Consulta COPAT nº 86 DE 13/10/2022
Norma Estadual - Santa Catarina - Publicado no DOE em 14 out 2022
ICMS. BENEFÍCIO FISCAL NA IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS. EXCLUSÃO DO BENEFÍCIO. 1. A VEDAÇÃO PREVISTA NO DECRETO Nº 2.128/2009 SE APLICA QUANDO ATENDIDAS CONCOMITANTEMENTE DUAS CONDIÇÕES: QUE O PRODUTO CORRESPONDA À DESCRIÇÃO DO RESPECTIVO ITEM DO ANEXO ÚNICO DO DECRETO E QUE A MERCADORIA ESTEJA CLASSIFICADA NA MESMA POSIÇÃO NCM LISTADA NO DECRETO, INDEPENDENTEMENTE DA DESTINAÇÃO FINAL ATRIBUÍDA. 2. NÃO SE APLICA A VEDAÇÃO DO DECRETO Nº 2.128/2009 ÀS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS RELACIONADAS NO ANEXO ÚNICO QUE NÃO POSSUAM PRODUÇÃO EM TERRITÓRIO CATARINENSE, MEDIANTE LAUDO EMITIDO POR ENTIDADE REPRESENTATIVA DO SETOR PRODUTIVO COM ABRANGÊNCIA ESTADUAL OU NACIONAL, OU POR ÓRGÃO ESTADUAL OU FEDERAL ESPECIALIZADO QUE IDENTIFIQUE DETALHADAMENTE A MERCADORIA, BEM COMO SUA CLASSIFICAÇÃO NA NCM.
Nº Processo: 2270000024384
DA CONSULTA
Senhor Presidente,
Trata-se de consulta formulada por importadora e exportadora, por meio da qual relata ter realizado importação por conta e ordem de terceiros com utilização do benefício fiscal do TTD 410, em que uma das mercadorias está enquadrada na NCM 7009.10.00 - Espelhos retrovisores para veículos.
Aduz que a raiz NCM 7009 consta no Decreto nº 2.128/ 2009, na lista de mercadorias não alcançadas por benefícios fiscais.
Dessa forma questiona se a mercadoria de NCM 7009.10.00 poderá ser importada com benefício fiscal.
O processo foi analisado no âmbito da Gerência Regional conforme determinado pelas Normas Gerais de Direito Tributário de Santa Catarina. A autoridade fiscal verificou as condições de admissibilidade.
É o relatório, passo à análise.
LEGISLAÇÃO
Decreto nº 2.128 , de 20 de fevereiro de 2009, art. 1º ; Art. 2º , III; e Anexo Unico .
FUNDAMENTAÇÃO
O Decreto nº 2.128 , de 20 de fevereiro de 2009, elenca em seu Anexo Único as mercadorias em relação as quais não se aplicam os tratamentos tributários diferenciados relativos às operações de importação e saídas subsequentes, como é o caso dos Espelhos, classificados no código NCM 7009.
Como definido na Resposta à Consulta nº 02/2016, para aplicação do Decreto 2.128/2009 - exclusão dos benefícios relativos à importação - devem ser atendidas concomitantemente duas condições: (a) que o produto corresponda à descrição do respectivo item do Anexo Único do Decreto e (b) a mercadoria deve estar classificada na mesma posição NCM listada no Decreto.
Dessa forma, a vedação sub examine independe da destinação final atribuída ao produto importado, bastando a subsunção descritiva e nomenclatural ao ato do Executivo.
Não obstante, o art. 2º, Decreto nº 2.128/2009 , elenca, entre as hipóteses nas quais não se aplica a vedação prevista, as operações com mercadorias relacionadas no Anexo Único que não possuam produção em território catarinense.
A comprovação da inexistência de produção em território catarinense, conforme § 1º do referido artigo, deverá ser feita mediante laudo emitido por entidade representativa do setor produtivo com abrangência estadual ou nacional, ou por órgão estadual ou federal especializado que identifique detalhadamente a mercadoria, bem como sua classificação na NCM (§ 2º).
RESPOSTA
Ante o exposto, proponho seja respondido à consulente que
(a) A vedação prevista no Decreto nº 2.128/2009 se aplica quando atendidas concomitantemente duas condições: que o produto corresponda à descrição do respectivo item do Anexo Único do Decreto e que a mercadoria esteja classificada na mesma posição NCM listada no Decreto, independentemente da destinação final atribuída.
(b) Não se aplica a vedação do Decreto nº 2.128/2009 às operações com mercadorias relacionadas no Anexo Único que não possuam produção em território catarinense, mediante laudo emitido por entidade representativa do setor produtivo com abrangência estadual ou nacional, ou por órgão estadual ou federal especializado que identifique detalhadamente a mercadoria, bem como sua classificação na NCM.
É o parecer que submeto à apreciação da Comissão.
DANIEL BASTOS GASPAROTTO
AFRE IV - Matrícula: 9507256
De acordo. Responda-se à consulta nos termos do parecer acima, aprovado pela COPAT na Sessão do dia 06.10.2022.
A resposta à presente consulta poderá, nos termos do § 4º do art. 152-E do Regulamento de Normas Gerais de Direito Tributário (RNGDT), aprovado pelo Decreto 22.586 , de 27 de julho de 1984, ser modificada a qualquer tempo, por deliberação desta Comissão, mediante comunicação formal à consulente, em decorrência de legislação superveniente ou pela publicação de Resolução Normativa que adote diverso entendimento.
Responsáveis
LENAI MICHELS
Presidente COPAT
BERNARDO FRECHIANI LARA MACIEL
Secretário(a) Executivo(a)