Laudo 1141-Edson Egon Anders; Laudo 1142-Eduardo Silva Costa; Laudo 1143-Egon Anders; Laudo 1144-Eva Kátia Patricio Ordones; Laudo 1145-Francisco dos Reis; Laudo 1146-José Eustáquio Ordones; Laudo 1147-Léa Rodrigues Correia; Laudo 1148-Luiz José Rosa; Laudo 1149-Mariano Paulo Rodrigues; Laudo 1150-Reinaldo Alves de Souza; Laudo 1151-Romário Ferreira de Souza; Laudo 1152-Silvio Zigowski; Laudo 1153-Tomaz Mendes; Laudo 1154-Elizete de Araujo Lima; Laudo 1155-Elza da Silva dos Santos; Laudo 1156-Idailza dos Santos Xavier; Laudo 1157-José Almeida Rodrigues; Laudo 1158-José Marchão da Silva; Laudo 1159-José Ribamar Lima de Sousa; Laudo 1160-Osmar Batista de Sousa; Laudo 1161-Paulo Pereira Vieira; Laudo 1162-Raimundo Tiburcio de Araújo; Laudo 1163-Adenilson Pereira dos Santos; Laudo 1164-Germardu Edson de Oliveira; Laudo 1165-Ijair Baratto; Laudo 1166-Valdevino Alves da Rocha; Laudo 1167-Antonio Edmilson França Silva; Laudo 1168-Antonio Ferreira dos Santos; Laudo 1169-Antonio Magalhães Filho; Laudo 1170-Cristiane Tavares da Silva; Laudo 1171-Dociano Alves da Silva Pereira; Laudo 1172-Edivar Silva Paiva; Laudo 1173-Joel do Nascimento Costa; Laudo 1174-Jorge Schommer; Laudo 1175-Jorge Schommer; Laudo 1176-José de Amorim; Laudo 1177-José França de Araújo; Laudo 1178-José Monteiro dos Santos; Laudo 1179-Josié Santos Bonfim; Laudo 1180-Josimar de Carvalho Amorim; Laudo 1181-Juari Santos Bomfim;Laudo 1182-Julio Amorim da Silva Neto; Laudo 1183-Juscelino Gomes dos Santos; Laudo 1184-Luiz Carlos da Silva; Laudo 1185-Maria de Nazaré Alves Pereira; Laudo 1186-Maria José Tavares da Silva; Laudo 1187-Marilene Cardoso Bomfim Santos; Laudo 1188-Martinho Amorim da Silva; Laudo 1189-Miracildo Alves Lopes; Laudo 1190-Ozélio Pinheiro Ribeiro; Laudo 1191-Pedro Nogueira de Souza; Laudo 1192-Raimundo Nonato de Jesus; Laudo 1193-Regivaldo Souza dos Santos; Laudo 1194-Selme Pereira de Amorim;Laudo 1195-Zilmar Santos Pinheiro; Laudo 1196-Adalberto Viana da Silva; Laudo 1197-Agostinho Martins Dos Santos; Laudo 1198-Aldemir Florêncio de Sousa; Laudo 1199-Ananias Cardoso de Moraes;Laudo 1200-Antônio Severino do Nascimento; Laudo 1201-Benedito Xipaya; Laudo 1202-Dina Maria Duarte Marques Maciel; Laudo 1203-Fernando Menezes da Silva; Laudo 1204-Francisca Pacheco do Nascimento; Laudo 1205-Francisco Carlos da Anunciação e Silva;Laudo 1206-Francisco Claudinei Santos; Laudo 1207-Francisco Moreira da Silva; Laudo 1208-Geraldo Menezes de Souza; Laudo 1209-Itamar Rocha de Oliveira; Laudo 1210-Jakson Rodrigues da Silva;Laudo 1211-João Bernardino do Nascimento; Laudo 1212-Joaquim da Anunciação da Silva; Laudo 1213-José Félix Pacheco do Nascimento;Laudo 1214-José Hermes Cordeiro da Silva; Laudo 1215-José Maria Marinho de Souza; Laudo 1216-Lindomar Rocha de Oliveira; Laudo 1217-Lúcia Helena Ferreira Carvalho; Laudo 1218-Manoel Sebastião Moura Guimarães; Laudo 1219-Manuelzinho; Laudo 1220-Maria Antônia da Costa; Laudo 1221-Maria das Graças de Castro Bandeira; Laudo 1222-Maria das Graças Gomes da Cruz; Laudo 1223-Maria Laura Mendes da Silva; Laudo 1224-Maués Andrade de Oliveira; Laudo 1225-Raimundo Gameleira Castro; Laudo 1226-Raimundo Nonato Freitas do Nascimento; Laudo 1227-Raimundo Rodrigues de Oliveira; Laudo 1228-Rosinaldo Soares dos Santos; Laudo 1229-Sebastião de Sousa Silva; Laudo 1230-Tonico; Laudo 348-AJonas Oliveira de Souza.

Uma vez que não foi possível ao GT de identificação e delimitação localizar precisamente as ocupações aqui citadas, a FUNAI trabalha com a possibilidade de futura exclusão de algumas delas, o que ocorrerá com base em levantamento mais acurado após a emissão da Portaria Declaratória da TI Cachoeira Seca.

VII - CONCLUSÃO E PROPOSTA DE ÁREA

No decorrer de todo o processo de regularização fundiária para os Arara da Terra Indígena Cachoeira Seca, houve coerência e concordância dos estudos antropológicos a respeito da área de ocupação tradicional e sobre a contigüidade das duas Terras Indígenas: Cachoeira Seca e Arara 1 (Laranjal).

A primeira medida administrativa para resguardar os direitos dos Arara sobre seu território foi a Portaria nº 1.854/E, de 15.04.1985, que interditou 1.060.400ha em região contígua à área Arara I (direção oeste).

A antropóloga Wilma Marques Leitão, coordenadora do primeiro GT de identificação e delimitação da TI Cachoeira Seca/Iriri (Port. nº 1.528/88, de 21.12.1988), apesar de não propor a contigüidade das duas terras Arara, recomendou a manutenção da interdição do corredor formado entre o igarapé Olhões e o igarapé Cajueiro com vistas à preservação do território Arara, impedindo instalação de novos colonos.

A Comissão Especial de Análise (CEA), criada pela Portaria nº 398, de 26.05.1991, analisou a proposta apresentada e sugeriu uma redefinição dos limites propostos, designando nova equipe de trabalho e pedindo justificativa de uma outra proposta de delimitação, a qual incluiria o corredor entre igarapés Olhões e Cajueiro, eliminando trechos ao norte.

Em 22 de janeiro de 1993, a Terra Indígena Cachoeira Seca foi declarada como de ocupação tradicional indígena, conforme Portaria Declaratória nº 26 (DOU 25.01.1993).

Questionamentos dirigidos aos trabalhos e atos administrativos que sustentavam a Portaria nº 26 ensejaram divergências quanto à extensão da Terra Indígena Cachoeira Seca, motivando as contestações apresentadas pelos ocupantes não-índios, Prefeitura de Uruará e os pedidos de Mandados de Segurança.

Para equacionar as posturas divergentes em relação aos limites da Portaria 26, foi emitida a Portaria nº 428/PRES, de 27.04.1994, que designou um novo GT para os trabalhos em Cachoeira Seca, sob coordenação do antropólogo Márnio Teixeira Pinto, com vasto conhecimento sobre a etnia Arara.

Em suas considerações sobre os limites territoriais de Cachoeira Seca, ele justificou a inclusão das terras de uso tradicional compreendidas entre o igarapé Laura e o igarapé Cajueiro (Port. nº 26), mantendo as duas terras indígenas (Laranjal e Cachoeira Seca) articuladas, contínuas e contíguas, sem intrusão não indígena, além da retomada de trechos correspondentes às serras e cachoeiras do Rio Curuá-Una, local de reprodução de inúmeras espécies de primatas de importância para sua reprodução física e cultural.

A Terra Indígena Cachoeira Seca foi alvo de cinco Mandados de Segurança em 08.11.96, impetrados perante o STJ contra o Despacho nº 38/96, do Ministro da Justiça, que julgou improcedentes as contestações opostas à demarcação da referida TI, nos termos do Decreto nº 1.775/96. Das cinco ações apresentadas, duas resultaram na concessão da Segurança impetrada: o MS nº 4.819-DF e o MS nº 4.822 - DF.

Os trabalhos de demarcação da TI Cachoeira Seca, conforme superfície da Portaria nº 26 foram implementados no decorrer do primeiro semestre de 2004, sendo os mesmos suspensos em meados do mês de julho, por força das decisões do STJ.

A área atualmente delimitada apresenta uma pequena diferença em relação a alguns trechos do limite norte, constando de uma extensão de cerca de 744.027ha, perímetro de 540km, preservando a conectividade das duas terras Arara e a inclusão das serras e cachoeiras do rio Curuá-Una, plenamente justificadas por serem áreas de procriação de várias espécies de primatas importantes para usos, costumes e tradições dos Arara, além de ter sido local de moradia e atual região onde extraem as tabocas largas para seus usos cotidianos.

Conservou-se como limite sul o Rio Iriri, a oeste o igarapé Laura e a leste o igarapé Cajueiro, com exclusão de extensões na região entre os igarapés São Pedro e Louro (travessão 165 ao 213), trecho denominado "bico da terra indígena", praticamente tomado por agricultores, além de um outro, onde a ocupação não-indígena também é intensa, correspondente à região da Transiriri. Os ajustes feitos tiveram por objetivo excluir um número significativo de ocupantes não indígenas e a busca por minimizar problemas de ordem social em trecho de maior proximidade da cidade de Uruará, portanto, mais distanciados das atuais habitações Arara.

A contigüidade das duas terras Arara justifica-se ainda pelas necessidades de uso comum de recursos ambientais dessas áreas, e de interações sócio-culturais entre eles, o que viabilizará sua reprodução física e cultural enquanto grupos diferenciados.

Outra razão da necessidade de áreas conectadas relaciona-se com o fato do corredor constituir-se em vetor de penetrações, depredações, invasões e exploração das duas áreas, colocando em risco a integridade dos dois subgrupos Arara (Cachoeira Seca e Laranjal). Estas invasões estão vinculadas ao mercado da madeira e têm origem na Transamazônica, e os focos são os Munícipios de Uruará, Placas, Rurópolis e Altamira.

Encontram-se distribuídos por toda a área delimitada vários sítios de caça, extrativismo e pesca, reconhecidos pelos índios, além de diversos outros sítios de ocupação de relevante importância para sua reprodução física e cultural, distribuídos, segundo memória oral do grupo, entre os rios Amazonas, Xingu, Iriri, e aos igarapés Penetecaua, Jaraucu, Leite, Olhões, Sem Tripa, Curuá-Una, Cachoeira Seca, Liberdade, Dois Irmãos, Laura, Iriri Velho, Gelo, João Ribeiro, Furo Seco, Cajueiro, entre outros da região.

MARIA HELENA DE AMORIM PINHEIRO

Antropóloga FUNAI/AER/Curitiba

MEMORIAL DESCRITIVO

NORTE: a presente descrição inicia-se no ponto P-01, de coordenadas geográficas aproximadas 04º16'25"S e 54º46'00"WGr, situado na margem direita do Rio Curuatinga; daí, segue por linha reta até o ponto P-02, de coordenadas geográficas aproximadas 04º14'06,5"S e 54º36'33,3"WGr; daí, segue por linha reta até o ponto P-03, de coordenadas geográficas aproximadas 04º11'45,7"S e 54º36'33,3"WGr; daí, segue por linha reta até o ponto P-04, de coordenadas geográficas aproximadas 04º10'15,1"S e 54º35'43,3"WGr, situado nas proximidades de uma confluência de dois igarapés sem denominação; daí, segue por linha reta até o ponto P-05, de coordenadas geográficas aproximadas 04º09'22"S e 54º33'05"WGr, situado na margem direita de um igarapé sem denominação; daí, segue pelo citado igarapé, a jusante, até a confluência com o Igarapé Piracuruca, no ponto P-06, de coordenadas geográficas aproximadas 04º04'48,5"S e 54º32'05,1"WGr; daí, segue pelo citado igarapé, a montante, até o ponto 07, de coordenadas geográficas aproximadas 04º05'14,5"S e 54º31'33,9"WGr, situado na confluência de outro igarapé sem denominação; daí, segue por este a montante, até sua cabeceira, no ponto P-08, de coordenadas geográficas aproximadas 04º06'08,5"S e 54º27'33,1"WGr; daí, segue por linha reta até o ponto P-09, de coordenadas geográficas aproximadas 04º06'26,9"S e 54º27'07,6"WGr, situado na cabeceira de um igarapé sem denominação; daí, segue pelo citado igarapé, a jusante, até o ponto P-10, de coordenadas geográficas aproximadas 04º07'10,9"S e 54º25'57,5"WGr, situado na sua confluência com outro igarapé sem denominação; daí, segue por esse igarapé, a jusante, até o ponto P-11, de coordenadas geográficas aproximadas 04º05'03,1"S e 54º20'11,4"WGr, situado na sua confluência com a margem esquerda do Rio Curuá-Una; daí, segue por este a montante, até o ponto P-12, de coordenadas geográficas aproximadas 04º06'29,9"S e 54º19'19,9"WGr, situado em sua margem direita, na confluência de um igarapé sem denominação; daí, segue pelo referido igarapé, a montante, até sua cabeceira, no ponto P-13, de coordenadas geográficas aproximadas 04º07'17,7"S e 54º16'57,3"WGr; daí, segue por linha reta até o ponto P-14, de coordenadas geográficas aproximadas 04º06'59,5"S e 54º15'05,1"WGr, situando na margem esquerda de um igarapé sem denominação; daí, segue pelo citado igarapé, a montante, até o ponto P-15, de coordenadas geográficas aproximadas 04º08'41,7"S e 54º14'20,2"WGr, situado na sua margem direita; daí, segue por uma linha reta até o ponto P-16 de coordenadas geográficas aproximadas 04º02'41,3"S e 53º50'00,3"WGr; daí, segue por linha reta até o ponto P-17, de coordenadas geográficas aproximadas 04º03'36,4"S e 53º49'50,2"WGr, situado na cabeceira de um igaparé sem denominação; daí, segue pelo citado igaparé, a jusante, até o ponto P-18, de coordenadas geográficas aproximadas 04º06'18,5"S e 53º47'06,2"WGr, situado na confluência de um igaparé sem denominação; daí, segue para a margem direita desse igaparé sem denominação, até outra confluência de outro igaparé também sem denominação, um pouco acima da anterior, seguindo a montante até o ponto P-19, de coordenadas geográficas aproximadas 04º07'37,9"S e 53º46'31,5"WGr; daí, segue por uma reta até o ponto P-20, de coordenadas geográficas aproximadas 04º05'39,3"S e 53º35'18,6"WGr, situado na margem esquerda de um igaparé sem denominação; daí, segue por linha reta até o ponto P-21, de coordenadas geográficas aproximadas 04º03'06,7"S e 53º31'33,4"WGr; daí, segue por linha reta até o ponto P-22, de coordenadas geográficas aproximadas 03º58'11,7"S e 53º31'27,2"WGr; daí, segue por linha reta até o ponto P-23, de coordenadas geográficas aproximadas 03º57'10,2"S e 53º27'15,5"WGr, situado em uma confluência de dois igaparés sem denominação; daí, segue por linha reta até o marco M-21 da demarcação da TI Arara, de coordenadas geográficas 03º54'23,885"S e 53º24'07,908"WGr, situado na cabeceira do Igaparé Cajueiro. LESTE: do ponto antes descrito, segue pelo referido igaparé, a jusante, até o marco M-20 da demarcação TI Arara, de coordenadas geográficas 03º59'54,177"S e 53º16'30,224"WGr, situado a confluência com o Rio Iriri, SUL: do marco antes descrito, segue pelo Rio Iriri, a montante até o ponto P-24, de coordenadas geográficas aproximadas 04º45'34"S e 54º39'18,2"WGr, situado na confluência do Igaparé da Laura. OESTE: do ponto antes descrito, segue pelo Igaparé da Laura, a montante, até o ponto P-25, de coordenadas geográficas aproximadas 04º36'25"S 54º49'15"WGr, situado em sua cabeceira; daí, segue por uma linha reta até o ponto P-26, de coordenadas geográficas aproximadas 04º25'06"S 54º49'36"WGr, situado na cabeceira do Rio Curuatinga; daí, segue pelo referido rio a jusante até o ponto 1, início da descrição perimétrica. Responsável técnico pela identificação dos limites: Sérgio de Campos, Engenheiro Agrimensor, CREA SP 40.231/D.