Ato SNPC nº 14 de 08/12/2008

Norma Federal - Publicado no DO em 11 dez 2008

Divulga, para fins de abertura de pedidos de proteção de cultivares para cultivares de frutíferas de oliveira (Olea europaea L.).

Em cumprimento ao disposto no § 2º, do art. 4º, da Lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997, e no inciso III, do art. 3º, do Decreto nº 2.366, de 5 de novembro de 1997, e o que consta do Processo nº 21000.010974/2008-37, o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares divulga, para fins de abertura de pedidos de proteção de cultivares para cultivares de frutíferas de oliveira (Olea europaea L.), os descritores definidos na forma do Anexo I. O formulário estará disponível aos interessados pela internet no endereço http://www.agricultura.gov.br - Serviços> Proteção de Cultivares> Formulários para Proteção de Cultivares.

DANIELA DE MORAES AVIANI

Coordenadora

ANEXO
INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGÜIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE OLIVEIRA (OLEA EUROPAEA L.)

I - OBJETIVO

Estas instruções visam estabelecer diretrizes para as avaliações de Distingüibilidade, Homogeneidade e Estabilidade (DHE), a fim de uniformizar o procedimento técnico de comprovação de que a cultivar apresentada é distinta de outra(s) cujos descritores sejam conhecidos, é homogênea quanto às suas características dentro de uma mesma geração e é estável quanto à repetição das mesmas características ao longo de gerações sucessivas. Aplicam-se às cultivares de oliveira (Olea europaea L.).

II - AMOSTRA VIVA

1. Para atender ao disposto no art. 22 e seu parágrafo único da Lei nº 9.456 de 25 de abril de 1997, o requerente do pedido de proteção obrigar-se-á a manter a disposição do SNPC, no mínimo, 3 plantas propagadas vegetativamente.

2. As plantas devem estar em boas condições sanitárias, com vigor e não afetadas por doenças ou pragas importantes. Caso ocorram situações que possam prejudicar a distingüibilidade dos caracteres avaliados, o fato deve ser informado ao SNPC/MAPA e novas amostras devem ser plantadas.

3. As plantas devem ser conservadas pelo Obtentor ou Representante na mesma região geográfica onde foi realizado o teste de DHE.

4. Amostras vivas de cultivares estrangeiras deverão ser mantidas no Brasil.

5. A amostra deverá ser disponibilizada ao SNPC após a obtenção do Certificado de Proteção. Entretanto, sempre que durante a análise do pedido for necessária a apresentação da amostra para confirmação de informações, o solicitante deverá disponibilizá-la.

III - EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGÜIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE - DHE

1. Os testes deverão ser conduzidos por no mínimo dois ciclos de produção significativos. Considera-se ciclo de produção o desenvolvimento da estação, iniciando-se pelo crescimento vegetativo, seguido do florescimento e da colheita de frutos.

2. Os ensaios deverão ser conduzidos em um único local.

Caso neste local não seja possível a visualização de todas as características da cultivar, a mesma poderá ser avaliada em um local adicional.

3. Os ensaios deverão ser conduzidos em condições que assegurem o desenvolvimento normal das plantas.

4. Cada teste deve ter um mínimo de 5 plantas propagadas vegetativamente, considerando cada planta uma repetição.

5. A menos que seja indicado outro modo, as observações devem ser feitas em 5 plantas ou 2 partes tiradas de cada uma das 5 plantas.

6. Testes adicionais para a avaliação de características relevantes poderão ser estabelecidos.

7. Para a verificação da Homogeneidade a tolerância máxima de plantas atípicas é de 1% da população com 95% de probabilidade de ocorrência. No caso de uma população de 5 plantas, nenhuma planta atípica será permitida para efeitos da avaliação da homogeneidade.

IV - INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA TABELA DE DESCRITORES

1. Vide formulário na Internet.

2. Todas as páginas deverão ser rubricadas pelo Representante Legal e pelo Responsável Técnico.

V - LEGENDA DA TABELA DE DESCRITORES

1. As características identificadas com um asterisco (*) fazem parte das exigências mínimas da UPOV.

2. As características contendo a classificação (a), (b), (c), (d), (e), (f) ou (+) na primeira coluna da Tabela de Características, deverão ser examinadas como indicado no item VII (Observações e Figuras).

VI - TABELA DE DESCRITORES DE OLIVEIRA (Olea europaea L.).

Nome proposto para a cultivar: _______

Característica Identificação da característica Código de cada descrição  
1. Planta: vigor fraco médioforte3 57
2. Planta: hábito de crescimento dos ramos (+)ereto abertodecumbente3 57
3. Planta: densidade da copa esparsa médiadensa3 57
4. Ramo frutífero: coloração (a)verde acinzentado cinza claro1 2
5. Ramo frutífero : comprimento dos entrenós (a)curto médiolongo3 57
6. Ramo frutífero : pelos (tricoma) (a)(#)ausente ou muito poucas poucasmédiamuitasmuitíssimas1 3579
7. Folha: tamanho (b)muito pequena pequenamédiograndemuito grande1 3579
8. Folha: comprimento (b)pequeno médiogrande3 57
9. Folha: largura (b)pequena médiagrande3 57
10. Folha: razão comprimento/largura (*)(b)pequena médiagrande3 57
11. Folha: forma (+)(b)(#)lanceolada elíptica-lanceoladaelíptica1 23
12. Folha: brilho (b)ausente presente1 2
13. Folha: coloração da face adaxial (superior) (*)(b)verde clara verde escura1 2
14. Folha: coloração da face abaxial (inferior) (b)verde acinzentado verde esbranquiçado1 2
15. Folha: curvatura do eixo longitudinal do limbo (b)côncava planaconvexa1 23
16. Folha: torção (b)presente ausente1 2
17. Planta: folhas atípicas ausente presente1 2
18. Planta: formato das folhas atípicas (+)bifurcado falciforme1 2
19. Inflorescência: estrutura (+)(#)curta e compacta curta e esparsalonga e compactalonga e esparsa1 234
20. Inflorescência: intensidade de ramificação fraca médiaforte3 57
21. Inflorescência: flores axilares presente ausente1 2
22. Flor: tamanho do botão (logo antes de abrir) (c)pequeno médiogrande3 57
23. Fruto: tamanho (d)muito pequeno pequenomédiograndemuito grande1 3579
24. Fruto: forma (*)(d)(#)alongada elípticaglobosa1 23
25. Fruto: comprimento (d)pequeno médiogrande3 57
26. Fruto: largura (d)pequena médiagrande3 57
27. Fruto: razão comprimento/largura (d)pequena médiagrande3 57
28. Fruto verde: tamanho das lenticela (+)(#)pequeno médiogrande3 57
29. Fruto verde: número de lenticelas (+)(#)pequeno médiogrande3 57
30. Fruto: coloração (d)púrpura violeta escuropreto1 23
31. Fruto: perceptibilidade do marmoreado (d)fraca médiaforte3 57
32. Fruto: simetria na posição A (+)(d)(f)(#)simétrica fracamente assimétricafortemente assimétrica1 23
33. Fruto: simetria na posição B (d)(f)(#)simétrica fracamente simétrica1 2
34. Fruto: posição do diâmetro máximo (+)(d)próximo à base central próximo ao ápice1 23
35. Fruto: formato do ápice na posição A (+)(d)(f)(#)pontuda arredondada1 2
36. Fruto: formato do ápice na posição B (d)(f)(#)pontuda arredondada1 2
37. Fruto: múcron (*)(d)ausente presente1 2
38. Fruto: posição da cicatriz do pistilo (d)central excêntrica1 2
39. Fruto: formato da base na posição A (+)(d)(f)(#)arredondada truncada1 2
40. Fruto: formato da base na posição B (*)(+)(d)(f)(#)arredondada truncadadeprimida1 23
41. Fruto: largura da cavidade peduncular (*)(+)(d)estreita médialarga3 57
42. Fruto: forma da cavidade peduncular (d)circular elíptica1 2
43. Fruto: profundidade da cavidade peduncular (d)rasa médiaprofunda3 57
44. Fruto: formato da seção transversal (*)(d)(#)circular elíptica1 2
45. Fruto: mamilo (d)ausente presente1 2
46. Fruto: proeminência do mamilo (+)(d)fraca médiaforte3 57
47. Fruto: cerosidade (d)fraca médiaforte3 57
48. Caroço: forma na posição A (+)(e)(f)(#)alongada elípticaobovada1 23
49.Caroço: forma na posição B (*)(e)(f)(#)alongada elípticaobovada1 23
50. Caroço: simetria na posição A (+)(f)(#)simétrica fracamente assimétricafortemente assimétrica1 23
51. Caroço: simetria na posição B (e)(f)(#)simétrica fracamente assimétricafortemente assimétrica1 23
52. Caroço: forma da seção transversal (*)(e)(#)circular elíptica1 2
53.Caroço : posição da maior seção transversal (*)(+)(e)próxima à base central próxima ao ápice1 23
54. Caroço: superfície (*)(+)(e)(#)lisa rugosasulcada1 23
55. Caroço: distribuição das ranhuras (+)(e)(#)incluindo o ápice excluindo o ápice1 2
56. Caroço: número de ranhuras na base (*)(e)menos de 7 entre 7 e 10mais de 101 23
57. Caroço: distribuição das ranhuras na base (*)(e)(#)regular irregular1 2
58. Caroço: forma da extrimidade distal na posição A (e)(f)(#)pontuda arredondada1 2
59. Caroço: forma da extrimidade distal na posição B (*)(+)(e)(f)(#)pontuda arredondada1 2
60. Caroço: múcron (+)(e)ausente presente1 2
61. Caroço: forma da base na posição A (+)(e)(f)(#)pontuda arredondadatruncada1 23
62. Caroço: forma da base na posição B (e)(f)(#)pontuda arredondadatruncada1 23
63. Caroço: perceptibilidade da sutura (e)fraca médiaforte3 57
64. Caroço: curvatura da sutura (e)ausente presente1 2
65. Caroço: comprimento (e)pequeno médiogrande3 57
66. Caroço: largura (e)pequena médiagrande3 57
67. Caroço: razão comprimento/largura (e) pequena médiagrande3 57
68. Época do florescimento precoce médiotardio3 57
69. Época de início da maturação (quando 10% dos frutos iniciaram a alteração de cor) precoce médiotardio3 57
70. Época da maturação plena (ao menos 50% dos frutos maduros) precoce médiotardio3 57
71. Fruto: conteúdo de óleo baixo médioalto3 57

VII - OBSERVAÇÕES E FIGURAS

1. Vide formulário na Internet.

VII - REFERÊNCIAS

INTERNATIONAL OLIVE COUNCIL. 3. Phenological Characterization. Disponível em . Acesso em 10 nov.2008.

INTERNATIONAL UNION FOR THE PROTECTION OF NEW VARIETIES OF PLANTS. Guidelines for the Conduct of Tests for Distinctness, Homogeneity and Stability. Olea europaea L. Disponível em . Acesso em 10 nov. 2008.

INFORME AGROPECUÁRIO. Azeitona e azeite de oliva: tecnologias de produção. Belo Horizonte: EPAMIG, v.27, n.231, mar./abr. 2006.

ROMERO, Luis Rallo et al. Variedades de olivo en España. Madrid, Espanha: Mundi-Prensa Libros, S.A. 2005. 478p.